April 12, 2023

A Boa Vida





Fui dar com este livro, The Good Life: Lessons from the World's Longest Scientific Study of Happiness (A Boa Vida: Lições do Estudo Científico da Felicidade mais Longo do Mundo) e interessei-me por saber o que era. Todos os dias até morrer são dias de evoluir, procurar respostas e melhorar a vida, dentro do possível. 

"Pense por um momento num amigo ou familiar que preze, mas com quem não passa tanto tempo como gostaria. Não precisa de ser a sua relação mais significativa, apenas alguém que o faz sentir-se bem e que gostaria de ver com mais regularidade. Com que frequência vê essa pessoa? Todos os dias? Uma vez por mês? Uma vez por ano? Faça as contas e projecte quantas horas anuais passa com a pessoa. Escreva o número e agarre-se a ele.

Nós, Bob e Marc, embora trabalhemos em estreita colaboração e nos encontremos todas as semanas por telefone ou videochamada, vemo-nos pessoalmente apenas durante um total de cerca de dois dias (48 horas) todos os anos.

Como é que isto se soma para os próximos anos? Bob tem 71 anos de idade. Marc tem 60 anos de idade. Sejamos (muito) generosos e digamos que ambos estaremos por perto para celebrar o 100º aniversário do Bob. A dois dias por ano durante 29 anos, são 58 dias que nos restam para passarmos juntos na nossa vida.
Cinquenta e oito em 10.585 dias."

É claro que isto está a assumir muita sorte e o número real vai ser, certamente, mais baixo.


Desde 1938, o the Harvard Study of Adult Development tem vindo a investigar o que faz as pessoas florescerem. Depois de começar com 724 participantes - rapazes de famílias desfavorecidas de Boston e estudantes de Harvard - o estudo incorporou as esposas dos homens originais e, mais recentemente, mais de 1.300 descendentes do grupo inicial. 
Os investigadores entrevistam periodicamente os participantes, pedem-lhes que preencham questionários, e recolhem informações sobre a sua saúde física. Como director do estudo (Bob) e director associado (Marc), pudemos observar os participantes a entrar e a sair de relações, a encontrar o sucesso e o fracasso no seu trabalho, a tornarem-se mães e pais. É o estudo longitudinal mais longo e profundo sobre a vida humana jamais realizado e levou-nos a uma conclusão simples e profunda: o que leva à felicidade são as boas relações humanas. O truque é que essas relações devem ser cultivadas.

Nem sempre colocamos as nossas relações em primeiro lugar. Considere o facto de que em 2018, o americano médio passou 11 horas todos os dias em actividades solitárias, como ver televisão e ouvir rádio. Passar 58 dias durante 29 anos com um amigo é infinitesimal em comparação com os 4.851 dias que os americanos passarão a interagir com os meios de comunicação social durante esse mesmo período de tempo. 

Bem, o estudo conclui que ter um bom emprego e sucesso na carreira só ajudam se não forem um substituto para as relações significativas. Em idades mais jovens ter muitas interacções pode ser importante no trabalho, mas quando se é mais velho são as relações de proximidade ou intimidade que pesam no bem estar geral, da saúde e da longevidade. É certo que há muitos factores de desequilíbrio entre as pessoas e uns nascem com enormes desvantagens relativamente a outras ou têm condicionantes de vida que os põem em desvantagem, mas em todos os casos, as relações humanas de intimidade são universais: a uns compensam a solidão que é muitas vezes o corolário de uma vida dedicada ao sucesso da carreira e a outros compensam as desvantagens e infortúnios da vida. Em ambos os casos são a pedra de toque que faz a diferença.


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