É difícil acreditar que se trata de um Governo que tinha todas as condições para transformar o país: uma maioria absoluta, um presidente da República cooperante, fundos europeus como não há memória e um país e um povo que têm mais maturidade do que quem o governa. Mas, lamentavelmente, o Partido Socialista tem optado por se concentrar na gestão de polémicas criadas pelo próprio Governo e numa ávida operação de comunicação para contrariar a perda de popularidade que se regista de mês para mês. Enquanto isso sucede, os problemas do país adensam-se. As pessoas e as empresas continuam a trabalhar, a produzir e a criar valor, apesar do desnorte do Governo. "Chapeau" ao povo português.
Mas o rol de problemas que precisariam de uma rápida intervenção do Governo é extenso, não fosse a circunstância de há longos meses a ação governativa estar concentrada na gestão de casos e polémicas, alguns muito graves. Portugueses em filas intermináveis de madrugada para terem acesso a uma consulta no centro de saúde, milhares de alunos que continuam em maio sem professor, o drama de quem não consegue pagar despesas essenciais, as dores de cabeça de quem não consegue suportar os custos com a habitação, e estes são apenas alguns exemplos.
Portugal não pode continuar a ter um elenco governativo que se comporta como se o país fosse uma série da Netflix.
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