Madame de La Fayette publicou-o anonimamente em Março de 1678. A acção passa-se no decurso de um ano, uns cem anos antes da sua publicação, na corte de Henrique II de França. O romance recria a época de maneira rigorosa (de acordo com o que se sabe dos registos documentais), com as famílias que, de facto, faziam parte da corte real francesa, com excepção da heroína da história e mais as duas ou três pessoas que lhe são próximas.
O livro conta a história da Mademoiselle de Chartes, uma rapariga de dezasseis anos, herdeira, orfã de pai, cuja mãe apresenta na corte para que encontre um marido. Sendo muito bonita e digna tem uma série de apaixonados que a querem loucamente. Acaba por casar-se com o príncipe de Clèves, por quem não sente mais que respeito, por recomendação da mãe. Acontece que muito pouco tempo depois de casada conhece o duque de Nemours, o mais bonito e desejado galanteador da corte. Apaixonam-se um pelo outro à primeira vista e o resto do livro trata desse amor que escondem, a que ela tenta resistir, e ele também, durante muito tempo, das intrigas da corte, dos mal-entendidos entre eles e demais peripécias à volta desse amor.
O mais impressionante, a meu ver, é a compreensão profunda da psicologia das personagens que perpassa toda a obra. Estamos no século XVII, muito antes de Proust, muitas vezes creditado como o escritor que antes dos outros percebeu a psicologia humana.
O livro não é grande -cento e tal páginas-, de maneira que lê-se num ápice, naquela hora mais ou menos morta a seguir ao pequeno-almoço. Existe em tradução portuguesa.
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