January 06, 2022

#liberdadedeimprensa

 


É isto: ninguém apaga 49 anos de Expresso (veja o vídeo)

A 2 de janeiro de 2022, o Expresso foi vítima de um ataque informático sem precedentes. Sem rede, o jornal teve de voltar a ser feito à mão. Como? Pelas mãos de uma equipa que, unida, relembrou que teremos sempre #liberdadeparainformar

Há exatamente um ano, uma reportagem sobre os bastidores do Expresso apontava que fazer um jornal – fazer jornalismo – era mais ou menos isto: ter um barco com um buraco, que não pode ser arranjado nem substituído, e todos os dias ser rápido o suficiente a tirar a água para que o barco não afunde. Hoje sabemos que esta metáfora estava errada: perdemos o barco, mas descobrimos que é possível construir um novo em tempo recorde.

Este vídeo e este texto não são sobre o dia 2 de janeiro de 2022, quando todos os sites do Expresso se eclipsaram da internet e todas as plataformas que alimentavam o jornal foram capturadas. Também não são sobre os esforços que continuam a ser feitos para reaver tudo o que nos foi roubado a nós, jornalistas, e a si, leitor. É sobre uma viagem no tempo: para que a primeira edição do Expresso em 2022 chegasse às bancas, tivemos de recuar 30 anos.

Os sistemas digitais onde o jornal é feito morreram e não houve tempo para fazer o luto. As páginas começaram a ser desenhadas à mão outra vez, como se nunca tivessem existido; as notícias foram colocadas e revistas num único computador; a edição foi toda fechada nas paredes e num quadro branco instalado de emergência. Foram encontradas novas dificuldades mas também nervos de aço. 

Numa semana em que o Governo pediu contenção e exigiu teletrabalho, o Expresso teve de pedir a jornalistas, gráficos, fotógrafos e revisores que se encontrassem todos na sede do jornal, em Paço de Arcos. Foram muitas horas a trabalhar – mas o barco foi construído. Na semana em que o Expresso faz 49 anos, fica esta promessa: vamos continuar a navegar.

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