Lê-se e fica-se perturbado com estes relatos de experiências traumáticas. A experiência do parto já é em si uma violência e a antecipação do evento causa sempre ansiedade até vermos o bebé e ficarmos seguros de que é todo normal e não tem problemas aparentes. Não se percebe que o pessoal de saúde não o perceba. Ou por outra, percebe-se que há muitos profissionais de saúde que são uns machistas encartados para quem as mulheres têm pouco valor e como só as vêem em situações de vulnerabilidade não as vêem como pessoas, mas como casos. Casos a despachar. Alguns são muito ordinários. Vulgares. Isso já sabia porque as mulheres contam umas às outras o que esses médicos dizem e fazem. Às vezes ouço tais coisas que penso que se me dissessem uma cena dessas levavam um chapadão. Mas é claro que digo isto de uma posição privilegiada. Nunca tive que ir a um hospital público e aguentar qualquer um que aparece à frente. E excepto se tenho que ir a uma urgência, escolho os médicos com cuidado e se não gosto deles à primeira, nunca mais lá volto. Vou a outro. Tenho essa sorte, mas como se diz no artigo, a saúde e nomeadamente ser alvo ou não de violência obstétrica, não devia ser uma questão de sorte. No entanto, tenho uma má experiência das enfermeiras do piso onde passei essa noite em que tive o meu filho - a certa altura uma delas chamou-me mãe desnaturada porque o meu filho não mamava. Como se eu soubesse alguma coisa do assunto... não é uma coisa fácil ao contrário do que parece. Enfim, mas no dia a seguir quando o médico apareceu para me dar alta disse-lhe o que me tinham chamado, em frente delas. O homem até mudou de cor. Depois ouvi-o aos gritos com elas.
A violência obstétrica existe em Portugal e negá-lo não faz sentido
“No meio de uma contração o médico abriu-me as pernas à força, berrou comigo e disse ‘assim não pode ser!’”; “Esqueceram-se de mim na marquesa nua e presa. Mesmo chamando alguém várias vezes, não vieram. Só me encontraram na sala quando a vieram preparar para outro parto”; “Tive um parto induzido sem consentimento, sem me informarem sobre as vantagens ou desvantagens do procedimento, trataram-me sempre como se eu fosse um naco de carne. Noutra sala ao lado havia mulheres em trabalho de parto, diziam que pareciam cadelas a ganir”; “Depois chegou a hora de ser cozida e disseram-me: ‘vou aqui dar o ponto do marido’. Eu estava estoirada, nunca tinha ouvido tal coisa. Só meses mais tarde percebi e tive um ano de recuperação muito doloroso”; “Numa ida às urgências, às 27 semanas, o médico insistiu para me fazer o toque, que me magoou muito. Em resposta ele disse: ‘No dia do parto, assim que fizer isso (contorcer-me e fechar as pernas) mata logo o bebé. É isso que quer?’. E ainda me disse num tom cínico: ‘Como conseguiu engravidar se não tolera um simples toque?’”; “Negaram-me a presença de acompanhante, embora a sala de partos estivesse cheia de gente. Disseram-me que eu ia matar o meu filho se não aceitasse as condições deles: não tive liberdade de movimentos, induziram-me o parto estando eu apenas há duas horas em trabalho de parto, fizeram-me uma episiotomia que resultou numa laceração de 3.º grau, afastaram-me do meu filho durante 5 horas sem me deixarem sequer fazer o contacto pele com pele”; “Durante o trabalho de parto obrigaram-me a ficar deitada, numa posição que não só me era desconfortável, como não era a posição que o meu corpo estava a pedir”; “Até aos 10 dedos foram 19h com mais de 10 mãos a entrarem cá dentro, sem autorização. Mãos de internos, mãos de obstetras, mãos de enfermeiras (...). Avisou, colocou os fórceps, dores horríveis. Pediu-me para fazer força. Há dois que tenho incontinência fecal, fiquei com prolapso retal e um trauma para a vida.”.
Estes são apenas alguns dos relatos de mulheres que decidiram tornar públicas as suas experiências de parto na página #EuVivo - Violência Obstétrica, um movimento civil composto por vítimas e testemunhas de Violência Obstétrica criado há duas semanas. Experiências que todas, sem exceção, consideram ser atentatórias da sua dignidade, e em muitos casos, negligentes. Para algumas, experiências verdadeiramente traumáticas, tanto que há quem tenha precisado de ajuda psicológica posterior e quem tenha simplesmente desistido da ideia de ter mais filhos. Estes e muitos outros relatos fazem parte do dossier que no próximo dia 6 vai ser entregue em mãos na Ordem dos Médicos – a par de várias concentrações que serão feitas em Lisboa, Coimbra e Porto - em resposta ao parecer emitido por aquela entidade sobre este tema. Uma entidade que se recusa a aceitar a utilização do termo “violência obstétrica” em Portugal, por mais que assuma que há “certamente aspetos a melhorar”. Talvez os relatos que abrem este texto ajudem a perceber que estamos a falar sobre algo que vai muito além de meros “aspetos” e que o termo violência não é um capricho desadequado. Relatos que provavelmente não chegam à Ordem porque muitas destas mulheres não só ficam com medo, como demoram anos até conseguirem verbalizar as situações pelas quais passaram. E não ouvi-las, tal como desvalorizar as suas vozes quando decidem falar, é só mais uma forma de violência que sobre elas estão a exercer.
PARIR COM DIGNIDADE AINDA É UMA QUESTÃO DE SORTE
Diz-nos a OMS que o termo violência se refere "ao uso intencional de força física ou de poder, ameaçados ou reais, (...) que resultem ou tenham grande probabilidade de resultar em ferimento, morte, dano psicológico, mau desenvolvimento ou privação". Quando leio estes relatos é isto que vejo: situações de violência. Penso na minha própria gravidez e parto em comparação, e tudo isto me parece surreal. Tive a sorte de ter um médico de família e uma obstetra que me acompanharam com empatia e consideração, considerando a minha experiência única e individual. Que se riram comigo de parte das minhas dúvidas, mas que nunca se riram de mim. Que me validaram algumas angústias e desconfortos, mas que também desconstruíram outras sem nunca me ridicularizarem. Que nunca me coagiram a procedimentos por conveniência. Que sempre me informaram sobre os imprevistos que poderiam acontecer, e que eu deveria estar preparada para isso, mas explicando que os imprevistos são isso mesmo, exceções, e não a regra. Tive a sorte ainda maior (alavancada por um privilégio económico que nem todas as mulheres têm, importa frisar) de me cruzar com uma enfermeira parteira que não só me acompanhou no pré e pós-parto, como esteve comigo no hospital para fazer nascer a minha filha. Uma profissional que sempre me deixou claro que o trabalho de parto era meu. Que a equipa hospitalar estaria lá para me apoiar, principalmente se os tais imprevistos acontecessem, mas que o trabalho de parto era meu, volto a frisar. Que me empoderou em vez de me amedrontar. Que me fez sentir totalmente apoiada – acreditem, isto faz muita diferença. À enfermeira Paula Cristina Pereira, da MAC, só posso agradecer por isso, não é à toa que tantas grávidas que lhe passam pelas mãos lhe chamam carinhosamente Santa Paula. Mas o problema de toda esta minha descrição quase idílica é que começa com a expressão “tive a sorte”. E não é suposto isto ser uma questão de sorte no que diz respeito ao tratamento hospitalar que se recebe, para a palavra “sorte” deixemos todas as imprevisibilidades de um parto. Ser tratada com respeito é suposto ser, sim, a regra quando se entra num hospital para parir. Infelizmente ainda não é.
A VIOLÊNCIA NÃO É APENAS FÍSICA, É TAMBÉM PSICOLÓGICA
Acho que não preciso de me alongar muito para conseguir que toda a gente entenda que procedimentos como toques não consentidos, manobras de Kristeller e episiotomias rotineiras, negar ou forçar anestesia, coagir para cesarianas de conveniência, limitar os movimentos da grávida amarrando-a ou fazer induções desnecessárias de parto, tantas vezes sem sequer informar, são situações violentas. Boa parte delas, já agora, são oficialmente desaconselhadas pela OMS. Mas importa também irmos percebendo que comentários humilhantes que ridicularizam as parturientes, tal como todos aqueles que as induzem ao medo, à vergonha ou à culpa, são igualmente uma forma de controlo sobre os seus corpos, vozes, vontades e dignidade. Tal como nos procedimentos físicos, assentam numa dinâmica de poder que não é aceitável e que, por mais que não gostem do termo, é violenta. A violência emocional existe e deixa igualmente marcas graves. Menosprezar isto, usando da condescendência como resposta aos relatos doridos de experiências traumáticas vividas por tantas mulheres é acentuar, mais uma vez, a tal dinâmica de poder entre profissionais de saúde e parturientes que continua a existir dentro dos serviços de saúde de norte a sul do país.
Isto significa que toda a classe médica e de enfermagem faz um mau trabalho? Não, de todo. Não é tampouco um ataque a estas classes, existem muitos profissionais de excelência nestas especialidades, acredito mesmo que são a maioria. Mas não podemos fechar os olhos a todas as más práticas clínicas que também existem, porque elas existem. Falar de violência obstétrica não é fomentar o medo ou a desconfiança das grávidas e das famílias em relação aos profissionais de saúde, como sugere a Ordem dos Médicos. Lamento, mas esse medo e desconfiança já existem amiúde. Perco a conta a quantas mulheres já me disseram que o seu maior receio quanto ao parto é não saberem quem vão encontrar pela frente, e isto não é normal em nenhum contexto, muito menos num país de primeiro mundo.
Falar de violência obstétrica é assumir que, por mais que milhares de profissionais façam um trabalho de excelência, há alguns que não o fazem. É um pedido de diálogo sobre algumas más práticas clínicas, algumas delas totalmente instituídas como inquestionáveis, tendo como ponto de partida ouvir quem sofre com elas, com mais respeito e uma postura menos defensiva. É um pedido para se individualizarem os cuidados em procedimentos que não podem ser feitos exclusivamente em modo “by the book”, porque cada parto é um parto, cada mulher é uma mulher, e os manuais de procedimentos por mais que existam e sejam necessários, podem e devem ser adaptados consoante as situações específicas vividas pelas parturientes. É pedir que se leve a sério o direito ao consentimento informado, sem vieses na informação que é passada a quem vai ou está a parir: esta tem de ser fidedigna e isenta. É um pedido de respeito perante os planos de parto elaborados pelas mulheres, que estão no seu direito, em contraponto à tão comum ridicularização dos mesmos. É um pedido para se pôr fim a imposições que relegam a grávida para uma posição exclusivamente passiva, quando na realidade o trabalho de parto é dela. É um pedido de dignidade, respeito e de maior empatia num momento que, como todos sabemos, tem tanto de imprevisível como de irrepetível. E que para além de todo o desafio físico que representa, é indiscutivelmente também um momento de imensa fragilidade emocional – os profissionais de saúde, mais do ninguém, sabem disto e têm de o levar em conta. É também o seu papel lidar com isso. Independentemente de ser um parto vaginal ou uma cesariana, de ser ou não ser programado, de ser num hospital público ou privado, é um pedido de humanização global e concertada de tudo o que envolve trazer outro ser humano ao mundo.Não podemos continuar neste registo do “tive sorte”, como se a experiência médica da gravidez e parto fosse uma roleta russa que depende de quem se apanha pela frente naquela consulta, naquele exame perinatal, naquele hospital, naquele turno. Tudo isto é um desrespeito também por todos os médicos e enfermeiros que dão o seu melhor e honram as suas profissões.
Paula Cosme Pinto, diretora de contas na agência de comunicação O Apartamento. Curiosa a tempo inteiro nas questões da igualdade, com formação no Centro Interdisciplinar de Estudos de Género.
Estes são apenas alguns dos relatos de mulheres que decidiram tornar públicas as suas experiências de parto na página #EuVivo - Violência Obstétrica, um movimento civil composto por vítimas e testemunhas de Violência Obstétrica criado há duas semanas. Experiências que todas, sem exceção, consideram ser atentatórias da sua dignidade, e em muitos casos, negligentes. Para algumas, experiências verdadeiramente traumáticas, tanto que há quem tenha precisado de ajuda psicológica posterior e quem tenha simplesmente desistido da ideia de ter mais filhos. Estes e muitos outros relatos fazem parte do dossier que no próximo dia 6 vai ser entregue em mãos na Ordem dos Médicos – a par de várias concentrações que serão feitas em Lisboa, Coimbra e Porto - em resposta ao parecer emitido por aquela entidade sobre este tema. Uma entidade que se recusa a aceitar a utilização do termo “violência obstétrica” em Portugal, por mais que assuma que há “certamente aspetos a melhorar”. Talvez os relatos que abrem este texto ajudem a perceber que estamos a falar sobre algo que vai muito além de meros “aspetos” e que o termo violência não é um capricho desadequado. Relatos que provavelmente não chegam à Ordem porque muitas destas mulheres não só ficam com medo, como demoram anos até conseguirem verbalizar as situações pelas quais passaram. E não ouvi-las, tal como desvalorizar as suas vozes quando decidem falar, é só mais uma forma de violência que sobre elas estão a exercer.
PARIR COM DIGNIDADE AINDA É UMA QUESTÃO DE SORTE
Diz-nos a OMS que o termo violência se refere "ao uso intencional de força física ou de poder, ameaçados ou reais, (...) que resultem ou tenham grande probabilidade de resultar em ferimento, morte, dano psicológico, mau desenvolvimento ou privação". Quando leio estes relatos é isto que vejo: situações de violência. Penso na minha própria gravidez e parto em comparação, e tudo isto me parece surreal. Tive a sorte de ter um médico de família e uma obstetra que me acompanharam com empatia e consideração, considerando a minha experiência única e individual. Que se riram comigo de parte das minhas dúvidas, mas que nunca se riram de mim. Que me validaram algumas angústias e desconfortos, mas que também desconstruíram outras sem nunca me ridicularizarem. Que nunca me coagiram a procedimentos por conveniência. Que sempre me informaram sobre os imprevistos que poderiam acontecer, e que eu deveria estar preparada para isso, mas explicando que os imprevistos são isso mesmo, exceções, e não a regra. Tive a sorte ainda maior (alavancada por um privilégio económico que nem todas as mulheres têm, importa frisar) de me cruzar com uma enfermeira parteira que não só me acompanhou no pré e pós-parto, como esteve comigo no hospital para fazer nascer a minha filha. Uma profissional que sempre me deixou claro que o trabalho de parto era meu. Que a equipa hospitalar estaria lá para me apoiar, principalmente se os tais imprevistos acontecessem, mas que o trabalho de parto era meu, volto a frisar. Que me empoderou em vez de me amedrontar. Que me fez sentir totalmente apoiada – acreditem, isto faz muita diferença. À enfermeira Paula Cristina Pereira, da MAC, só posso agradecer por isso, não é à toa que tantas grávidas que lhe passam pelas mãos lhe chamam carinhosamente Santa Paula. Mas o problema de toda esta minha descrição quase idílica é que começa com a expressão “tive a sorte”. E não é suposto isto ser uma questão de sorte no que diz respeito ao tratamento hospitalar que se recebe, para a palavra “sorte” deixemos todas as imprevisibilidades de um parto. Ser tratada com respeito é suposto ser, sim, a regra quando se entra num hospital para parir. Infelizmente ainda não é.
A VIOLÊNCIA NÃO É APENAS FÍSICA, É TAMBÉM PSICOLÓGICA
Acho que não preciso de me alongar muito para conseguir que toda a gente entenda que procedimentos como toques não consentidos, manobras de Kristeller e episiotomias rotineiras, negar ou forçar anestesia, coagir para cesarianas de conveniência, limitar os movimentos da grávida amarrando-a ou fazer induções desnecessárias de parto, tantas vezes sem sequer informar, são situações violentas. Boa parte delas, já agora, são oficialmente desaconselhadas pela OMS. Mas importa também irmos percebendo que comentários humilhantes que ridicularizam as parturientes, tal como todos aqueles que as induzem ao medo, à vergonha ou à culpa, são igualmente uma forma de controlo sobre os seus corpos, vozes, vontades e dignidade. Tal como nos procedimentos físicos, assentam numa dinâmica de poder que não é aceitável e que, por mais que não gostem do termo, é violenta. A violência emocional existe e deixa igualmente marcas graves. Menosprezar isto, usando da condescendência como resposta aos relatos doridos de experiências traumáticas vividas por tantas mulheres é acentuar, mais uma vez, a tal dinâmica de poder entre profissionais de saúde e parturientes que continua a existir dentro dos serviços de saúde de norte a sul do país.
Isto significa que toda a classe médica e de enfermagem faz um mau trabalho? Não, de todo. Não é tampouco um ataque a estas classes, existem muitos profissionais de excelência nestas especialidades, acredito mesmo que são a maioria. Mas não podemos fechar os olhos a todas as más práticas clínicas que também existem, porque elas existem. Falar de violência obstétrica não é fomentar o medo ou a desconfiança das grávidas e das famílias em relação aos profissionais de saúde, como sugere a Ordem dos Médicos. Lamento, mas esse medo e desconfiança já existem amiúde. Perco a conta a quantas mulheres já me disseram que o seu maior receio quanto ao parto é não saberem quem vão encontrar pela frente, e isto não é normal em nenhum contexto, muito menos num país de primeiro mundo.
Falar de violência obstétrica é assumir que, por mais que milhares de profissionais façam um trabalho de excelência, há alguns que não o fazem. É um pedido de diálogo sobre algumas más práticas clínicas, algumas delas totalmente instituídas como inquestionáveis, tendo como ponto de partida ouvir quem sofre com elas, com mais respeito e uma postura menos defensiva. É um pedido para se individualizarem os cuidados em procedimentos que não podem ser feitos exclusivamente em modo “by the book”, porque cada parto é um parto, cada mulher é uma mulher, e os manuais de procedimentos por mais que existam e sejam necessários, podem e devem ser adaptados consoante as situações específicas vividas pelas parturientes. É pedir que se leve a sério o direito ao consentimento informado, sem vieses na informação que é passada a quem vai ou está a parir: esta tem de ser fidedigna e isenta. É um pedido de respeito perante os planos de parto elaborados pelas mulheres, que estão no seu direito, em contraponto à tão comum ridicularização dos mesmos. É um pedido para se pôr fim a imposições que relegam a grávida para uma posição exclusivamente passiva, quando na realidade o trabalho de parto é dela. É um pedido de dignidade, respeito e de maior empatia num momento que, como todos sabemos, tem tanto de imprevisível como de irrepetível. E que para além de todo o desafio físico que representa, é indiscutivelmente também um momento de imensa fragilidade emocional – os profissionais de saúde, mais do ninguém, sabem disto e têm de o levar em conta. É também o seu papel lidar com isso. Independentemente de ser um parto vaginal ou uma cesariana, de ser ou não ser programado, de ser num hospital público ou privado, é um pedido de humanização global e concertada de tudo o que envolve trazer outro ser humano ao mundo.Não podemos continuar neste registo do “tive sorte”, como se a experiência médica da gravidez e parto fosse uma roleta russa que depende de quem se apanha pela frente naquela consulta, naquele exame perinatal, naquele hospital, naquele turno. Tudo isto é um desrespeito também por todos os médicos e enfermeiros que dão o seu melhor e honram as suas profissões.
Paula Cosme Pinto, diretora de contas na agência de comunicação O Apartamento. Curiosa a tempo inteiro nas questões da igualdade, com formação no Centro Interdisciplinar de Estudos de Género.
No comments:
Post a Comment