Isto foi no dia da marcha até Belém. Fui à exposição e depois desci até à manif, na praça e quando acabou fui jantar e ouvir fado. Mas enfim, a exposição está muito mal valorizada. Bem sei que não sou especialista em curadoria de arte, mas vejam lá se não tenho razão:
A maioria das peças está meio às escuras e tivemos que apontar as luzes de vários telemóveis para ver os pormenores de peças. Algumas mudam completamente de aspecto. Uma vitrine quem tem espadas e adagas, tem umas escondidas por debaixo de outras de uma maneira que não se consegue ver.
Não tem muitas peças, mas isso, ficamos a saber que em 1912, os republicanos leiloaram mais de 400 jóias e pratas da rainha. Ainda no ano passado deixaram a tiara de diamantes com uma safira birmanesa impressionante, da 1ª metade do século XIX, que pertenceu à rainha D. Maria II e que aparece em pinturas dela, ser leiloada - foi comprada por um suíço qualquer, por um milhão e meio, que a há-de dar a uma Kardashian qualquer com quem namora. E o Estado português, que dá milhares de milhões a banqueiros, dezenas de milhões para tanques que não funcionam e milhões a amigos para construirem porcarias ou só para darem palpites jurídicos, não se interessou em comprar uma peça da nossa história. (uma imagem da tiara aparece no fim do post)
Não se percebe quem são as pessoas que tratam das nossas coisas... aqui há 20 anos foram roubadas grandes jóias na exposição, 'Europália', na Holanda, num crime amador que nunca teve uma investigação a sério... dá que pensar.
Da coroa também nada se explica, o que deixa as pessoas a olhar, porque a coroa é demasiado simples para o que costumam ser as coroas de reis e imperadores: faltam-lhe ornamentos, pedras preciosas. Há uma razão para ser assim, mas também não está lá dito e nem se refere que esta coroa é posterior à perda da independência e que antes dela houve 700 anos de História com outras coroas.
Do manto também não há informações. Quem é português sabe que tem os castelos, quem não é fica a zero.
Esta tiara (chamam-lhe diadema) que é linda, está muito mal valorizada contra um fundo da mesma cor. Quase nada se diz dela, a não ser os metais e pedras que a constituem e a quem pertenceu. Uma pena, vê-se longe contra ripas de madeira e sem contraste que a valorize.
Os pratos, o náutilus e outras peças estão na total penumbra e só se vêem apontando a luz de vários telemóveis. Aliás, ao fazê-lo descobrimos o brilho das peças e as figuras nelas talhadas. Estão cheias de cenas de batalhas, uns, outros de cenas da Bíblia, mas também nada se diz deles a não ser, 'prato em prata dourada com cenas de batalha'...
O Náutilus é uma peça linda, mas também nada dizem dele a não ser, 'Náutilus'... incrível...
Esta caixa espectacular, só sabemos o que é, porque está escrito na sua base que foi uma oferta da indústria deAngola ao rei. É lindíssima, muito mais bonita do que aqui aparece neste fotografia de telemóvel.
Aqui vêem-se as pequeninas linhas que falam das peças. São aqueles tracinhos brancos minúsculos que se vêm na base.
As peças que melhor estão explicadas são as da colecção de medalhas.
Tem uma colecção de insígnias muito bonita.
Tirei uma fotografia à insígnia do grande tosão de ouro e diamantes que é uma peça absolutamente espectacular. De todas as insígnias que já vi em muito museus e casas pelo mundo fora, nunca vi nada tão espectacular . Vale a pena ir ver esta exposição só por causa dela. Infelizmente essa fotografia não ficou boa. Mas dela também só se diz o nome e o número de diamantes, rubis, etc. que tem.
Enfim, a caixa forte da exposição tem umas portas muito bonitas que não sei de quem são, mas a exposição está mal iluminada e mal explicada. Não percebo, mas acho uma pena. Não tive tempo de comprar o livro da exposição que quero muito porque há-de explicar (espero) as peças expostas.
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