Talvez eu não consiga quanto amo
ou amei teu ser dizer, talvez
como num mar que tu não vês
o meu corpo submerso seja o ramo
final que estendo já não sei a quem
– Gastão Cruz, em “A moeda do tempo e outros poemas”. Rio de Janeiro: Língua Geral, 2009.
§
TW, Dragon Country
§
TW, Dragon Country
Acreditávamos no tempo quando
o país do dragão era um espectáculo
de fronteira inviolável, e a angústia
não saía de dentro do cenário, e a
emoção era um lugar fictício:
acreditar no
tempo o erro mais terrível
– Gastão Cruz, em “Fogo”. Lisboa: Assírio & Alvim, 2013.
§
Ofício
§
Ofício
Os poemas que não fiz não os fiz porque estava
dando ao meu corpo aquela espécie de alma
que não pôde a poesia nunca dar-lhe
Os poemas que fiz só os fiz porque estava
pedindo ao corpo aquela espécie de alma
que somente a poesia pode dar-lhe
Assim devolve o corpo a poesia
que se confunde com o duro sopro
de quem está vivo e às vezes não respira.
– Gastão Cruz, em “Escarpas”. Lisboa: Assírio & Alvim, 2010.
-----------------------------------------------------------------
Poesia
:: A morte percutiva, poesia 61. Faro: Edição dos autores, 1961.
:: Hematoma. Covilhã: Livraria Nacional, 1961.
:: A doença. Coleção Novos, nº 7. Lisboa: Portugália Editores, 1963.
:: Outro nome. Coleção Poesia e verdade. Lisboa: Guimarães Editores, 1965.
:: Escassez. Faro: Edição de Autor, 1967.
:: As aves. Lisboa: Iniciativas Editoriais, 1969; 2ª ed., 1972.
:: Teoria da fala. Coleção Cadernos de Poesia, nº 24. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1972.
:: Os nomes [reunião de todos os livros anteriores e ‘Os Nomes desses corpos’). Lisboa: Assírio & Alvim, 1974.
:: Campânula. Lisboa: Edições & etc., 1978.
:: Os nomes desses corpos. 2ª ed., Porto: Editorial Inova, 1979.
:: Órgão de luzes Coleção Subterrâneo três. Lisboa: Edições & etc., 1981.
:: Poesia 1961-1981 [reunião de todos os livros anteriores e ‘Referentes’]. Porto: O Oiro do Dia, 1983.
:: O pianista. Coleção Os olhos e a memória, nº 28. Porto: Limiar, 1984.
:: Órgão de luzes. poesia reunida. Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1990.
:: As leis do caos. Coleção Peninsulares. Literatura, nº 36. Lisboa: Assírio & Alvim, 1990.
:: Transe. [antologia 1960-1990]. Lisboa: Relógio D’Agua, 1992.
:: As pedras negras. Lisboa: Relógio d’Agua, 1995.
:: Poemas reunidos. Coleção Poesia do século XX, nº 33. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1999.
:: Crateras. Coleção Peninsulares. Literatura, nº 62. Lisboa: Assírio & Alvim, 2000.
:: Rua de Portugal. Coleção Poesia inédita portuguesa. Lisboa: Assírio & Alvim, 2002.
:: Repercussão. Coleção Poesia inédita portuguesa. Lisboa: Assírio & Alvim, 2004.
:: A moeda do tempo. Coleção Poesia inédita portuguesa. Lisboa: Assírio & Alvim, 2006.
:: Os poemas. (coletânea). Lisboa: Assírio & Alvim, 2009.
:: Escarpas. Coleção Poesia inédita portuguesa, nº 118. Lisboa: Assírio & Alvim, 2010.
:: Fogo. Coleção Poesia inédita portuguesa. Lisboa: Assírio & Alvim, 2013.
:: Óxido. Coleção Poesia inédita portuguesa. Lisboa: Assírio & Alvim, 2015.
Ensaio
:: A poesia portuguesa hoje. 1973; 2ª ed., revista e aumentada. 1999.
:: Carta a Otelo. Coleção Subterrâneo três. Lisboa: Edições & etc., 1984.
:: A vida da poesia – Textos críticos reunidos. Lisboa: Assírio & Alvim, 2009.
Tradução*
:: Doze canções de Blake. [tradução Gastão Cruz]. Porto: O Oiro do Dia, 1980.
:: Troco a minha vida por candeeiros velhos (Cambio mi vida por lámparas viejas), de Léon de Greiff. [tradução Gastão Cruz]. Lisboa: Editora Abysmo, 2014.
* traduziu outros autores: Jean Cocteau, Jude Stéfan e Shakespeare.
Organização
:: Ao longe os barcos de flores. Poesia portuguesa do século XX. [organização Gastão Cruz]. Lisboa: Assírio & Alvim, 2004.
Brasil
:: A moeda do tempo e outros poemas. Rio de Janeiro: Língua Geral, 2009.
© Direitos reservados ao autor/e seus herdeiros
© Pesquisa, seleção e organização: Elfi Kürten Fenske
No comments:
Post a Comment