Samuel Ramani
@SamRamani2
Ivan Timofeev, um proeminente académico com sede em Moscovo, adverte que a Rússia poderá enfrentar uma repetição da experiência de 1917-20 - caos económico, revolução e guerra civil
Timofeev avisa que a Rússia enfrenta "três cestos" de ameaças.
O primeiro cabaz é uma ameaça externa colocada por um Ocidente unido, o segundo cabaz é uma economia e administração pública subdesenvolvidas e o terceiro cabaz é uma crise de Estado.
Timofeev argumenta que a coalescência destas três cestas de ameaça não tem precedentes no século passado.
Com efeito, a guerra da Ucrânia corre o risco de recriar a "tempestade perfeita" de interferência estrangeira para uma revolução, guerra civil e colapso económico como em 1917-20.
Timofeev argumenta que a ordem pré-guerra, embora imperfeita, teria levado à coexistência Rússia-Oeste.
A Ucrânia era uma prioridade baixa, a violência em Donbas era baixa e a Rússia tinha "amplo espaço de manobra", apesar das questões centrais de segurança não terem sido resolvidas.
Timofeev argumenta que mesmo que a Rússia ganhe grandes territórios na Ucrânia, as suas preocupações de segurança não serão resolvidas e enfrentará um isolamento intensificado. Timofeev também desmistifica a noção de que a China e a Índia irão compensar sem problemas as sanções ocidentais.
Para além dos riscos de segurança, como mais bombas nucleares na Europa, Timofeev acredita que a escassez económica pode criar ressentimento social e gerar instabilidade, pois à medida que os reaccionários realizarem purgas e repressão em nome da manutenção da ordem, as tensões cresceriam em espiral.
Timofeev não acredita que o totalitarismo seja a forma de manter a estabilidade. Ele rejeita a repressão de "quintas colunas" e quer evitar a perda de capital humano.
Adverte também que a "liberalização" da economia seria mais eficaz do que os apelos populares à "mobilização". Timofeev diz que o "cancelamento" total da cultura russa no Ocidente poderia beneficiar a Rússia, uma vez que o lar se torna o único "porto seguro", mas muito depende de como o Kremlin aproveitar isto.
Timofeev adverte então que o ambiente internacional é muito mais difícil do que em 1991 e conclui exortando ao fim do "fatalismo" e apelando ao aproveitamento das "forças produtivas" da Rússia.
Nas suas palavras: "O futuro da Rússia repousa sobre si mesma. Agora não é o momento para fatalismo.
(como é que este Timofeev, depois de enunciar as consequências do isolamento social e económico como catastróficas pode concluir que a Rússia beneficiaria de se isolar completamente e fechar-se sobre si mesmo no mundo global em que vivemos? Tornar-se-ia uma Coreia do Norte.)
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