Porque é que a beleza importa
(e como foi destruída pela "funcionalidade")
A beleza é aquela qualidade estética que eleva as coisas comuns a algo mais significativo.
É o que nos dá a nós humanos algo mais do que uma mera existência material, automatizada, semelhante a uma máquina.
Porque é que a beleza importa? Parece uma pergunta supérflua, mas no século XXI tornou-se uma pergunta vital. Perguntemos primeiro o que é a beleza? A beleza não é apenas ornamentar, acrescentar brilho. Isso é garridice. Luxo. Vaidade.
Isto aqui não é beleza:
A beleza é aquela qualidade estética que eleva as coisas comuns a algo mais significativo.
É o que nos dá a nós humanos algo mais do que uma mera existência material, automatizada, semelhante a uma máquina.
É o que nos dá a nós humanos algo mais do que uma mera existência material, automatizada, semelhante a uma máquina.
Ou algo tão simples como maçanetas de porta. Não precisam de estar a pingar com ouro. Mas mesmo o mais pequeno detalhe ou carácter pode fazer maravilhas.
Porém, para onde vão os turistas? Roma, Paris, Veneza, Kyoto, Istambul...
O que é que todas essas cidades têm em comum? Porque é que as pessoas casam em edifícios belos em vez de, digamos, em armazéns?
É uma questão séria. Quer sejam igrejas, casas de campo, hotéis, ou câmaras municipais, as pessoas parecem preferir um - atrevo-me a dizê-lo - local belo.
E mesmo quando as pessoas se casam, de facto, em armazéns.... Escolhem belos armazéns com carácter estético!
O desejo humano de beleza - não de luxo, mas de carácter estético - é inegável e universal.
Então, se é assim, porque é que as coisas se tornaram tão feias? Porque a utilidade ou funcionalidade tornou-se a prioridade suprema.
Um ponto de vital importância é que a beleza e a funcionalidade NÃO são mutuamente exclusivas.
O arquitecto romano Vitruvius acreditava que cada edifício deveria ter três qualidades:
-força
-funcionalidade
-beleza
Se isso era possível há 2000 anos, porque não o é agora?
Qual é o perigo de um mundo sem beleza?
Se tudo é simplesmente funcional, simplesmente útil, então a vida torna-se uma mera correia transportadora. Transforma os seres humanos em máquinas de consumo, trabalho, e reprodução. Não somos nós mais do que isso?
O que queremos deixar para as gerações vindouras? Edifícios que precisam de ser demolidos dentro de 50 anos? Ou queremos mais do que isso?
Alguns vão ojectar que a beleza custa dinheiro, mas na realidade é uma questão de prioridade, não de custo. Por isso, é sempre uma escolha - consciente ou inconsciente.
Este novo edifício em chapa na Universidade de Durham, Inglaterra, custou 40 milhões de libras esterlinas.
Tinha que ter este aspecto?
Ou poderia ser um belo edifício que inspirasse os estudantes? Isso não deveria ter ser tido em conta?
Se calhar teria de ser mais pequeno, mas essa seria uma concessão digna.
Ou poderia ser um belo edifício que inspirasse os estudantes? Isso não deveria ter ser tido em conta?
Se calhar teria de ser mais pequeno, mas essa seria uma concessão digna.
By Sheehan Quirke
(dantes, nos tempos da Antiguidade clássica e até há relativamente pouco tempo, era obrigatório adornar edifícios e praças públicas com objectos e pormenores de beleza estética. Fazia parte da educação pública. Atrevo-me a dizer que a educação do gosto tem um aspecto de moralidade. Não é verdade que certos actos nos repugnam, em primeiro lugar, mesmo antes de os pensarmos, pela sua evidente ofensa estética?)
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