A última ronda de negociações e a aproximação “ao abismo”
Governo e sindicatos voltam esta quinta-feira à mesa das negociações. O ministro João Costa disse, na terça-feira, que espera encerrar o processo negocial em torno do modelo de recrutamento e colocação de professores e assegura que o Governo fez aproximações “quase históricas” a muitas das reivindicações dos sindicatos.
'Aproximação só se for ao abismo. Fico perplexo. Nem tenho adjetivação já', classifica André Pestana, dirigente do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (S.TO.P.).
Os professores são obrigados a concorrer a nível nacional e se não concorrerem são expulsos da função pública. Se concorrerem a quatro, cinco ou 10 QZP [Quadro de Zona Pedagógica] e não ficarem, no ano seguinte não podem concorrer. Há colegas que nos ligam desesperados, numa angústia muito grande”, corrobora Júlia Azevedo.
André Pestana acusa o ministro de se “recusar a negociar o que tem levado os professores para as ruas e de não apresentar contrapropostas às sugestões levadas à mesa das negociações pelos sindicatos.
Há outras linhas vermelhas que impedem os sindicatos de assinar por baixo a proposta do Governo. Uma delas é a contagem do tempo de serviço, os tais seis anos, seis meses e 23 dias que continuam congelados na carreira dos docentes do continente.
André Pestana acusa o ministro de se “recusar a negociar o que tem levado os professores para as ruas e de não apresentar contrapropostas às sugestões levadas à mesa das negociações pelos sindicatos.
Há outras linhas vermelhas que impedem os sindicatos de assinar por baixo a proposta do Governo. Uma delas é a contagem do tempo de serviço, os tais seis anos, seis meses e 23 dias que continuam congelados na carreira dos docentes do continente.
Os professores reclamam ainda a contratação de mais profissionais não docentes para as escolas e com salários dignos. “Os assistentes operacionais recebem salários de miséria - trabalharam 35 anos na escola pública e levam 709 euros líquidos para casa. Imaginem o que é trabalhar uma vida inteira e ir ao supermercado ou pagar uma habitação com 709 euros”, exorta o dirigente do S.TO.P.“Não tem de ser já tudo. Tem de haver é uma contraproposta séria e o Governo tem de assumir um compromisso em dois anos, até final da legislatura”, exemplifica André Pestana.
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