Ao PCP não interessa se temos um governo que degrada as instituições democráticas, desde que resolvam os problemas dos preços e do trabalho dos portugueses está tudo bem. Portanto, o problema do governo de Salazar não era ser uma ditadura mas apenas não resolver os problemas dos portugueses de trabalho e de preços.
Os direitos das pessoas que decorrem do tipo de governação, democrática ou não democrática, é-lhes indiferente. Os países resvalarem aos poucos para um sistema não-democrático ou só formalmente democrático, não lhes interessa. Eles até estão ok com ditaduras, desde que não sejam de direita e não vêem uma relação entre degradarem-se as instituições democráticas, haver uma falta de prestação de contas e de responsabilização de governantes incompetentes, corruptos, traficantes de influências e levianos e a consequente degradação das condições de vida das pessoas. É como se a ditadura de Salazar não tivesse nada que ver com o atraso do país na época. Mera coincidência temporal.
É por isso que na Rússia, na China, em Cuba, na Venezuela, na Coreia do Norte e outros países que impedem a democratização das instituições impondo o comunismo, o povo vive muito bem. Próspero, alegre e feliz, sem prisões políticas, sem medo, sem pobreza...
O argumento do PCP é comum nas teocracias: porquê perder tempo a discutir se as mulheres podem andar sem hijab, se há problemas mais importantes a resolver? Porquê discutir direitos de minorias ou discutir se os padres devem poder casar ou se as mulheres devem ter acesso ao sacerdócio se há problemas mais importantes a tratar? Etc.
Para o PCP caso não responde "aos problemas do país"
"Como o PCP tem vindo a dizer, a questão essencial não é a entrada ou saída de ministros ou de secretários de Estado, é a resposta aos problemas dos portugueses", afirmou a líder parlamentar comunista, Paula Santos.
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