A Comissão, composta apenas por representantes das administrações regionais (quase todos homens) e sem qualquer representação de associações de utentes, de associações de defesa dos direitos das mulheres na gravidez e no parto, de obstetras, anestesistas, pediatras ou EESMO (Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica)
Carta ao ministro da Saúde
Capicua
Senhor ministro, enquanto mulher, mãe, cidadã e contribuinte escrevo-lhe esta carta aberta, com toda a preocupação e na esperança de que possa tomar a melhor decisão política, apesar do parecer técnico da Comissão de Acompanhamento responsável pelo estudo da situação das urgências obstétricas em Portugal. A Comissão, composta apenas por representantes das administrações regionais (quase todos homens) e sem qualquer representação de associações de utentes, de associações de defesa dos direitos das mulheres na gravidez e no parto, de obstetras, anestesistas, pediatras ou EESMO, e cuja proposta de solução para o problema das urgências obstétricas passa por fechar maternidades, não representa de forma nenhuma os interesses certos.
Em primeiro lugar, porque algumas das maternidades indicadas não têm tido qualquer falha e são das que têm garantido os serviços de urgências abertos e a funcionar. Depois, porque o fecho destas unidades deixará as populações ainda mais desamparadas, quando o que se espera do Governo é que resolva a carência de serviços obstétricos e não o oposto. Além de que algumas das maternidades que a Comissão quer extinguir são precisamente as que têm feito um caminho de atualização das suas práticas, por uma assistência ao parto mais respeitosa da vontade da mulher e da sua dignidade, nomeadamente o hospital da Póvoa de Varzim e Vila do Conde e o hospital de Famalicão, cujas equipas, equipamentos e instalações estão dedicados ao parto respeitado.
Se vir os números, a cada ano, o CHPVVC tem mais partos do que no anterior. Se ouvir os relatos, verá que é o hospital do país mais bem cotado na plataforma Birth Advisor. E se for conhecer, verá que tanto na Póvoa como em Famalicão parem mulheres do país inteiro, atraídas por cuidados de saúde baseados em evidências e respeitadores da sua vontade e da fisiologia do parto. Ironicamente (ou não) estão na lista negra da Comissão.
Ora, quem acha que subtrair é solução em cuidados de saúde só pode estar ao serviço dos negócios e não das populações, e quer alimentar diretamente o lucro dos hospitais privados. Ter cuidados de saúde de proximidade é essencial para gestar e parir em segurança, sendo que, perante o desespero de fazer quilómetros e quilómetros em trabalho de parto, muitas mulheres preferirão ir ao hospital privado. Face à falta de resposta hospitalar respeitadora (como há na Póvoa e em Famalicão e, aliás, deveria ser regra em todos os hospitais do país), muitas mulheres preferirão parir em casa. A decisão é sua.
Em primeiro lugar, porque algumas das maternidades indicadas não têm tido qualquer falha e são das que têm garantido os serviços de urgências abertos e a funcionar. Depois, porque o fecho destas unidades deixará as populações ainda mais desamparadas, quando o que se espera do Governo é que resolva a carência de serviços obstétricos e não o oposto. Além de que algumas das maternidades que a Comissão quer extinguir são precisamente as que têm feito um caminho de atualização das suas práticas, por uma assistência ao parto mais respeitosa da vontade da mulher e da sua dignidade, nomeadamente o hospital da Póvoa de Varzim e Vila do Conde e o hospital de Famalicão, cujas equipas, equipamentos e instalações estão dedicados ao parto respeitado.
Se vir os números, a cada ano, o CHPVVC tem mais partos do que no anterior. Se ouvir os relatos, verá que é o hospital do país mais bem cotado na plataforma Birth Advisor. E se for conhecer, verá que tanto na Póvoa como em Famalicão parem mulheres do país inteiro, atraídas por cuidados de saúde baseados em evidências e respeitadores da sua vontade e da fisiologia do parto. Ironicamente (ou não) estão na lista negra da Comissão.
Ora, quem acha que subtrair é solução em cuidados de saúde só pode estar ao serviço dos negócios e não das populações, e quer alimentar diretamente o lucro dos hospitais privados. Ter cuidados de saúde de proximidade é essencial para gestar e parir em segurança, sendo que, perante o desespero de fazer quilómetros e quilómetros em trabalho de parto, muitas mulheres preferirão ir ao hospital privado. Face à falta de resposta hospitalar respeitadora (como há na Póvoa e em Famalicão e, aliás, deveria ser regra em todos os hospitais do país), muitas mulheres preferirão parir em casa. A decisão é sua.
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