Este livro é uma óptima introdução à arte e à teoria da arte. Resolvi ir deixando aqui excertos, para quem se interesse pelo assunto. A escolha dos excertos é minha e tem que ver com o que considero ter interesse pôr num blogue, o que é discutível, naturalmente. A tradução também é minha.
Introdução
Este é um livro sobre o que é a arte, o que ela significa,
e porque a valorizamos. Um livro sobre tópicos do
campo vagamente chamado, «teoria da arte.»
Uma teoria deveria ajudar as coisas a fazer sentido em vez de criar obscuridade através de jargão. Deve unificar e organizar sistematicamente um conjunto de observações, construindo a partir de princípios básicos.
Um grande problema é que o nosso termo 'arte' pode nem sequer aplicar-se a muitos culturas ou épocas. As práticas dos artistas são múltiplas e elusivas. Os povos tribais antigos e modernos não distinguiriam a arte de artefactos ou
rituais. Os cristãos europeus medievais não faziam "arte".
como tal, mas celebravam a beleza de Deus. Na estética clássica japonesa, a arte pode incluir um jardim, uma espada, um pergaminho de caligrafia ou uma cerimónia do chá.
Muitos filósofos desde Platão propuseram teorias da arte e da estética: Tomás de Aquino, as figuras-chave do Iluminismo, David Hume e Immanuel Kant, o iconoclasta Friedrich Nietzsche e diversas figuras do século XX como John Dewey, Arthur Danto, Michel Foucault, e Jean Baudrillard. Também há teóricos de outros campos que estudam arte: a sociologia, a história e crítica da arte, a antropologia, a psicologia, a educação. Um grupo de pessoas com um forte enfoque na arte são membros de uma associação a que pertenço, a Sociedade de Estética americana.
Ao abordar a diversidade da arte, aviso-vos que escolhi tácticas de choque, pois vou começar no mundo da arte actual, dominado por obras que falam de sexo ou sacrilégio, feitas com sangue, animais mortos, ou mesmo urina e fezes. Vou tentar amortecer um pouco o choque, ligando esses trabalhos com tradições anteriores, para mostrar que a arte nem sempre foi sobre a beleza do Pártenon ou da Vénus de Botticelli.
As pessoas no ramo da estética fazem mais do que tentar definir o que é a arte. Também queremos explicar porque é que é valorizada, tendo em conta o quanto as pessoas pagam por ela e onde é exposta - por exemplo, museus. Também há questões sobre os artistas: quem são e o que os torna especiais? Porque é que fazem às vezes coisas estranhas. Recentemente, houve um intenso debate sobre se a vida íntima dos artistas é relevante para a sua arte.
Entre os problemas mais difíceis que uma teoria da arte enfrenta estão questões sobre como resolver o significado da arte através interpretação. E claro, todos queremos saber o que nos espera na arte do século XXI. Na era da Internet, CDROM e World Wide Web podemos visitar
museus "virtualmente" sem as multidões (quanto mais o custo de um bilhete de avião)-mas o que é que nos escapa quando fazemos isso? E que tipos de novas artes são fomentadas nos novos meios de comunicação social?
e porque a valorizamos. Um livro sobre tópicos do
campo vagamente chamado, «teoria da arte.»
Uma teoria deveria ajudar as coisas a fazer sentido em vez de criar obscuridade através de jargão. Deve unificar e organizar sistematicamente um conjunto de observações, construindo a partir de princípios básicos.
Um grande problema é que o nosso termo 'arte' pode nem sequer aplicar-se a muitos culturas ou épocas. As práticas dos artistas são múltiplas e elusivas. Os povos tribais antigos e modernos não distinguiriam a arte de artefactos ou
rituais. Os cristãos europeus medievais não faziam "arte".
como tal, mas celebravam a beleza de Deus. Na estética clássica japonesa, a arte pode incluir um jardim, uma espada, um pergaminho de caligrafia ou uma cerimónia do chá.
Muitos filósofos desde Platão propuseram teorias da arte e da estética: Tomás de Aquino, as figuras-chave do Iluminismo, David Hume e Immanuel Kant, o iconoclasta Friedrich Nietzsche e diversas figuras do século XX como John Dewey, Arthur Danto, Michel Foucault, e Jean Baudrillard. Também há teóricos de outros campos que estudam arte: a sociologia, a história e crítica da arte, a antropologia, a psicologia, a educação. Um grupo de pessoas com um forte enfoque na arte são membros de uma associação a que pertenço, a Sociedade de Estética americana.
Entre os problemas mais difíceis que uma teoria da arte enfrenta estão questões sobre como resolver o significado da arte através interpretação. E claro, todos queremos saber o que nos espera na arte do século XXI. Na era da Internet, CDROM e World Wide Web podemos visitar
museus "virtualmente" sem as multidões (quanto mais o custo de um bilhete de avião)-mas o que é que nos escapa quando fazemos isso? E que tipos de novas artes são fomentadas nos novos meios de comunicação social?
Espero que esta visão geral indique o alcance e o desafio das questões que fazem com que o estudo da arte seja intrigante. Parece que a arte sempre foi e será importante para os seres humanos; e as coisas que os artistas fazem provavelmente vão continuar a intrigar-nos, bem como a fornecer insights e alegria. Comecemos o nosso mergulho na teoria da arte.
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