Onde se conclui que o problema da desconsideração dos professores vem da Fenprof. Vejamos, eu não pertenço nem nunca pertenci à Fenprof, não faço pouca crítica a esse sindicato e vi, no tempo da Lurdes Rodrigues, dezenas de professores, una atrás de outros, a rasgarem o cartão da Fenprof - desde aí a Fenprof nunca mais revelou quantos professores ainda tem como membros.
No entanto, o que levou ao desencanto de milhares de professores com a Fenprof foi a cumplicidade que este sindicato teve com a Lurdes Rodrigues (nas costas dos professores e à custa deles), essa sim, que foi a causa da desconsideração e caos na profissão, coisa de que aliás se gabava publicamente, isto é, de as suas políticas terem destruído a profissão, mas de ter ganho os pais contra os professores. É difícil encontrar maior leviandade que isto. Mas esse trabalho cancerígeno dessa ministra só foi possível por causa da cumplicidade dos políticos e professores universitários do país, dos jornalistas e... da Fenprof.
Ao contrário do que diz este senhor, os professores não são trabalhadores com pouca preparação. Para ser professor são necessárias a licenciatura (hoje-em-dia, no pós-Bolonha, todos os professores trazem um mestrado e muitos fazem doutoramentos) e uma formação/especialização profissional. É certo que a partir de agora isso irá mudar porque não há professores, ninguém quer ser professor (apesar das mentiras que diz este ministro e de mandarem escrever nos jornais de sicofantas artigos a dizer que há três pessoas que querem ser professores) e nessas situações funciona a lei da oferta e da procura.
A centralização da profissão não tem nada que ver com o poder da Fenprof e na frase deste senhor sobre esse assunto percebe-se que ele não está minimamente por dentro do problema.
Será que também pensa que o que fizeram à profissão dos médicos é culpa dos sindicatos ou do bastonário? E o que fizeram à administração pública também é culpa dos sindicatos? E o que fazem aos enfermeiros também é culpa da bastonária? Penso que pensa que sim. Culpam todos menos os decisores das políticas.
Dignidade e impunidade
Bruno Bobone
Dignidade e impunidade
Os professores são o garante do futuro de uma sociedade. Como tal devem ser olhados como exemplo e ser respeitados como o garante da sua evolução e do seu crescimento.
Os professores mais importantes são, ao contrário daquilo que se possa pensar numa primeira análise, os professores primários.
São aqueles que maior impressão criam no desenvolvimento de uma criança, porque atuam num período de grande capacidade de absorção e no momento em que se forma o caráter da pessoa que será no seu futuro.
Mas também os professores dos seguintes níveis de ensino têm essa enorme importância para a estruturação da sociedade.
Para além de ensinarem a ciência, a língua, a filosofia e a matemática, são também os apuradores da formação de caráter das novas gerações e, mais uma vez, o exemplo a seguir pelos seus alunos.
Os professores universitários, também eles exemplo para a vida profissional dos jovens, são os responsáveis pela formação das competências técnicas e estratégicas que criarão pessoas bem preparadas e comprometidas, que definirão a capacidade de desenvolvimento da sociedade em que se integram.
São definitivamente os professores, aqueles que mais importância têm para determinar o tipo de sociedade que teremos no futuro.
Mal vai a sociedade que desvaloriza esta classe profissional, que não a promove, que não lhe dá o respeito e que não lhe dá as condições de vida dignas, que lhes permitam ter a tranquilidade e a paz para poderem dedicar-se a cuidar daqueles que vão ser o nosso futuro.
A estabilidade é uma primeira condição essencial a essa tranquilidade.
Aquilo a que assistimos anualmente com o concurso de colocação de professores é, no mínimo um espetáculo degradante para uma profissão de tamanha relevância.
Seria um péssimo espetáculo para qualquer profissão, ainda que a mobilidade na vida possa ser algo razoável, a inibição de uma estabilidade de morada para os professores é claramente desestabilizadora, pouco digna e não promove a atração a esta profissão das pessoas que melhor a poderiam desempenhar.
A pobre retribuição que auferem e a falta de respeito a que são sujeitos são outros dois fatores que não estimulam a valorização desta opção profissional.
É claro que, também da parte dos professores, há que exigir comportamentos verdadeiramente exemplares, que possam ser seguidos, e uma responsabilidade compatível com a importância da profissão.
Mas sem condições, pouco se pode exigir e poucos candidatos se podem atrair com as características que precisamos.
Mas há uma estrutura que, na minha opinião, com a imagem de querer defender estes profissionais, é aquela que mais tem contribuído para a sua desconsideração.
A Fenprof precisa absolutamente de uma classe de professores indefesa e maltratada para a sua subsistência.
Precisa que a centralização do poder sobre os professores se mantenha para que se mantenha a sua razão de existir.
Precisa da precariedade e da pouca preparação dos candidatos a professores para que se entreguem a uma estrutura perniciosa, que não os defende, mas que não os deixa morrer à fome.
Os professores mais importantes são, ao contrário daquilo que se possa pensar numa primeira análise, os professores primários.
São aqueles que maior impressão criam no desenvolvimento de uma criança, porque atuam num período de grande capacidade de absorção e no momento em que se forma o caráter da pessoa que será no seu futuro.
Mas também os professores dos seguintes níveis de ensino têm essa enorme importância para a estruturação da sociedade.
Para além de ensinarem a ciência, a língua, a filosofia e a matemática, são também os apuradores da formação de caráter das novas gerações e, mais uma vez, o exemplo a seguir pelos seus alunos.
Os professores universitários, também eles exemplo para a vida profissional dos jovens, são os responsáveis pela formação das competências técnicas e estratégicas que criarão pessoas bem preparadas e comprometidas, que definirão a capacidade de desenvolvimento da sociedade em que se integram.
São definitivamente os professores, aqueles que mais importância têm para determinar o tipo de sociedade que teremos no futuro.
Mal vai a sociedade que desvaloriza esta classe profissional, que não a promove, que não lhe dá o respeito e que não lhe dá as condições de vida dignas, que lhes permitam ter a tranquilidade e a paz para poderem dedicar-se a cuidar daqueles que vão ser o nosso futuro.
A estabilidade é uma primeira condição essencial a essa tranquilidade.
Aquilo a que assistimos anualmente com o concurso de colocação de professores é, no mínimo um espetáculo degradante para uma profissão de tamanha relevância.
Seria um péssimo espetáculo para qualquer profissão, ainda que a mobilidade na vida possa ser algo razoável, a inibição de uma estabilidade de morada para os professores é claramente desestabilizadora, pouco digna e não promove a atração a esta profissão das pessoas que melhor a poderiam desempenhar.
A pobre retribuição que auferem e a falta de respeito a que são sujeitos são outros dois fatores que não estimulam a valorização desta opção profissional.
É claro que, também da parte dos professores, há que exigir comportamentos verdadeiramente exemplares, que possam ser seguidos, e uma responsabilidade compatível com a importância da profissão.
Mas sem condições, pouco se pode exigir e poucos candidatos se podem atrair com as características que precisamos.
Mas há uma estrutura que, na minha opinião, com a imagem de querer defender estes profissionais, é aquela que mais tem contribuído para a sua desconsideração.
A Fenprof precisa absolutamente de uma classe de professores indefesa e maltratada para a sua subsistência.
Precisa que a centralização do poder sobre os professores se mantenha para que se mantenha a sua razão de existir.
Precisa da precariedade e da pouca preparação dos candidatos a professores para que se entreguem a uma estrutura perniciosa, que não os defende, mas que não os deixa morrer à fome.
No comments:
Post a Comment