Richard Wilkinson, um epidemiologista social com trabalhos de investigação importantes na área, defende que países desenvolvidos com menor desigualdade económica têm: menor taxa de mortalidade infantil, menos doenças mentais, menos gravidez de adolescentes, menos suicídios, melhor desempenho escolar e, de um modo geral, menos problemas de saúde e problemas sociais. São mais coesas.
A educação escolar enquanto factor de diminuição de desigualdades sociais só funciona numa dialéctica com o trabalho dos governos de diminuir as desigualdades económico-sociais. A educação não é um instrumento milagroso que do nada faz um país desenvolvido e com maior justiça social, melhor qualidade de vida em geral, mais coesão, etc. Não é o milagre da multiplicação dos peixes.
Este vídeo mostra, de uma maneira muito simples, o efeito da injustiça das desigualdades sociais na capacidade das pessoas terem um projecto de vida satisfatório e no embuste da ideia de meritocracia, se não é acompanhada de medidas de justiça distributiva que corrijam estas enormes desvantagens, isto é, medidas de investimento nos serviços públicos que as compensam e dão aos desfavorecidos condições de poderem ter alguma hipótese de participar na corrida.
Não falo de esmolas, de atirar certificados de cursos com passagens administrativas aos desfavorecidos, que isso é a caridadezinha desonesta dos favorecidos, uma maneira de gratificarem a sua consciência e se ilibarem de responsabilidades, mas que não os ajuda, antes os deixa desarmados e impreparados para uma corrida de onde partem muito atrás dos outros.
Não se pode querer ter um país com níveis culturais elevados, paz social, desenvolvimento sustentado, etc. ao mesmo tempo que se alarga o fosso da injustiça e desigualdade económicas e sociais.
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