December 06, 2021

Saúde mental dos estudantes




Neste caso universitários. Temos uma taxa de desemprego brutal entre os psicólogos mas há falta de psicólogos nas escolas  e nas universidades. Vêem-se cada vez mais alunos a precisar de estratégias para manter o equilíbrio.

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Expresso

Os estudantes universitários “não estavam bem antes da pandemia” mas ficaram ainda pior: o número de pedidos de ajuda “duplicou” em algumas faculdades e continua a aumentar. Muitos tiveram de voltar para casa dos pais e isso teve consequências. “Cria muitos conflitos, a pessoa revolta-se e depois explode.” Aconteceu a Tiago Martins: “Eu sou homossexual e eu e o meu pai chocámos sempre muito porque ele tem uma mentalidade muito retrógrada”. Tiago é um caso entre tantos - alguns deles dão a voz neste artigo. Para que os ajudem e ajudem outros

Quando foram suspensas as aulas presenciais no ano passado na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Nova, onde estuda, Tiago Martins, 21 anos, decidiu voltar temporariamente para casa dos pais, em Lisboa. A ideia era não passar tanto tempo sozinho. Conseguiu evitar isso, mas não todos os outros problemas que haveriam de surgir. “Eu sou homossexual e eu e o meu pai chocámos sempre muito porque ele tem uma mentalidade muito retrógrada no que diz respeito ao machismo, à xenofobia, ao racismo. Às vezes fazia comentários à mesa e eu não aguentava e acabávamos a discutir.”

A juntar a isso havia as rotinas e os horários a que se desabituara depois de ir para a faculdade. “De repente voltámos a ter horas para tudo porque os pais é que mandam e não compreendem que estamos a fazer um trabalho ou um teste e não dá jeito comer dali a cinco minutos. Isso cria muitos conflitos, a pessoa revolta-se e depois explode.” É um problema que muitas vezes não se vê, mas no seu caso ficou tudo à mostra. Os seus sintomas físicos davam para preencher a lista de efeitos secundários da bula de um medicamento: má disposição, irritação, diarreia, gases e 20 quilos a mais. Acabou por recorrer ao serviço de apoio psicológico da faculdade onde estuda.

A pandemia teve um grande impacto sobre a saúde mental dos estudantes universitários. Na Universidade Nova de Lisboa (UNL), o número de consultas de apoio psicológico a estudantes das faculdades de Direito, Economia e Medicina, Nova Information Management School e Faculdade de Ciências Sociais e Humanas quase duplicou no último letivo face ao perío­do pré-pandemia, passando de 755 em 2018/2019 para 1.365, segundo dados cedidos ao Expresso. A esta última faculdade chegaram sobretudo queixas de ansiedade e isolamento social, além dos habituais pedidos relacionados com questões académicas. Embora menos frequentes, também foram registados casos de ideação suicida.

Mais a norte, verificou-se o mesmo. Sílvia João, psicóloga no PsiCa (Serviço de Apoio Psicológico e Integração do Pólo Campo Alegre da Universidade do Porto), dá conta de uma duplicação dos pedidos de consulta durante o ano letivo que terminou em julho face ao ano letivo anterior (o serviço foi criado no final de 2019, logo não há dados anteriores à pandemia). Entre as principais problemáticas destaca-se a ansiedade em relação aos exames e ao futuro profissional, mas também “alguns casos de ansiedade social, devido ao medo do contágio pelo vírus e ao isolamento e à solidão”. De certo modo, esclarece a psicóloga, “os problemas são os mesmos — a diferença é que os sintomas são mais graves”.

A situação nas faculdades voltou ao normal neste ano letivo, com as aulas a decorrerem de forma presencial, mas isso não significa que os problemas tenham sido ultrapassados. Os serviços de apoio psicológico das instituições de ensino superior têm registado um aumento do número de pedidos de apoio, explica Graça Andrade, presidente da Rede de Serviços de Apoio Psicológico no Ensino Superior (RESAPES), que integra vários destes serviços um pouco por todo o país. A ansiedade continua a ser a principal queixa dos estudantes universitários, com “ocorrência de ataques de pânico, que até aqui não eram muito frequentes”. “Não só há um aumento do número de pedidos de apoio como as manifestações [de sofrimento psicológico] são mais intensas.” O que poderá estar a contribuir para isso, segundo Graça Andrade, é o facto de a pandemia não estar resolvida. “É provável que toda esta situação tenha agravado o bem-estar psicológico dos estudantes. As faculdades podem estar a funcionar normalmente mas o contexto em que nos encontramos não é normal. A pandemia continua a ser um tema.”

“ANDAVA TÃO AFLITA QUE CHEGUEI A VOMITAR DE NERVOSISMO”

O telemóvel de Rayssa Leal é um pouco como a vida dela nos últimos meses: aguenta de pé durante uma boa parte da videochamada mas depois de cair para o lado uma primeira vez volta a cair umas quantas mais. Como se de repente tivesse adquirido o hábito de cair. Rayssa endireita-o e continua a falar.

Os primeiros meses no Porto, para onde a estudante brasileira de 19 anos se mudou em setembro do ano passado, correram bem. Fala como quem acredita que as palavras não servem mais nenhum propósito a não ser o de proporcionar boas conversas, às quais também junta, sempre que pode, um largo sorriso. Mas talvez tudo seja mais simples do que isto e se resuma, afinal, à sua assumida e, ao que tudo indica, indesmentível capacidade de adaptação.

Para trás havia deixado um país, o Brasil, onde se fingiu que o vírus não existia. Acreditava por isso que nada de tão grave poderia acontecer aqui, mas depois Portugal entrou no segundo confinamento no início deste ano. “Quando me estava a começar a adaptar e já me sentia um pouco mais segura veio a quarentena de novo. Como todo o mundo tive de aceitar isso e ficar em casa, mas houve uma quebra nesse processo.”

Fevereiro e março foram para esquecer. Tinha as propinas e o quarto alugado no centro do Porto para pagar mas não encontrava trabalho em lado nenhum. Estava quase tudo fechado ou com ar disso. "Fui a montes de lugares entregar o meu currículo mas respondiam-me que não só não estavam a aceitar pessoas novas como havia ainda muita gente em lay-off.” Acabou por desistir, vendo cada vez mais perto de confirmar o seu maior receio: voltar para o Brasil.

O corpo, já se sabe, nunca escapa a estas coisas. "Andava tão aflita que cheguei a vomitar de nervosismo.” Adormecer era uma aflição e quando finalmente conseguia muitas vezes já havia luz lá fora. Perdeu muitas aulas à custa disso. “Passava a noite inteira acordada sem conseguir dormir, só a pensar.” Embora menos dramático, e retratando outra época, Rayssa já tinha visto esse filme antes. Por isso, não esperou muito tempo até procurar ajuda.

“O ACASO ENCONTRA-NOS COMO ESTAMOS”

“Como dizia Almada Negreiros, o acaso encontra-nos como estamos. E os estudantes do ensino superior já não estavam bem antes da pandemia”, diz Júlia Murta, psicóloga na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT NOVA), acrescentando que já no ano passado, antes do primeiro confinamento, “os pedidos tinham superado todos os anos anteriores”. Várias razões explicam isso, desde logo o aumento da população universitária mas também “a pressão que existe para o sucesso”. “Quem era ansioso ficou ainda mais ansioso e quem era deprimido mais deprimido ficou.” Na faculdade, continua Júlia Murta, os alunos “vão estabelecendo redes de apoio entre eles que garantem um certo reequilíbrio”. “Até podem trazer muitos problemas de casa mas criam novos projetos e percebem que há mais vida além da que conheciam.” No entanto, com o confinamento, “tudo isso desapareceu”. Daí a ansiedade e os pedidos de ajuda.

A PERSIANA

O problema era aquela persiana. De cada vez que José Dinis a fechava, depois de ir à varanda do seu quarto, o irmão, a dormir na divisão ao lado, aparecia-lhe furioso à porta. “Fazia um basqueiro enorme e o meu irmão chateava-se e discutíamos. As coisas azedaram muito. Não temos uma relação ótima.” No ano passado, antes de o país entrar em estado de emergência, o estudante de 21 anos, que frequenta o curso de psicologia da Universidade do Minho, foi passar um fim de semana a casa dos pais, em Lisboa. Voltaria no domingo para Braga. Pelo menos era esse o plano. “As aulas presenciais foram canceladas e acabei por passar o primeiro confinamento em Lisboa.”

Pôs-se o problema da persiana mas entretanto surgiram outros menos fáceis de resolver. “Dou-me bem com os meus pais, mas quando se deixa de viver com eles é muito difícil voltar a fazê-lo.” São as tais regras que regressam, as horas para tudo, todas as horas do passado. “Qualquer pessoa que deixe de viver com os pais ganha saúde mental. Deixamos de estar sempre a tentar corresponder a expectativas, somos mais nós próprios.”

Sair à rua era gesto raro por aqueles dias e o mesmo se aplica à vontade de estudar. “Os professores disponibilizavam os materiais e eu fazia tudo ao meu ritmo.” O problema é que o seu ritmo era “horrível”. Não estudava quando era suposto estudar, deixava tudo para a última e o resultado era o esperado — uma “porcaria”. No final de tudo havia ainda mais desmotivação e uma ideia insistente, a de que falhara. A dada altura decidiu falar com a mãe e contar-lhe o que se passava mas as palavras ficaram para trás. “Desatei só a chorar. Depois lá me acalmei e expliquei-lhe como estar assim fechado em casa me estava a prejudicar.” Foi a mãe que o ajudou a encontrar uma psicóloga. No segundo confinamento, José Dinis já não saiu de Braga.

Teria sido difícil de qualquer forma, diz, mesmo sem uma persiana a ranger, uma faculdade em estilo livre e as regras dos pais para as refeições e a vida em geral. “Quando se passa muito tempo com as mesmas pessoas, num espaço fechado, as coisas ficam sempre complicadas.” Tiago Martins pensa igual. “A melhor parte da faculdade, ou o que por vezes nos alivia verdadeiramente, é acabar uma aula e ir beber café com um amigo, dar uma volta, espairecer.” Mas a pandemia veio apagar isso tudo. “De repente sentas-te no sofá, ficas o dia inteiro à frente do computador e quando as aulas acabarem vais continuar à frente do computador porque tens de estudar. Se quiseres socializar vais continuar ali para falar com os amigos.” A dada altura já não se aguenta o computador mas os professores continuam em ação. “Acham que, por estares em casa, tens mais tempo livre, então duplicam os trabalhos e o número de perguntas dos testes, que é suposto fazermos em metade do tempo.”

Como membro da comissão pedagógica da FCT, onde frequenta o mestrado em Engenharia do Ambiente, Tiago Martins garante que não é caso único. “Todos os estudantes passaram muito mal e não estou a exagerar.” À caixa de e-mail da comissão chegaram “dezenas de e-mails de alunos a pedir ajuda” porque não estavam a conseguir conciliar a faculdade com o facto de estar em casa — ora porque “não se conseguiam concentrar”, ora porque “não tinham computadores”. “Imensos colegas meus chumbaram no ano passado.”

Rayssa sentiu estas dificuldades todas. “Era horrível. Não conseguia estudar em casa direito e absorver os conteúdos. Tenho sempre muita necessidade de ouvir e trocar ideias com os professores para ter a certeza de que aprendi.” E é aqui que o seu telemóvel volta a ser assunto. “Não tinha computador nem dinheiro para comprar um e a faculdade não tinha para emprestar”, conta a estudante, que acabou por ser obrigada a servir-se do telemóvel para fazer quase tudo: assistir às aulas, estudar, fazer trabalhos. “Foi uma merda”, diz, desculpando-se apressadamente pelo uso da palavra. O que descreve a seguir não é o inferno da vida académica durante a pandemia, mas deve andar lá perto. “Nos trabalhos de grupos entrava em contacto com os meus colegas e a gente fazia uma chamada. Aí, compartilhando a tela, eu via o que eles estavam a escrever e íamos falando e eles iam escrevendo no computador. Parece uma coisa meio do outro mundo, eu sei, mas foi a solução que eu arranjei.”

“HÁ DISCRIMINAÇÃO PERANTE OS RECÉM-LICENCIADOS”

Segundo um questionário divulgado este ano pela Federação Académica de Lisboa (FAL), a pandemia piorou a saúde mental de mais de metade dos universitários (cerca de 55%). Dos estudantes inquiridos, cerca de quatro mil no total, 28% tiveram necessidade de tomar medicação para sintomas de ansiedade, depressão ou insónia, sendo que 44% o fizeram sem prescrição médica.

À Federação Académica do Porto, que representa mais de 60 mil alunos, chegaram vários pedidos de ajuda ao longo do último ano e meio. A perda de rendimentos dos agregados familiares dos estudantes, com dificuldade em pagar as despesas de alojamento, foram das queixas mais frequentes, explica Ana Cabilhas, presidente. “Houve um defraudar das expectativas dos estudantes sobre métodos de ensino e vida social. Além disso há cada vez mais incerteza em relação ao mercado de trabalho, o que gera medo e ansiedade.”

João Assunção, presidente da Associação Académica de Coim­bra, adianta que há “relatos de estudantes recém-licenciados que têm dificuldade em arranjar emprego” — e não só por causa da crise económica. “Há discriminação perante os recém-licenciados. Tiveram um percurso curricular diferente por causa da pandemia, com menos aulas práticas, e os empregadores entendem que não estão bem preparados.”

“OLHE, EU ACHO QUE A MENINA PRECISA DE AJUDA”

No final da aula, Joana Gil, estudante de Arqueologia de 20 anos, ganhou coragem para ir falar com a professora. Limpou as lágrimas e levantou-se da cadeira. Ia ter de explicar porque é que não tinha feito os trabalhos, porque é que tinha faltado às visitas arqueológicas e a todas as aulas na última semana e meia. Mas a professora nem esperou que ela começasse a falar: “Olhe, eu acho que a menina precisa de ajuda”. Imaginemos um prédio naqueles segundos entre serem detonados os explosivos e as paredes estarem no chão: era Joana. “Fui-me abaixo, comecei a chorar imenso e disse-lhe que sim, que precisava de ajuda.”

Separar a vida pessoal dos resultados na faculdade nunca foi tarefa simples porque Joana cresceu a ouvir que tinha de ser a “melhor da escola”. Com o confinamento, essa separação “ficou ainda mais complicada”. “Em dezembro do ano passado fui-me abaixo. Não conseguia fazer nada. Pegava nas coisas para estudar e começava a chorar desalmadamente.” Pediu apoio psicológico na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH), onde estuda, mas, como tinha de esperar “mais de um mês” pela primeira consulta, desistiu. “Eu precisava de ajuda naquele momento, não depois. Saber que esse apoio não estava disponível no imediato ainda me fez ficar pior.”

No segundo semestre do último ano letivo tudo piorou. “Começava a fazer os trabalhos com muita antecedência porque já sabia que depois ia ficar demasiado ansiosa para conseguir fazê-los mas mesmo assim nada. Chorava e tremia. Batia-me dentro da cabeça e insultava-me por não conseguir fazer as coisas que as pessoas normais fazem.” Joana não encontrou logo uma palavra para explicar o que lhe estava a acontecer. “Eu nunca soube o que era a ansiedade. Sempre achei que as outras pessoas têm problemas maiores do que os meus, logo, se elas estavam com ansiedade naquele momento, o que eu estava a sentir teria de ser outra coisa.” Pensava que estava um “bocadinho exaltada” e que só precisava de se acalmar - mas não conseguia. A verdade é que sentia uma “pressão no peito”, um “ardor”, e de cada vez que começava a fazer alguma coisa sentia-se “mal disposta” e com “vontade de vomitar” — tudo sintomas, dizem os manuais, compatíveis com esse diagnóstico. Acabou por voltar a pedir ajuda na faculdade, mesmo sabendo que teria de esperar. Depois da primeira consulta sentiu-se logo “um pouco melhor”. “Deu-me forças para continuar. Sem esse acompanhamento acho que teria sido obrigada a parar um ano.”

“FOI ALI UM PERÍODO DE GRANDE SONAMBULISMO”

Por serem muitos os pedidos para tão poucos profissionais, a psicóloga com quem Rayssa Leal falou sugeriu-lhe que participasse nas sessões de terapia de grupo do PsiCa, da Universidade do Porto. Não podia ter corrido melhor. “Percebi que havia outras pessoas a passar pelos mesmos problemas do que eu. Finalmente tinha uma rede e alguém com quem falar.” Foi sobretudo nas insónias que percebeu que não estava sozinha. “Teve uma semana que éramos sete, todas meninas, e, das sete, cinco não estavam a conseguir dormir. Estava todo o mundo a ter insónias ou tinha tido na semana anterior. Foi ali um período de grande sonambulismo”, diz a rir-se, recuperando depois o ar sério. “Fez-me muito bem participar nesse grupo. Acho que só não desenvolvi uma depressão assim mais séria ou ansiedade porque fui logo buscar ajuda.”

Há uns meses arranjou finalmente trabalho e ficou sem tempo para a terapia, mas quer retomar as sessões. “Já voltei à faculdade e isso deu um certo alívio, mas ainda não me sinto totalmente bem. Continuo sem saber se terei de voltar para o Brasil porque estou a trabalhar em part-time e apenas alguns dias por semanas, logo não tenho como pagar todas as despesas. Cubro de um lado mas destapo do outro. É das coisas que mais me afligem e ainda perco noites de sono a pensar nisso.”

Rayssa já não usa o telemóvel para ter aulas e estudar e fazer trabalhos. Agora tem um computador portátil em segunda mão que lhe foi emprestado pela associação de estudantes da faculdade. Este não cai para o lado, mas só porque tem sempre um garrafão de água atrás a ampará-lo.


2 comments:

  1. Os problemas apresentados são vários, mas alguns deles têm a ver com o facto de a malta nova não saber o que é viver em sociedade,em comunhão. O rapaz que stressou por causa das regras caseiras é exemplo disso.

    Muitos deles não estão minimamente preparados para o trabalho árduo e disciplinado e para lidar com as dificuldades, o insucesso e a frustração.

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  2. Estou de acordo que muitos jovens não têm resistência nenhuma à frustração, não são disciplinados e são auto-indulgentes.

    No entanto, percebo a dificuldade de jovens nestas idades estarem fechados em casa vai para 2 anos.
    Estas idades são idades de sair, ter uma vida social exterior intensa, estar envolvido em grupos, em iniciativas, projectos, fazer férias com os amigos aqui e ali, etc.
    É muito stressante estar habituado a fazer isso e ter de voltar a casa dos pais e ficar todo o dia em frente de um pc no quarto. É uma sensação de andar para trás no tempo e voltar aos tempos do secundário.

    Até mesmo os miúdos do secundário que ainda vivem com os pais, quando estão confinados e não podem sair stressam-se. Anda a chocar uns com os outros o dia todo. E falharam experiências a que dão importância como as festas e as viagens de finalistas. Há uma série de rituais destas fases que eles se vêem a perder. Isso não ajuda.

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