Fazer a Reforma do Sistema Eleitoral é urgente
Fernando Teixeira Mendes
A degradação contínua da nossa classe política obriga à actuação firme da Sociedade Civil para conseguirmos resolver os problemas graves do nosso país. É urgentíssimo e vital que a nossa economia cresça. É imperativo melhorar a competitividade internacional da nossa economia. A Sociedade Civil tem de deixar a apatia em que vive e que permite que a classe política dirigente tome medidas que continuem a afastar os nossos jovens empreendedores do país. Portugal tem, indubitavelmente, de criar condições para reter os seus jovens talentos. O país tem condições naturais fantásticas e só não os retemos graças à falta de profissionalismo e de saber da nossa classe governante.
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Em artigos anteriores debrucei-me sobre a arrogância da Classe Política, a degradação do Sistema Educativo, os problemas da Justiça, a elevada burocracia e a alta carga tributária, a Corrupção, os níveis de endividamento do Estado, os incríveis erros de gestão de recursos humanos praticados no Sistema Nacional de Saúde...
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Lamentavelmente também erros de gestão estão implícitos no flagelo dos incêndios que têm, infelizmente, assolado o nosso país nesta altura do ano. Lembro os incêndios de 2003 e de 2017 e parece-me que pouco ou nada foi feito a nível de legislação, prevenção e até mesmo responsabilização.
Começo, felizmente, a ver muitas declarações de políticos que, tal como eu, pensam que temos de melhorar a Qualidade da nossa Democracia e que para isso é fundamental introduzirem-se Círculos Uninominais para a eleição dos Deputados da Nação, assunto que nós na APDQ vimos trabalhando desde 2014.
Foi em 2014 que reunimos com o Dr. António Costa do Partido Socialista e que o mesmo se declarou apoiante das nossas ideias e da Reforma do Sistema Eleitoral que estávamos a propor. E, de facto, uma reforma do Sistema Eleitoral, tal como propúnhamos, fez parte do programa Eleitoral do PS em 2015 e em 2019. Mas vá se lá saber porque nunca fez parte do Programa dos Governos do PS! (...)
É o momento da Sociedade Civil mostrar aos Partidos que pretende ter um relacionamento diferente com a Classe Política e que, para isso, é crucial começar pela imprescindível Reforma da Lei Eleitoral para a Assembleia da República, por forma a que um elevado número de Deputados seja escolhido pelo voto directo dos eleitores em Círculos Uninominais, nos quais é eleito o Deputado mais votado.
A APDQ-Associação Por Uma Democracia de Qualidade, juntamente com a Sedes, sob a liderança de José Ribeiro e Castro, elaborou uma proposta de grande relevo de Reforma do Sistema Eleitoral, para uma Assembleia da República com 105 Deputados eleitos pelo mesmo número de círculos uninominais (em que é eleito só o deputado mais votado). Esta proposta pode ser consultada no link: https://lnkd.in/ervfVep6
Volto a afirmar que a iniciativa da Sociedade Civil, com a desejável participação em força dos mais jovens, é absolutamente fundamental para o desenvolvimento destes projectos de enorme relevância cívica, política e económica.
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