March 24, 2022

Claro que os Directores estão satisfeitos




Ele representa a continuidade da ausência de autonomia e democraticidade das escolas e da educação. Um indivíduo intelectualmente desinteressante no que respeita à educação escolar. Um sedento de poder. O que leva uma pessoa a manter-se no poder, mandato após mandato sem dar lugar a outros e a novas ideias? No mínimo um desrespeito pelos princípios básicos da democracia, no máximo uma ideia insuflada acerca do seu mérito, mesmo contra os factos: a escola pública não tem professores e ninguém quer a profissão, os que tem estão desmotivados e a maioria quer ir embora, são clientes habituais de medicação para a depressão e burnout, o ambiente nas escolas é de guerrilha de baixa densidade, os atropelos à lei e os favoritismos fazem inveja à melhor das ditaduras... E os alunos estão melhores? Não, não estão. Tudo é um simulacro: os exames, as notas, as passagens, as entradas para a universidade. Não há seriedade nos processos, mudam as regras todos os anos para que não possam avaliar-se comparativamente e se tomar cada ano como a totalidade.

Claro que os Directores estão satisfeitos, da mesma maneira que estavam satisfeitos com a Lurdes Rodrigues, de quem este é decalcado nos métodos, na pobreza das ideias, na necessidade de controlo absoluto, na mediocridade das políticas, nas malfeitorias, no desprezo pelos professores, no desinteresse pelos alunos reais (não números em folhas de fingir sucesso) e na ilusão de ser muito bom. Acho que se chama o efeito de Dunning-Kruger.

"Com João Costa não haverá surpresas na educação". Pois não, vai ser a continuidade da mediocridade que ele impõe como meta.

O que leva António Costa a escolher este, e outros incompetentes, para ministro? Bem, isso fica para outro post, mas não abona a favor da honestidade do primeiro-ministro e da seriedade com que devia encarar a educação.

É deprimente. A 1ª coisa que este tipo vai fazer é acabar com o concurso de professores para que o favoritismo e a chantagem que daí decorre sejam a regra. Tudo para o seu controlo. Depois vai acabar com a qualificação dos professores fazendo que se aceite qualquer um para «dar aulas». Finalmente vai acabar com uma data de disciplinas para poupar ainda mais dinheiro e porque não sabe como resolver a falta de professores. E, naturalmente, a disciplina de Cidadania, pode substituir qualquer outra excepto a matemática e o português.

Vão ser quatro anos de pesadelo a ver a situação degradar-se ainda mais.

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Novo ministro é secretário de Estado há mais de seis anos, um período que mudou a realidade do ensino. Directores satisfeitos com nomeação de João Costa. Já os sindicatos esperam por um “novo ciclo de diálogo”.

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