February 20, 2022

Ferin - a minha livraria preferida

 


Tem livros que também encontramos em outras livrarias mas tem livros que não encontramos em outras livrarias. É mais que uma livraria e menos que um alfarrabista, é uma encruzilhada entre ambos.

A Ferin não é a livraria mais antiga de Lisboa que essa é a Bertrand, de 1732, mas é a segunda mais antiga, de 1840.  Como se pode ler no site da livraria, o seu nome tem origem no apelido de uma família belga que se fixou em Portugal por ocasião das guerras napoleónicas. O primeiro Ferin que se mudou para Lisboa chamava-se Jean Baptiste e foram duas filhas suas quem abriu um gabinete de leitura onde emprestavam livros, no Chiado, onde funciona hoje a livraria, na Rua Nova do Almada.

Quem me passou esta preferência pela livraria foram os meus pais. Ambos eram clientes assíduos da livraria por razões diferentes. A Ferin tinha uma grande coleção de livros de hipismo, equitação e tauromaquia -ainda tem alguma coisa- e a maior parte dos livros da biblioteca do meu pai sobre cavalos e touros, que era vasta (agora está distribuída por nós, filhos, o que muita pena me causa...) veio de lá.

Por ouro lado, a minha mãe, que era uma leitora voraz e diversificada, logo a seguir ao português, lia sobretudo em francês: literatura, história, policiais, arte, poesia. Ora, a Ferin tinha um grande fornecimento de livros franceses de maneira que ela ia lá muito e às vezes levava-nos com ela. Saíamos sempre de lá com um livro qualquer para nós. Vou lá menos vezes do que queria. Se passo pela baixa acompanhada, geralmente não me deixam ir lá porque depois fico lá imenso tempo 🙂 mas se vou sozinha não resisto ao cheiro da livraria, que é diferente, e a explorar o que lá há. 

Outra livraria onde não me deixam entrar porque fico lá um ror de tempo é o alfarrabista que ocupou a antiga Sá da Costa na Rua Garret. Encontram-se lá sempre livros que apetecem. Se alguns não fossem tão caros não resistia 🙂 mas nunca saio de lá de mãos vazias.

Estes vieram da Ferin:


Este com as memórias do Tenente Coronel Júlio de Oliveira e lições de equitação, está encadernado e gravado com as iniciais do meu pai.




Adoro o indíce do livro que é muito pormenorizado:



2 comments:

  1. Esconda os livros sobre tauromaquia, porque fazem parte do novo index do politicamente correcto. Ainda me admiro porque não se atiraram já à equitação. Onde é que já se viu, um ser humano em cima de um cavalo a obrigá-lo a saltar obstáculos ou a fazer cabriolas em público... Viver é perigosíssimo, já dizia o Guimarães Rosa num dos seus livros.

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  2. LOL Eu sou muitas coisas mas isso do politicamente correcto não é o meu forte.

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