September 19, 2022

Títulos para enganar e dizer mal dos professores - significa que vem aí mais um corte nos nossos salários?




Isto é todos os dias. Mas quem é que quererá ser professor neste ambiente?
Vejamos, a profissão está envelhecida o que significa que a maioria dos professores tem uma licenciatura pré-bolonha. O que significa isso? 
Uma licenciatura anterior ao acordo de Bolonha tinha, ou quatro ou cinco anos. Depois dessa licenciatura, para ser professor tinha que fazer-se uma profissionalização que consistiam em mais dois anos de estudo e prestação de provas (em exercício): o primeiro ano era curricular, isto é, tinha-se aulas numa escola superior de educação como cadeiras de psicologia, pedagogia, socialogia e didáctica, com prestação de provas e avaliação e o segundo era já em exercício da profissão mas tutelado e também com avaliação e provas. Tinha-se um orientador da escola superior (acompanhava as tarefas extra-curriculares do professor, dava-nos tarefas e avaliava) e outro na escola que ia assistir às aulas e avaliava essa parte. Portanto, ao todo eram seis ou sete anos de formação e estes dois anos após a licenciatura eram um mestrado, só que não lhe chamavam isso.
Hoje-em-dia, uma licenciatura são três anos e o mestrado um. Portanto, onde dantes precisávamos de estudar seis ou sete anos para ser professor, agora são quatro. 
Aliás, se actualmente é obrigatório o mestrado, é porque a licenciatura actual pós-bolonha é o antigo bacharelato. 
Em tempos, quando os políticos não eram uns cobardes, houve a ideia de fazer equivaler as antigas licenciaturas aos mestrados actuais, uma vez que têm até mais preparação e anos de estudo.
Logo, pôr este título para fazer parecer que os professores mais antigos têm falta de formação relativamente aos mais novos, ou é ser burro e não saber fazer contas de somar, ou incompetente e não se dar ao trabalho de ir saber como eram e são agora as formações ou um simples mentiroso ao serviço dos do costume para dizer mal dos professores.
Mas como o público é um dos jornais que mais fretes faz ao governo do PS (calculo que este artigo tenha sido encomendado) e sabendo nós que o governo do PS detesta professores, estes artigos não admiram.

Só 13% dos professores do ensino não superior têm um grau de mestre ou de doutor



O envelhecimento da classe docente também se reflecte no seu retrato académico: a esmagadora maioria dos docentes em exercício tem licenciatura pré-Bolonha, quando ainda não era necessário um mestrado em ensino para exercer a profissão. Mas a idade não explica tudo. “Um professor que tenha o grau de doutor não tem qualquer vantagem de progressão, remuneração ou reconhecimento na escola onde lecciona”, sublinha investigadora.

2 comments:

  1. Parabéns. Esgrimiu os argumentos certos. Mas hoje a sanha contra os professores não pára. Gostava eu que fosse apenas mal do PS. Mas olhe que não. Bem recordo a maior manifestação de professores de que há memória.
    E Guterres afirmava a sua paixão pela educação. O que quer que isso fosse.

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  2. Sim, eu sei que não é só o PS. O PPC fez um buraco de 30 mil professores que mandou embora. E agora não voltam.

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