Nós somos uma classe profissional com excesso de formação para as condições que nos dão e para aquilo que nos pagam. Temos licenciaturas, mestrados, já muito doutoramentos, cursos de especialização, pós-graduações e dezenas de formações, seja na área da especialidade, seja em áreas de pedagogia. E em cima disso, anos e anos de experiência em trabalhar com alunos, em ajudar alunos, em gerir conflitos de alunos em sala de aula. Pois, dado este cenário, o ministro e os seus acólitos produzem papéis e discursos a explicar-nos em tom paternalista o nosso trabalho e a dizer-nos como se trabalha e que fazemos tudo mal. Em vez de nos perguntar pela nossa experiência e os conhecimentos acumulados impõem uma ideologia qualquer e esperam que sejamos obedientemente acéfalos. E apesar de trabalharmos nestas condições e mal pagos, ainda tem o descaramento de vir com ofensas constantes de sermos uns faltistas e de ir contratar médicos para perseguir grávidas e professores doentes. É claro que com tanta propaganda de por a sociedade contra os professores e de nos desvalorizar, depois temos pais e outros pessoas que nada sabem de educação escolar a dizerem-nos como devemos trabalhar. Pessoalmente, quando vejo o ministro e os dos projectos Maia e outros treinadores de bancada a dizer-nos como devemos trabalhar e que somos todos atrasados e outras barbaridades, acho logo que são ignorantes e burros e desligo logo do que dizem. O meu tempo é precioso e não estou para gastá-lo com gente que não me adianta nada, nem a mim, nem ao meu trabalho.
(acabo de ouvir na TV um especialista em avaliação educativa dizer que um estudo do Banco Mundial sobre perdas de aprendizagem devido à pandemia não tem dados sobre Portugal porque o investigador desconfiou dos dados que o ministério de educação lhe forneceu. Não achou que fossem possíveis e credíveis. Mas isto não diz tudo da miséria desta tutela?)
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