September 26, 2022

Cores medievais



Cores medievais. Esta é a paleta das cores naturais, tingidas a partir de plantas.



Estou a trabalhar a estética com turmas do 11º ano. Fico sempre um bocadinho surpreendida com a falta de familiaridade que os alunos têm com a arte. É tudo uma novidade, é tudo estranho. Vivem rodeados de criações artísticas: a música, o design, a fotografia e mesmo a estatuária das praças públicas, mas nunca observaram, passam por tudo sem olhar, como se estivessem a dormir. Precisam de um woke estético. Tenho um aluno que veio da Holanda, uma terra de mestres pintores... Enfim, alguém lhes inculcou no pensamento que gostos não se discutem, que cada um tem o seu definido ou empedernido, melhor dizendo como se não houvesse educação do gosto. Hoje comecei a aula com as mesmas duas imagens com que comecei o 10º ano, para ver como o discurso deles evoluiu desde o ano passado. Uma das imagens é esta do cavalo taxidermizado e estivemos a reflectir sobre como é que se observa a realidade de maneira a ir mais além do que aparece à superfície. Infelizmente o projector não está com boa imagem, fica tudo um bocado escuro (deve estar com a lâmpada nas últimas) e estraga muito o efeito das obras. Mas foi interessante.

É de Maurizio Cattelan - 'Sem Título, 2007'
Foto de axel schneider 

2 comments:

  1. A paleta de cores medievais é sedutora ainda que pouco variada face à modernidade. Os animais empalhados é que...

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  2. Havia outras cores mas não eram de uso comum porque eram extraídas de matérias muito caras e raras que vinham de muito longe.
    Pois, é exactamente esse o propósito do animal empalhado: mostrar o seu despropósito, o que se percebe imediatamente olhando para o corpo e não para as cabeças como é costume.

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