Putin, crente que estava na sua vitória retumbante sobre a Ucrânia e na incapacidade do Ocidente se unir e responder, não precaveu a retaguarda e agora está encurralado. Qual é o fim disto? A Ucrânia subjugada e em guerra durante anos, uma espécie de Bósnia-Herzegovina, apoiada pelos países europeus ou o fim de Putin.
'Lakrov' acaba de dizer que Putin não aceita que algum país europeu tenha armas nucleares, ou seja, quer a Europa indefesa para que seja irrelevante, ou seja, ele quer a destruição dos princípio de democracia e Direitos Humanos que têm orientado o mundo nestes séculos e que a ONU representa. Portanto, ele exige uma Nova Ordem Mundial, pela força, um regresso a uma visão medieval do poder.
O fim de Putin tem de vir de dentro da Rússia. Putin tem uma visão medieval da política e do poder. Isso vê-se na sua postura paternalista quando, uma vez por ano, responde a perguntas e dá conselhos ao povo russo e vão lá perguntar-lhe coisas como, 'devo casar com fulano tal', ou 'como é que resolvo uma questão com o meu vizinho acerca dos rebanhos' e coisas do género. Ele responde à maneira dos chefes de clãs nobres medievais, tendo um conselho para cada um que implica o reconhecimento do seu poder em troca da protecção dos seus servos. Ele quer o seu clã -os russos- reconhecido mundialmente e a sua liderança medieval reconhecida como poder a temer. Ele não quer ser respeitado, porque já se acha um génio da geopolítica militar, o que ele quer é ser temido como um Khan.
De maneira que para sair-se desta situação em que um país invade outro país pacífico para aniquilar a sua independência sob o olhar do mundo como se a sua vontade fosse divina só acaba quando alguém de dentro da Rússia quiser acabar com a loucura despótica medieval em que Putin os tem vindo a enfiar. Ele não quer saber do bem-estar do povo, quer saber do seu lugar na História.
Tal como a maioria dos déspotas, Putin sabe que os outros podem agir, mas na verdade não os vê como seres com volição. Divide o mundo em fracos e fortes, espertos e estúpidos, poderosos e impotentes.
Gorbatchov tinha razão quando defendia a necessidade de destruir todas as armas nucleares do mundo. Todas. Para que nenhum louco pudesse usá-las para chantagem o mundo.
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