October 26, 2022

Os putineiros do rectângulo




Estão a roer as unhas dos pés de raiva do seu ídolo ter sido desmascarado como um colonialista, terrorista e fascista que é.
Este comentador distorce tudo para fazer parecer que a falta de princípios democráticos da UE é igual à da Rússia. Nesse sentido, passa uma esponja por cima do facto de a Rússia ter imposto uma guerra terrorista à Ucrânia com tentáculos a toda a Europa (e não só), que espalha cancros por tudo quanto é país na forma de russos, uns bilionários que alimentam a máquina de morte da Rússia, outros coniventes com o sistema terrorista de Putin, outros meros espiões.

Tenho a certeza que este Tadeu critica Salazar por ter permitido que no tempo da Segunda Guerra andassem por aqui nazis à vontade a espiar e perseguir judeus que tentavam fugir do extermínio, mas agora, visto que o fascista que advoga a exterminação dos ucranianos é o seu ídolo Putin, ele diz que é uma afronta fecharmos as portas aos fascistas.

Ainda diz que os responsáveis europeus pregam as virtudes da guerra na Ucrânia, o que é uma mentira óbvia, pois todos condenam a guerra, que não é da Ucrânia, mas da Rússia e o que pregam é a virtude heróica dos ucranianos em não se deixarem exterminar para agradar aos fascistas russos e respectivos rebanhos seguidistas, onde este tipo se inclui, ao que parece.

E pergunta como pode a UE criticar a Hungria por limitar os direitos dos cidadãos? Bem, como qualquer um vê, o governo húngaro não está em guerra com os seus próprios cidadãos ou se está, não devia estar. Já a Rússia diz alto e bom som que está a fazer o que pode para minar as democracias ocidentais e provocar o caos nestas sociedades que Putin apelida de 'não masculinas'. Se calhar é por isso que este Tadeu gosta de Putin. Talvez seja defensor de sociedades machistas, de força bruta.

A União Europeia ainda é democrática?


A Ordem dos Advogados comunicou há duas semanas que, por decisão europeia, todos os advogados portugueses estão proibidos de prestar "serviços de aconselhamento jurídico", de forma direta ou indireta, ao governo e a quaisquer "pessoas coletivas, entidades ou organismos estabelecidos na Rússia".

(...) esta medida draconiana, incluída em mais um pacote de sanções decidido pelo Conselho Europeu, abranger implicitamente organizações russas que sejam opositoras de Putin (...) resvala para perto de uma perigosa fronteira de violação de direitos até agora inquestionáveis.

Não é por acaso que a nossa Constituição afirma, no seu artigo 20.º, que "todos têm direito, nos termos da lei, a informação e consulta jurídicas".
(...)
Apesar de o comunicado da Ordem dos Advogados explicar que a proibição "não se aplica à prestação de serviços estritamente necessários ao exercício do direito de defesa em processos judiciais e ao direito a uma tutela jurisdicional efetiva" (ou seja, em tribunal os advogados da União Europeia podem defender instituições russas)
(...)
... os responsáveis europeus pregam as virtudes da guerra na Ucrânia em nome da defesa da democracia ocidental ou liberal... ... E, no entanto, parte das medidas que aplicam para ajudar a combater a Rússia são antidemocráticas (por exemplo, na proibição e cancelamento de acesso aos órgãos de comunicação social russos), arbitrárias (por exemplo, nos países bálticos, na Polónia e na Finlândia foi proibida a entrada a qualquer turista russo, nos outros países isso não acontece), autoritária (por exemplo, esta medida impede os advogados de escolher livremente os seus clientes) e violadoras de um verdadeiro Estado de Direito (a prática da justiça, com esta decisão, passa a incluir critérios discriminatórios, por nacionalidade, o que é xenofobia pura).

Como é que a União Europeia pode sustentar, depois de aplicar medidas como estas, o procedimento que abriu, com boas razões, ao governo da Hungria?

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