October 17, 2021

Que grande chapadão

 


Estive a ler a carta que um aluno (maior de idade) escreveu, por ordem do tribunal, para a escola, para ser lida no Conselho Pedagógico e no Conselho Geral, para ser divulgada, por recomendação da juíza, a toda a comunidade escolar, para servir de exemplo: exemplo do que acontece a um aluno que faz bullying e ciber-bullying a um professor (professora neste caso) e exemplo de que não nos devemos calar e amochar, mas antes ir até ao fim e fazer queixa no ministério público. Soube que a carta foi recebida na escola no final de Setembro.

Espero que seja divulgada como recomendou a juíza. Estive a ler a carta. Não é uma bofetada, é um chapadão na cara de pessoas que se puseram do lado dele para não cumprir os 12 dias de suspensão que lhe demos em Conselho de Turma Disciplinar (acho que não cumpriu um único) e ainda tentaram responsabilizar a professora pelo comportamento do aluno, que na escola e no twitter, chamava-lhe palavrões e inventava calúnias.

Pois para o caso ficar por ali e não ficar com cadastro teve que pagar as custas do processo, pedir desculpa à professora e escrever a tal carta, a assumir o que fez e a pedir desculpa à professora. É uma página inteira a assumir que fez tudo o que ela o acusou de fazer e que ela foi sempre correcta com ele e com a turma.

A colega passou um ano desgraçado. Não bastava o indivíduo (e os amigos dele) irem para as aulas provocá-la e ter de estar sempre com muito cuidado com tudo o que dizia e fazia, porque eles estavam protegidos, como ainda teve que ler actas de reuniões de orgãos importantes da escola, a responsabilizarem-na a ela! Uma pouca-vergonha. O aluno, a certa altura, pensou que se não fosse aluno da disciplina da colega, podia chamar-lhe palavrões à vontade, de modo que saiu da disciplina dela e matriculou-se na minha, para poder ir para o twitter ser ordinário com ela. Saiu-lhe mal... 

Mas fez-se justiça. Espero que divulguem a carta para que todos na escola saibam, porque as ofensas que fizeram à colega, correram pela escola toda, entre professores e funcionários, de modo que o pedido de desculpa deve ser também público e correr toda a escola. Também se não a quiserem publicar, divulgamo-la nós. Não é difícil... nas escolas as paredes têm ouvidos. 




6 comments:

  1. É por exemplos como este que irei, com todo o gosto, pedir a minha reforma no primeiro dia útil de Janeiro de 2023. E só não peço antes porque não quero perder nem um cêntimo do que tenho direito!

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  2. Estes alunos são uma minoria, felizmente. Já colegas em cargos a tentarem ostracizar colegas, fazer bullying, infelizmente...

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  3. Protegidos por quem e porquê? O quem deduzo que sejam outros professores e gente em posição de mandar.
    O porquê deduzo outra coisa...

    Já agora, quanto à reforma da colega, quem tem 50 anos, levará para casa mil e poucos euros, como é o meu caso. Não obstante, sairei antes de tempo, porque não vão ser mais cem ou menos cem euros que me impedirão sair pelo meu pé, quando eu decidir. Nasci pobre e não vou morrer rico, mas não vou andar pela escola até ao último suspiro por causa de dinheiro.

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  4. O porquê? Porque a colega é uma louraça de olhos azuis esverdeados e certos homens são machistas até à quinta casa...

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  5. O porquê refere-se ao motivo por que protegeram os alunos.

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  6. Tem a ver com aquilo que eu disse, mas mais não posso dizer aqui. É claro que quem protege um indivíduo assim, de uma maneira ou de outra tem que identificar-se com ele...

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