Dizendo já que não sei se o eucalipto é pior que outras espécies, sei, no entanto, alguns problemas com que nos debatemos: secas cada vez mais severas, perda de biodiversidade, desertificação de vastas áreas do território. Portanto, a questão que deve ser posta é: num território tão pequeno como o nosso com aqueles problemas mencionados, o eucalipto e a indústria do papel ajudam a resolvê-los? E se não ajudam, pelo menos não empatam a solução dos problemas de perda de biodiversidade, falta de água generalizada e desertificação do território? E qual é a prioridade, não para o voto nas próximas eleições, não para entregar negócios a lobistas e amigos dos medinas do sistema, mas para o futuro sustentável do país?
Essas são as questões que devem ser postas porque sim, queremos ser o primeiro ou o segundo produtor mundial disto ou daquilo, mas se isso põe em causa as nossas prioridades de sustentação, já de si complicadas de resolver, então não, porque quem é que quer morrer da cura?
Ambientalistas repudiam "eucaliptização" de áreas de mato e denunciam "interesses financeiros insustentáveis"
“Na verdade, o que está em causa é um aspeto pecuniário, ou seja, é mais barato plantar em áreas de mato do que replantar atuais áreas de eucaliptal abandonado ou mal gerido, sendo que a diferença de custos ronda valores por hectare 50% superiores nas replantações”, dizem as associações num comunicado divulgado esta quinta-feira.
O comunicado das associações ambientalistas surge na sequência de uma notícia recente, segundo a qual proprietários florestais e indústrias da celulose pediram o aumento da área de eucalipto e de outras espécies de árvores de crescimento rápido em zonas de mato abandonadas para reduzir o risco de incêndio e desenvolver o setor.
“A área devia ser aumentada e não reduzida”, afirmou à agência Lusa Luís Damas, presidente da Federação Nacional das Associações de Proprietários Florestais (FNAPF), como também defendeu a Associação da Indústria Papeleira - Celpa.
A Acréscimo e a Zero manifestam no comunicado “total repúdio por esta tentativa de criar pressão sobre o Governo para voltar a desregulamentar as arborizações com eucalipto, quando o que verdadeiramente está em causa é a existência de um passivo ambiental que a indústria não tem qualquer intenção de solucionar mas sim de acentuar”.
As associações explicam que as áreas de eucaliptal mal gerido e abandonado representam cerca de dois terços da área total de eucalipto em Portugal, 560 mil hectares de um total de ocupação oficial de 845 mil hectares.
A Acréscimo e a Zero acrescentam que a ocupação real de eucaliptos rondará já, “muito provavelmente, cerca de um milhão de hectares, com esta espécie exótica a dominar a paisagem florestal a norte do rio Tejo” (dados de 2015 do 6.º Inventário Florestal Nacional ).
Depois, afirmam as duas associações, a análise das celuloses está “completamente enviesada”, porque os registos indicam que a presença das áreas de matos tem vindo a decrescer e o envolvimento das áreas de eucaliptal na área ardida total apresenta uma tendência crescente. A proposta da indústria da celulose não terá qualquer impacto na redução dos incêndios, garantem.
A proposta, consideram, é baseada apenas “em interesses financeiros insustentáveis, que colocam em causa a economia, o bem-estar das populações, rurais e urbanas, e o património ambiental do país”.
O eucalipto representa 26% da floresta portuguesa.
Portugal é o terceiro maior produtor europeu de pastas de celulose e o segundo de papel.
Ambientalistas repudiam "eucaliptização" de áreas de mato e denunciam "interesses financeiros insustentáveis"
“Na verdade, o que está em causa é um aspeto pecuniário, ou seja, é mais barato plantar em áreas de mato do que replantar atuais áreas de eucaliptal abandonado ou mal gerido, sendo que a diferença de custos ronda valores por hectare 50% superiores nas replantações”, dizem as associações num comunicado divulgado esta quinta-feira.
O comunicado das associações ambientalistas surge na sequência de uma notícia recente, segundo a qual proprietários florestais e indústrias da celulose pediram o aumento da área de eucalipto e de outras espécies de árvores de crescimento rápido em zonas de mato abandonadas para reduzir o risco de incêndio e desenvolver o setor.
“A área devia ser aumentada e não reduzida”, afirmou à agência Lusa Luís Damas, presidente da Federação Nacional das Associações de Proprietários Florestais (FNAPF), como também defendeu a Associação da Indústria Papeleira - Celpa.
A Acréscimo e a Zero manifestam no comunicado “total repúdio por esta tentativa de criar pressão sobre o Governo para voltar a desregulamentar as arborizações com eucalipto, quando o que verdadeiramente está em causa é a existência de um passivo ambiental que a indústria não tem qualquer intenção de solucionar mas sim de acentuar”.
As associações explicam que as áreas de eucaliptal mal gerido e abandonado representam cerca de dois terços da área total de eucalipto em Portugal, 560 mil hectares de um total de ocupação oficial de 845 mil hectares.
A Acréscimo e a Zero acrescentam que a ocupação real de eucaliptos rondará já, “muito provavelmente, cerca de um milhão de hectares, com esta espécie exótica a dominar a paisagem florestal a norte do rio Tejo” (dados de 2015 do 6.º Inventário Florestal Nacional ).
Depois, afirmam as duas associações, a análise das celuloses está “completamente enviesada”, porque os registos indicam que a presença das áreas de matos tem vindo a decrescer e o envolvimento das áreas de eucaliptal na área ardida total apresenta uma tendência crescente. A proposta da indústria da celulose não terá qualquer impacto na redução dos incêndios, garantem.
A proposta, consideram, é baseada apenas “em interesses financeiros insustentáveis, que colocam em causa a economia, o bem-estar das populações, rurais e urbanas, e o património ambiental do país”.
Portugal é o terceiro maior produtor europeu de pastas de celulose e o segundo de papel.
Em Portugal, não há estratégia para coisa nenhuma, muito menos para a floresta. A única preocupação foi fazer que se faz, onerando os proprietários com as limpezas dos terrenos, que de pouco ou nada servem.
ReplyDeleteQuem pode tenta rentabilizar minimamente a floresta e, se é o eucalipto que dá, vai o eucalipto.
Disseram-me que neste governo há um secretário de Estado que trabalha e faz serviço. Infelizmente não tem nada que ver com ordenamento do território, florestas, etc.
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