Mas que anda o primeiro-ministro a fazer nas nossas costas?

 

A ratoeira tem sempre queijo gratuito.

Um artigo no jornal i defende a nossa submissão a Espanha. E fala mesmo em esquecermos a independência para a Espanha chegar a África através de nós e ficar um país poderosíssimo. Chama-lhe uma confederação ibérica. E diz que isto é que é ser inteligente. E que é um sonho de Espanha só interrompido por Filipe IV - portanto, nós portugueses nem existimos, nem temos vontade própria, nem tivemos nada que ver com a restauração da independência: foram os espanhóis que a perderam... E diz que isto tem sido trabalhado por António Costa. 

Mas que é isto? Eu não quero fazer parte de uma federação espanhola e muito menos perder a independência. Esta conversa parece a de Putin a dizer que a Ucrânia é russa e que foi o erro de Khrushchev que causou o trauma da separação. Mas que anda o primeiro-ministro a fazer nas nossas costas? Nem com esta guerra da Rússia na Ucrânia, nem com a dependência da Alemanha da Rússia se aprende que a política não é um negócio de comerciantes e há mais em jogo do que o dinheiro fácil? A ratoeira tem sempre queijo gratuito.

Independência? Aliância ibérico e Eurogerrião 

JAUME REIXACH

O novo Tratado de Amizade entre Portugal e Espanha, assinado no ano passado, é um texto ainda pouco conhecido e trabalhado, mas que se deve classificar como histórico, porque consagra, de facto, a Confederação Ibérica como interlocutor perante a comunidade europeia. 

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Foi Filipe IV quem provocou a secessão de Portugal e descabeçou os territórios transpirenaicos do Principado. Agora, Espanha e Portugal tentam reconduzir este enorme trauma histórico e entendem que, no seio da União Europeia, a Península Ibérica tem uma oportunidade de ouro para recuperar o protagonismo perdido.

Espanha e Portugal, se seguirem em uníssono, poderão assumir a dianteira da ponte entre a América Latina e os países africanos com o continente europeu. Estamos a falar da multiplicação de negócios, de trabalho, de população, de prosperidade, de futuro para os nossos filhos e para as gerações vindouras.