January 10, 2023

A propaganda é uma estratégia típica dos vendedores de banha da cobra

 


Desde que uma Ministra de tão nefasta memória, nomeada por Sócrates, poisou na cadeira da Educação, nunca mais os professores tiveram sossego. ~Alexandre Parafita

Esta frase é muito verdadeira porque é exactamente esse o problema: o constante desassossego da escola por razões de ser usada para a propaganda dos governos. Antes dessa ministra também havia mudanças na escola e reformas, mas nada que destruísse os seus alicerces, como ela fez. Infelizmente a sua acção cancerígena deixou escola e seguidores nos ministros que se lhe seguiram.

Hoje, o ministro da educação mandou publicar no jornal mais sicofanta do governo um artigo de propaganda cheio de inverdades como por exemplo, dizer que há 17.000 professores no topo da carreira e não dizer que isso representa apenas 12% dos professores e não explicar que a maioria dos professores estão nos últimos anos de profissão e estão longe desse patamar de maneira que nunca o atingirão, sendo que esse impedimento de atingir o topo da carreira, nada tem que ver com falta de competência ou de bom serviço; ou não explicar que os 40% de professores que refere estarem nos últimos 4 escalões estão no 7º, por exemplo e, como estão a poucos anos da reforma nunca se aproximarão do topo; ou dizer que os professores recuperaram parte do tempo de carreira congelado, o que é mentira, pois esse diploma é de 2019 e aqui a minha pessoa ainda está à espera desses dois anos e nove meses, sendo que já passaram 4 anos; ou falar nas horas de apoio aos alunos (explicações) e esquecer de dizer que as conta como, não lectivas, para poder encher os professores de turmas; ou falar em formação de professores gratuita e esquecer de dizer que a gratuita é apenas a formação sobre  a sua disciplina catequética de cidadania ou do pseudo-sucesso, porque para fazermos formações na nossa área disciplinar pagamos aos 100 euros por cada uma; ou falar da desmaterialização dos exames nacionais como sendo isso a carga burocrática dos professores, sendo que essa desmaterialização, que está longe de ser pedagógica em todos os casos, não é a carga burocrática dos professores; ou falar, mentindo, na nova coerência do currículo, cada vez mais caótico; ou falar nas falsas inovações pedagógicas que na prática mais não são que impedir que os alunos tenham que trabalhar para ter sucesso nas disciplinas; ou mentir descaradamente quando diz que todas as decisões envolveram os professores, quando envolveram meia dúzia de professores que são os seus amanuenses que fazem estes cadernos de propaganda pseudo-pedagógica chamados projectos Maia como a fulana dos horóscopos; enfim, uma aldrabice pegada, dita de uma maneira enviesada, para parecer que fez muito. Olha, fez tanto, tanto que estão os professores todos mobilizados -com o apoio dos pais e dos alunos- para fazerem greve e partir a louça toda. Mas claro, isso deve-se, como sabemos, a sermos todos, nós, 140 mil professores, muitos estúpidos e enganados por um sindicato populista.


- quanto é que o jornal Púbico receberá para publicar propaganda incontestada de um governante incompetente? Nem um único jornalista neste pasquim tem coragem de pegar num bloco de notas e ir fazer perguntas a sério a este vendedor de banha da cobra? Uma tristeza...



No comments:

Post a Comment