Ruth Andreas-Friedrich, uma jornalista que durante o dia trabalhava para a revista feminina Die junge Dame (A jovem senhora) e à noite, salvava amigos, conhecidos e desconhecidos judeus, abrigando-os em sua casa.
A jornalista carioca radicada na Alemanha, Luciana Rangel debruça-se sobre a mulher à frente de seu tempo que foi Ruth – assim como do diário que deixou e que não é preenchido somente com factos, mas também com sentimentos, perspectivas individuais, lembranças e pistas de um tempo, uma época, um estilo de vida e uma geração, como neste trecho em que nos aponta a dificuldade da comunicação entre os que queriam ajudar. Do diário de Ruth, 11 de novembro de 1938:
Quase todos meus amigos abrigam pessoas. Quando conversamos uns com os outros, falamos em código. Quebra-se a cabeça por horas para tentar entender o que o parceiro do outro lado da linha quis dizer: quem diabos é Karl? Que Gehard? Que crianças são essas? Não faço ideia de quem possa ser, mas cresce o treino para o fim do mundo, e a cada hora aumenta o talento de decifrar combinações.
- "Ruth contra Hitler", da editora, Folhas de Relva Edições
(via Museu do Holocausto de Curitiba)
Houve e creio que ainda haja pessoas extraordinárias e de extraordinária coragem.
ReplyDeleteBom Dia
Pois há. Basta olhar para o Irão e para a Ucrânia. Bom dia.
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