September 03, 2022

Entretanto, Mário Centeno aconselha austeridade aos outros

 

(Para si venham 20 mil euros ao mês mais as prebendas do cargo.)


1. Mário Centeno, antigo ministro socialista das Finanças, agora governador do Banco de Portugal (com assento no Banco Central Europeu), deixou o aviso, perante as notícias de que o Estado poderá abrir mão de umas centenas de milhões de euros de receitas, dessa forma aliviando o garrote das famílias com as faturas da luz e do gás, da bomba de gasolina ou do supermercado: é preciso "paciência com a inflação", diz Centeno, assegurando que, no médio prazo, descerá para 2% (em agosto chegou aos 9%). Problema: as contas são para pagar agora, não no médio prazo. O Ronaldo das Finanças (dizem os alemães) também quer prudência nas medidas de apoio, rejeitando exuberâncias quando a economia cresce, o desemprego está em mínimos e os salários sobem 4%. Argumenta com dados macroeconómicos, que são verdadeiros. O problema é que as pessoas vivem na microeconomia. Por exemplo, os quase três milhões de trabalhadores por conta de outrem cujo salário é inferior a mil euros e que foi engolido pelo custo de vida. Centeno transformou-se num "falcão" da economia. Se é que alguma vez foi uma "pomba"

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