Luís Sottomaior Braga, subdiretor do Agrupamento de Escolas da Abelheira, Viana do Castelo, diz que a greve de fome que vai iniciar é um mecanismo da desobediência civil. Responsabiliza o primeiro-ministro, o ministro da Educação e o Presidente da República se algo lhe acontecer.
"Podíamos evoluir para um modelo de contestação como está a acontecer em França, o que é inaceitável para os professores, pois respeitamos o Estado de Direito ou escolher a desobediência civil", refere. Segundo Luís Sottomaior Braga, "a greve de fome imputa responsabilidades aos outros". E esses outros, explica, são os governantes, com especial incidência no Presidente da República, que pode "não promulgar o decreto do novo modelo de concurso"."O Presidente da República disse que queria um acordo até à Páscoa, o que não aconteceu.
Vai promulgar um decreto-lei, numa questão central, com as negociações sem rumo, e sem acordo?
Os professores estão diariamente a enviar emails para a Presidência da República questionando isso mesmo. Marcelo Rebelo de Sousa pode vetar esse decreto-lei", alerta. O dirigente escolar afirma que um dos objetivos da greve de fome é pressionar "o Presidente da República para que assuma uma política dura e fazer o que disse que ia fazer" e para "sinalizar que o governo tem de mostrar mais boa-fé negocial".
Mas estes são apenas dois dos objetivos do protesto que será feito junto a uma escola pública de Viana do Castelo (ainda a definir). O protesto "radical" tem como base a "luta pela escola pública". "Não lutamos até agora só pela melhoria dos salários, mas sim muito pela escola pública de qualidade, que passa por problemas de avaliação, o excesso de burocracia, o Projeto Maia que está a destruir o funcionamento das escolas, a falta de recursos para a inclusão, entre muitos outros problemas. São questões de direito fundamental e, como cidadão, devo potenciar essa luta", sublinha.
E é com tristeza e revolta que o dirigente escolar entra em greve de fome, "um sacrifício pessoal", enquadrado numa luta coletiva que tem marcado este ano letivo.
DN
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