Sejam médicos, gestores, biólogos marinhos ou economistas, como esta senhora que aqui escreve sobre a educação sexual nas escolas misturando o caso da cidadania e dos pais de Famalicão com a dificuldade que tem, ela e os amigos de colégios muito conservadores em falar de sexualidade aos filhos, que generaliza a toda a população.
Se eu me pusesse aqui a dizer aos economistas como devem organizar a economia e o que devem fazer pelo facto de contribuir para a economia e ser afectada pela economia, diriam que só uma pessoa sem consciência se põe a falar daquilo que não percebe, mas se é de educação todos pensam que por terem filhos ou sobrinhos ou o que seja, já percebem de educação para dizer o que deve ser dado e como e por quem. À conta disso dizem coisas absurdas como: a educação sexual é mais fulcral para as raparigas... mas as raparigas praticam relações sexuais sozinhas? A transmissão de doenças não tem nada que ver com rapazes? Os problemas da protecção de doenças transmissíveis, da contracepção, da gravidez são exclusivos das mulheres? Os rapazes só têm que saber 'como fazer filhos às mulheres', como dizem os machistas?
Ao contrário do que esta economista pensa, os jovens adolescentes, em geral, hoje-em-dia não têm problemas nenhuns em falar de sexualidade. Ao contrário do que pensa, a sexualidade é um tema abordado nas escolas, primeiro na escola primária, como se chamava antes e depois na disciplina de biologia e na de psicologia (esta infelizmente é uma disciplina de opção), o que está bem porque a sexualidade é uma parte da nossa vida bio-socio-psicológica. Não é uma instância separada da nossa vida animal, social e psicológica. Os valores de religião que algumas pessoas conferem à sexualidade [ou negam] não têm que ver com a educação escolar, mas sim com a parental.
É certo que a questão de saber se o tema da sexualidade pode ser abordado com mais profundidade é uma questão que se pode pôr - ou até se pode ser abordada em outras disciplinas, como por exemplo, na história. Porém, dar a entender que a sexualidade é inexistente nas escolas não é verdade e dizer que é mais importante para as raparigas é um reforço dos preconceitos sócio-culturais que, esses sim, prejudicam as raparigas.
Porque é que os economistas não falam de economia? Por exemplo, nós nas escolas sabemos que a economia, o rendimento das famílias está associado às opções que os jovens têm, ou não têm, de construir um futuro mais consciente dos seus direitos e deveres individuais e sociais na sexualidade. Porque não propõe antes soluções para esse problema?
Todos precisamos, até porque todas as questões têm «vários ângulos». Por exemplo, fala-se na gravidez frequentemente como um problema que afeta a vida das raparigas e tal, mas quase nunca se diz aos rapazes que a dita é usada por aquelas também como forma de os «prender». Aliás, esta questão da forma como algumas mulheres usam a gravidez para atingir certos fins também mereceria mais discussão e debate, nunca esquecendo que a questão da prevenção diz respeito a ambos.
ReplyDeleteAs mulheres usam a gravidez para prender homens? Em que século está? Quem é que hoje em dia se 'prende' a uma mulher ou vice-versa, se 'prende' a um homem por gravidez? Só quem quer...
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