São os EUA que abandonaram o país e tiraram os talibãs da prisão, é a ONU que negoceia com eles em nome de todos nós e são todos os países que com eles negoceiam.
Desde quando se pode argumentar com terroristas? A argumentação é um instrumento das democracias onde há debate, discussão de ideias, igualdade de direitos e reconhecimento da maioridade racional dos outros.
O desaparecimento público das mulheres
Rubina Berardo
O desaparecimento público das mulheres
Rubina Berardo
Irracional, antinatural, desumano e cruel. Simplesmente inaceitável. Se já era medieval esconder as mulheres dos olhares públicos ao forçá-las a usar uma cobertura completa da burka, agora os talibãs no Afeganistão retrocederam ainda mais e decidiram banir o feminino de toda a imagem televisiva.
O ministério para a “propagação de virtude e prevenção de vício” emitiu oito diretivas para mandatar as regras do que pode e não aparecer na televisão. A partir desta semana, as mulheres estão proibidas de aparecer em quaisquer telenovelas, outros programas de ficção e de entretenimento na televisão.
Perante os tumultos deste verão, muitos comentadores – também no nosso país - quiseram dar uma “segunda oportunidade” aos mesmos talibãs, alegando que estes aparentavam estar mais civilizados que da última vez que estiveram no poder e sub-desenvolveram o seu país. Os mesmos que uns achavam ser a versão 2.0 depois de uma ‘reformazinha’ no Qatar. Esses mesmos talibãs que em três meses reverteram todos os ganhos de direitos humanos de vinte anos, para garantir a sua verdadeira natureza misógina e radical.
Obviamente que o essencial dessa sua natureza de 1996 se mantém. E não existe religião nenhuma no mundo que prega ódio às mulheres ou que advoga a erradicação da sua aparição publica. É uma perversão política mascarada de argumentos pseudo-religiosos.
O Afeganistão desapareceu dos nossos telejornais. Agora as mulheres afegãs desaparecem da sua televisão nacional. Que elas não desapareçam também das nossas atenções.
O ministério para a “propagação de virtude e prevenção de vício” emitiu oito diretivas para mandatar as regras do que pode e não aparecer na televisão. A partir desta semana, as mulheres estão proibidas de aparecer em quaisquer telenovelas, outros programas de ficção e de entretenimento na televisão.
Perante os tumultos deste verão, muitos comentadores – também no nosso país - quiseram dar uma “segunda oportunidade” aos mesmos talibãs, alegando que estes aparentavam estar mais civilizados que da última vez que estiveram no poder e sub-desenvolveram o seu país. Os mesmos que uns achavam ser a versão 2.0 depois de uma ‘reformazinha’ no Qatar. Esses mesmos talibãs que em três meses reverteram todos os ganhos de direitos humanos de vinte anos, para garantir a sua verdadeira natureza misógina e radical.
Obviamente que o essencial dessa sua natureza de 1996 se mantém. E não existe religião nenhuma no mundo que prega ódio às mulheres ou que advoga a erradicação da sua aparição publica. É uma perversão política mascarada de argumentos pseudo-religiosos.
O Afeganistão desapareceu dos nossos telejornais. Agora as mulheres afegãs desaparecem da sua televisão nacional. Que elas não desapareçam também das nossas atenções.
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