Qual é o mérito pedagógico de obrigar os alunos desde a escola primária a fazerem testes para ficarem agarrados a telemóveis e computadores, qual é o mérito pedagógico de desmaterializar os manuais escolares e qual é o mérito pedagógico de fazer testes e exames que nada têm que ver com o desenvolvimento dos currículos, apenas para que possam ser classificados por aplicações informáticas? Qual é o mérito pedagógico deste tipo de avaliação por aplicações?
Tenho lido por aí cartas de EE a dizer que não vão mandar os filhos fazer as provas de aferição porque são muito pequenos para terem frustrações e porque ficam nervosos e uma pessoa nervosa tem sempre maus resultados. Parece-me que passam ao lado do que interessa. O problema não está em haver provas, nem em os alunos não poderem ser desafiados ou não poderem ter frustrações (a aprendizagem da resistência à frustração é inestimável no desenvolvimento da tenacidade) ou habituarem-se a que certas aulas sejam de avaliação, para as quais têm de preparar-se de maneira diferente.
O problema está em as provas serem desadequadas à aprendizagem, desacertadas com o desenvolvimento dos currículos, tanto na forma como na dificuldade. É por isso que deviam bater-se e não por acabar com qualquer prova. O demérito destas provas não está em serem provas, mas no modo, no tempo e na função delas.
Ademais, fazer provas enquanto decorrem aulas é um desatino nas escolas. Num período tão pequeno como o 3º, num ano em que se perderem dezenas de aulas, durante uma semana, uma parte da escola vai estar fechada toda a manhã (quando há mais aulas a decorrer nas escolas) porque as salas estão ocupadas com a realização das provas. Os professores que dão aulas nessas salas podem ficar sem salas para dar as suas aulas, por exemplo. Os professores dos alunos que vão fazer as provas perdem tempo a preparar os alunos para elas, porque mesmo não contando para nada, nenhum professor quer que os seus alunos vão lá fazer má figura. Depois ainda há os professores que vão vigiar essas provas, fazer o serviço de apoio às provas - que entretanto não estão a dar as suas aulas. E isto tudo para quê...? Pois...
Há a questão do suporte em que são realizadas: parecendo que não, ler ou escrever em papel é bem diferente de o fazer num aplicativo informático.
ReplyDeleteEstamos perante mais uma manobra para estes [...] mostrarem como são modernaços. Todos sabemos que o ME não se importa se os alunos aprendem ou não; o que interessa é que estejam a o cuidado da escola e passem de ano. O resto é irrelevante!
Estes políticos são criminosos. Sou filho de pais analfabetos: se nunca ninguém tivesse exigido o que fosse de mim, como agora é moda, quase de certeza que não teria jamais frequentado o Ensino Superior e ter-me-ia ficado provavelmente por carregador de baldes de cimento.
É triste que, perante a indiferença geral, se estejam a cometer crimes como aqueles a que assistimos.
Claro que é diferente de escrever em papel, mas qual é a vantagem pedagógica de escrever num teclado numa idade precoce? Têm medo que os miúdos cresçam longe dos telemóveis?
ReplyDeleteEste políticos são uns ignorantes sem cabeça que lêem umas porcarias da moda e engalinham logo.