toomas hendrik ilves
@IlvesToomas
Fico sempre surpreendido como as pessoas com muito dinheiro pensam que ter muito dinheiro equivale a ser um génio em todas as outras áreas, neste caso a política externa e de segurança. Esta é a essência do Trumpismo. (a propósito da proposta de Elon Musk para o fim da guerra da Rússia na Ucrânia)
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Completamente de acordo. Aliás, gostava que os adultos deixassem de dar estes indivíduos como exemplo de que a universidade e o estudo não têm grande importância porque depois os miúdos repetem isso como verdades adquiridas e não percebem que não estão na mesma situação que essas pessoas. Ainda hoje tive que explicar a um aluno que Elon Musk deixou a universidade porque podia: o pai dele era um dono (com outro) de uma mina de esmeraldas na África do Sul.
Zuckerberg vem de uma família que lhe pagou a educação na Phillips Exeter Academy, uma escola particular que prepara aluno ricos para as universidade da Ivy League. Ele entrou em Harvard e só deixou a universidade depois de fundar o FB e começar a ganhar dinheiro.
Já Jeff Bezos, que não vem de uma família rica, pelo contrário, primeiro graduou-se em Princeton summa cum laude e só depois foi fazer dinheiro (embora os pais lhe emprestassem 250 mil dólares para começar a Amazon - nos anos 90 era muito dinheiro).
Steve Jobs entrou para a universidade e saiu porque o pai, um multimilionário sírio, podia pagar-lhe o desemprego.
Bill Gates era filho de um mulher muito rica que investia em imobiliário e fazia parte da administração de um banco ( que era do avô) e várias empresas. A mãe mandou-o para um escola privada de preparação para a universidade (mais tarde Gates enviou para lá os filhos depois de doar 40 milhões à escola) e ofereceu à escola computadores (anos 70, era um luxo), porque o filho gostava (parece que o Gates era lá popular...) e despejou rios de dinheiro em todos os assuntos que o interessavam. Gates entrou em Harvard no curso de Direito e só largou a faculdade depois de conseguir 'vender' a ideia da Microsoft, que foi a mãe quem vendeu ao conselho de administração da sua empresa e do banco onde estava no Conselho de Adiminstração.
Ainda na semana passada ouvi Paula Amorim dizer que não valoriza os estudos e deixou de estudar aos 19 anos e se deu muito bem com isso... lol, a verdade é que deu-se bem porque o pai tinha muito dinheiro e lhe deu logo um emprego na administração da empresa.
Mas estas pessoas todas e outras que podíamos citar, porque têm muito dinheiro, estão convencidas que têm grande inteligência e sabedoria em todas as áreas. Gates, por exemplo, como tem muito dinheiro, está convencido que ele é que sabe como educar os jovens. Gastou biliões nas escolas públicas de Los Angeles a influenciar o que se fazia nas escolas, quem se contratava, que disciplinas se devia dar e como. Foi tudo um fiasco. Mas ele continua a escrever como se fosse especialista em educação. Também escreve sobre agricultura e outras coisas. Dado que conhece pessoas em posição de poder, por ser muito rico, está informado sobre o que pensam sobre vários assuntos e como tem essas informações pensa que já é um especialista igual aos que o informam.
Portanto, sim, estou de acordo que, em primeiro lugar ter muito dinheiro não é sinal de ser inteligente e especialista em várias áreas; em segundo lugar, essas pessoas que deixam a escola ou entram nas universidades com o dinheiro e vantagens dos pais, não têm noção de que entraram por terem essas vantagens todas e saíram por ter essas vantagens. Em terceiro lugar, a maioria trumpiza-se, quer dizer fica convencido que a educação não serve para nada, pois são riquíssimos e até desistiram dela e que sabem tudo sobre tudo. Como as pessoas geralmente são subservientes ao ponto do nojo quando estão em presença de muito dinheiro (e/ou poder), essas pessoas ainda mais se convencem que são génios universais cuja palavra vale por si mesma. Confundem filantropismo com justiça social e democracia.
Se calhar, se tivessem concluído os estudos por si mesmos tinham uma visão mais realista do conhecimento e de si mesmos.
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