O professor pode ser contra as políticas de género, como se diz, e até manifestar publicamente que não concorda com elas, mas isso é muito diferente de dizer que as pessoas não heterossexuais são lixo humano, que devem ser afastadas com recurso à violência, etc. Isso não é compatível com o seu estatuto profissional onde tem que lidar com estudantes com todo o tipo de sexualidade e lhes deve igual respeito e imparcialidade no juízo e tratamento. Qual é o estudante que sendo gay, por exemplo, sente poder ser tratado com respeito e justiça numa aula com um professor que sabe considerá-lo lixo humano? O professor nem isto percebe? Seria o mesmo que o ministro do Ambiente chamar lixo humano a todos os que se empenham pela diversidade ambiental ou pelo fim da poluição, por exemplo. Não é que ele não o pudesse fazer em termos de liberdade de expressão, mas ficaria evidente a sua inadequação para o cargo de ministro do qual faz parte zelar pela qualidade e diversidade do ambiente.
“Homofóbico com certeza sou”: declarações de docente da Universidade de Aveiro revoltam alunos
Professor de Física diz que comunidade LGBTQ+ “constitui um dos grandes perigos civilizacionais” e declara que “há muita coisa que só se resolve com violência”. Descontentes, alunos denunciam professor Paulo Lopes por discurso de “ódio” e “discriminação”. Reitoria afirma que “actuará em conformidade, com rapidez e firmeza”.
Júlia Maciel e Lusa
Em causa está uma publicação (não disponível a todos os utilizadores) que o docente Paulo Lopes fez na sua página da rede social Facebook, na qual critica abertamente a comunidade LGBTQ+,
Paulo Lopes diz ainda que a campanha publicitária “é uma agressão” e que “mereceria umas valentes pedradas nas vitrinas”. “Estamos a precisar urgentemente de uma ‘inquisição’ que limpe este lixo humano (...) todo!”, diz. Já na noite de quinta-feira, em declarações à TVI, disse: “Há muita coisa que só se resolve com violência.” E acrescentou: “Homofóbico com certeza que sou”. Contudo, assegura que a sua postura enquanto professor é, e sempre foi, “100% profissional”.... a Reitoria difundiu um comunicado dirigido aos membros da comunidade académica, onde defende a liberdade de expressão e de opinião, consagrada na Constituição da República Portuguesa, reconhecendo a separação das esferas pessoal e profissional.
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