November 25, 2021

STOP - Resposta à RTP relativa às alarvidades que lá se dizem dos professores

 


Neste caso, pelo Rodrigo Moita de Deus. Há pessoas cuja grande qualidade é dizerem umas frases com piada, mas por causa desse sucesso, assumem que podem sair do campo da piada e entrar no campo do rigor e falar a sério de assuntos dos quais pouco ou nada sabem. Exagerar assuntos até ao cómico é o que fazem os cómicos e, como é isso o que sabem fazer, falam de tudo assim e acabam a dizer coisas ridículas e ignorantes. Rodrigo Moita de Deus não é o único entertainer cómico a fazer isto: Herman José já o fez, Ricardo Araújo Pereira fá-lo amiúde. A questão é que em outros países os programas de entretenimento estão identificados e não se confundem com programas sérios, mas neste país, está tudo misturado e temos programas de notícias e comentário político que são programas de entretenimento e temos programas de entretenimento a armar ao sério, como pelos visto foi este aqui. Este indivíduo tinha um blogue com muita piada e daí saltou para a TV e agora diz alarvidades e perdeu a piada. É só mais um a somar ao rol dos que dizem alarvidades por aí.

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Publicamos também a resposta que entretanto enviámos hoje:

“Exmo. Senhor Diretor de Informação da RTP, António José Teixeira.

Em resposta à vossa comunicação por email, cumpre-nos informar:  
 
1. Como refere, nos termos do n.º 1, do artigo 65.º da Lei da Televisão (LTV), “tem direito de resposta nos serviços de programas televisivos qualquer pessoa singular ou colectiva (…) que neles tiver sido objecto de referências, ainda que indirectas, que possam afectar a sua reputação ou bom nome, acrescentando no artigo 67.º, que o direito de resposta e o de rectificação devem ser exercidos pelo próprio titular, pelo seu representante ou pelos herdeiros (…)”. 
 
Quando num programa televisivo da RTP, o vosso comentador Rodrigo Moita de Deus (RMD) teve afirmações como (apenas alguns exemplos): 
 
-“Faltas por conta do período de férias. Os professores podem faltar até 12 dias injustificadamente.”; 
 
“O professor falta, balda-se à aula, o aluno balda-se à aula. E temos o nosso sistema nacional de educação a funcionar com baldas às aulas”. 
 
 Além de manifestamente falsas, estas afirmações afetam claramente a reputação e/ou o bom nome de toda a classe docente (incluindo naturalmente os nossos associados docentes).  


Ou também afirmações que o mesmo comentador fez como: 
 
-“Concurso Nacional de Professores, a qualidade não é critério porque o critério é a idade e a quota paga ao sindicato”;  
 
-“Quanto maior for a quota paga para o sindicato, o professor é que decide para onde quer ir ou que pode ir, os outros que querem entrar, não conseguem entrar”. 
 
Mais uma vez, além de manifestamente falsas, estas afirmações afetam claramente a reputação e/ou o bom nome de todos os professores sindicalizados (incluindo do nosso sindicato) na medida em que afirmam que, alegadamente, há vantagens no Concurso Nacional de Professores para quem é sindicalizado e, em particular, para quem teria um valor de quota sindical mais elevada, o que seria algo totalmente perverso e a todos os níveis (científico, pedagógico e moral) inaceitável. 
 
Ou seja, não há qualquer dúvida que com este tipo de afirmações, todos os sindicatos docentes (incluindo o S.TO.P.) e todos os seus associados, foram alvo, direta ou indiretamente, de informações manifestamente falsas, negativamente influenciadoras da opinião pública


2. Face às suas alegações, enviaremos um novo pedido de “Direito de Resposta” super sintético em que cumpriremos inequivocamente o disposto nos n.ºs 4 e 5, do artigo 67.º, da referida LTV mas, relembramos também, que no nosso primeiro “Direito de resposta” exigimos o direito de resposta, ou que no mínimo a RTP (e/ou o respetivo programa) reponha publicamente a verdade dos factos


3. No entanto, na sua resposta não faz referência ao que de longe nos parece ser a questão fulcral de toda esta questão. 
 
Os responsáveis da RTP reconhecem ou não que durante um programa da RTP3, um comentador vosso (contratado pelos vossos critérios) fez várias afirmações falsas sobre a classe docente? Se não reconhecem, perante os factos apresentados pelo S.TO.P. no “Direito de resposta” que receberam, qual o fundamento em defesa das referidas afirmações do comentador? Se reconhecem, o que irão fazer para repor publicamente a verdade? 
 
O que estamos a exigir (o elementar direito de resposta ou a reposição da verdade pelos próprios) devia ser encarado como normal tendo em conta nomeadamente a existência da figura e a missão do Provedor da RTP (sublinhados nossos):  
 
“Acentuar a fiabilidade do Serviço Público prestado pelas Estações de Rádio e Televisão da RTP, SGPS, SA, bem como para promover a credibilidade e a boa imagem de todos os seus profissionais.” 
 
“Estimular o cumprimento da ética profissional e dos códigos deontológicos por parte de todos os profissionais da RTP, SGPS, SA.” 
 
Retirado da vossa página oficial: https://media.rtp.pt/empresa/provedores/estatuto-dos-provedores/

Entendemos que, no mínimo, os responsáveis da RTP devem ter como referência o código deontológico do jornalista (sublinhado nosso) e deverão agir em conformidade: 
 
“5. O jornalista deve assumir a responsabilidade por todos os seus trabalhos e atos profissionais, assim como promover a pronta retificação das informações que se revelem inexatas ou falsas.”. 
 
4. Somos de opinião e mais uma vez reafirmamos, que os professores lidam muito bem com a diferença de opinião, todos os dias somos confrontados com essa realidade nas escolas, no entanto nesta situação não se trata de diferença de opinião (que respeitamos), mas afirmações manifestamente falsas as quais prejudicam seriamente a imagem docente e são erradamente influenciadoras da opinião pública contra os professores, um dos pilares fundamentais numa sociedade. E isso não podemos tolerar! 
 
Aguardamos resposta. 
 
Com os melhores cumprimentos, 
S.TO.P. – Sindicato de Todos os Professores.”

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