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Professores são sobrecarregados, mal pagos e desvalorizados, conclui relatório internacional
Os professores são cada vez mais sobrecarregados no seu trabalho, mal remunerados e desvalorizados. Estas são as principais conclusões do relatório de 2021 da ‘Education Internacional’ (EI) sobre “A Situação Global dos Professores e da Profissão Docente”.
Em comunicado, a Federação Nacional da Educação (FNE), que cita o documento – baseado em dados de 128 líderes sindicais em 94 países – revela que apesar de os professores serem globalmente mais valorizados após o encerramento de escolas fruto da Covid-19, “essa consciencialização não gerou melhorias estruturais”.
“O encerramento de escolas em todo o mundo, aumentou a valorização dos professores e do trabalho que realizam com os seus alunos, por parte da sociedade, mas essa consciencialização não gerou melhorias estruturais, como mais investimentos, mais apoios e melhores condições de trabalho para os educadores e docentes”, lê-se.
Na verdade, adianta a FNE com base no relatório, “os orçamentos para a educação caíram 65% nos países de baixo e médio rendimentos e 33% nos países de rendimentos altos e médio altos”.
O relatório da EI destaca que mais de 43% dos inquiridos afirmou considerar que os salários dos professores são muito baixos, as condições estão a deteriorar-se e a infraestrutura para apoiar o ensino e a aprendizagem não é uma prioridade para o investimento dos governos.
Há ainda cerca de 55% dos entrevistados que disseram que o volume de trabalho era incontrolável e 66% que assumiram que os requisitos “administrativos” estavam a contribuir para as pressões excessivas da carga de trabalho para os profissionais da educação.
Adicionalmente, para 48% dos entrevistados a profissão docente não é uma profissão atrativa para os jovens e o abandono da profissão foi relatado como um problema em todos os níveis académicos, revela o documento.
Destacam-se ainda 60% dos inquiridos que apontaram a prática do uso de contratos casuais e de curto prazo para empregar professores e académicos, um sinal do aumento da precaridade.
“Este relatório aponta para a falta de condições de todo o sistema para atrair uma nova geração de jovens educadores para a profissão e para a contínua falta de professores em muitos países do mundo que desgasta o direito de todos os alunos poderem ser educados por um professor devidamente qualificado”, conclui a FNE.
“O encerramento de escolas em todo o mundo, aumentou a valorização dos professores e do trabalho que realizam com os seus alunos, por parte da sociedade, mas essa consciencialização não gerou melhorias estruturais, como mais investimentos, mais apoios e melhores condições de trabalho para os educadores e docentes”, lê-se.
Na verdade, adianta a FNE com base no relatório, “os orçamentos para a educação caíram 65% nos países de baixo e médio rendimentos e 33% nos países de rendimentos altos e médio altos”.
O relatório da EI destaca que mais de 43% dos inquiridos afirmou considerar que os salários dos professores são muito baixos, as condições estão a deteriorar-se e a infraestrutura para apoiar o ensino e a aprendizagem não é uma prioridade para o investimento dos governos.
Há ainda cerca de 55% dos entrevistados que disseram que o volume de trabalho era incontrolável e 66% que assumiram que os requisitos “administrativos” estavam a contribuir para as pressões excessivas da carga de trabalho para os profissionais da educação.
Adicionalmente, para 48% dos entrevistados a profissão docente não é uma profissão atrativa para os jovens e o abandono da profissão foi relatado como um problema em todos os níveis académicos, revela o documento.
Destacam-se ainda 60% dos inquiridos que apontaram a prática do uso de contratos casuais e de curto prazo para empregar professores e académicos, um sinal do aumento da precaridade.
“Este relatório aponta para a falta de condições de todo o sistema para atrair uma nova geração de jovens educadores para a profissão e para a contínua falta de professores em muitos países do mundo que desgasta o direito de todos os alunos poderem ser educados por um professor devidamente qualificado”, conclui a FNE.
do blog Arlindovsky
A Educação,no seu conjunto, está a regredir. Se o ensino básico e o secundário equivalem a passam todos, mais tarde ou mais cedo a universidade seria apóstola do meamo.
ReplyDeleteNa capa estão várias imagens; uma é de Camões , mas o aluno afirma que é Salazar.
O Ensino é uma ficção consciente. Ontem, em reunião de CP, discutiu-se o que fazer aos antigos alunos CEI, que boicotam as aulas onde marcam presença. Os professores que os aguentam com eles argumentavam que, nalguns casos, não deveriam frequentar as aulas "normais" por várias razões. A diretora, por medo da inspeção, disse logo que não. A responsável pelo Ensino Especial concluiu a discussão de forma brilhante: esses alunos não aprendem nada, não querem aprender, só perturbam as aulas, impedem que os colegas aptendam, porém têm de estar na sala, porque... está na lei.
Talvez no seu meio não seja assim, mas em múltiplas escolas é tudo uma granfe ficção. Uma mentira!
O ensino não é uma ficção. Dizem muito mal do ensino sem saber o que lá se passa.
ReplyDeleteÉ verdade que no básico os alunos passam só por estarem matriculados mas no secundário não é assim. A maioria dos professores que conheço trabalham a sério com os alunos. Tenho este ano turmas do 10º ano. Tenho muitos alunos que vêm muito bem preparados para o trabalho, o que quer dizer que os professores do básico trabalharam bem com eles, apesar dos problemas todos que o ME cria.
O ME cria muitas dificuldades ao nosso trabalho. Parece que está apostado em ver-nos falhar. Por exemplo, em todas as turmas temos alunos com necessidades especiais que requerem adaptações curriculares. Dantes, as turmas que tinham esses alunos tinham um máximo de 15 alunos para haver tempo de prestar atenção diferenciada a esses alunos. Agora tem 30...
Da minha experiência, a maioria das turmas em escolas normais não criam muitos problemas de comportamento a não ser aqueles que são próprios dessas idades da adolescência. Depois há casos especiais e o problema é que o ME deixa os professores sozinhos a tratar de problemas que não são de ensino, são de psicólogos ou de terapeutas.
Não se pode acreditar em tudo o que se ouve sobre os alunos e sobre os professores porque a tutela vomita uma impressão dos professores como se fossemos todos uns faltistas ignorantes, mas isso é porque lhe interessa pagar-nos pouco.
Não falei propriamente dos professores. Do que vou lendo do que escreve, concluo que a sua realidade quotidiana é um paraíso. Porém, há, fora de determinados círculos, um outro país mais complexo. Por exemplo, na minha escola não há um ano sem agressões a professores e/ou funcionários de alunos e/ou pais e EE.
DeleteA sua realidade é muito diferente de grande parte do país e isso fá-la ter uma perceção que não corresponde ao outro lado desse mesmo país. O que sucede é que as direções escondem tudo o que podem, como se nada acontecesse, e só esporadicamente certas situações chegam até à CS. Há pelo menos dois ensinos na chamada escola pública. 1/3 dos alunos do meu agrupamento são problemáticos, digamos assim. Isto, sim, não é ficção, são os dados colhidos no próprio Projeto Educativo. A última professora agredida meteu, passe a expressão, atestado médico e fugiu durante meses da escola e da região, porque não só a direção não levantou sequer um processo disciplinar, como nem uma palavra teve para com ela.
Já estive em vários sítios e é tudo muito semelhante, com tendência para piorar. Para não falar só de Portugal, quando vivi em São Paulo a média era de 1 a 2 agressões de alunos a professores por dia.
Acredite: pela sua descrição, vive num paraíso
Não vivo num paraíso. A minha escola tem problemas como as outras.
ReplyDeleteNão vivo alheada do país porque falo com professores de outras escolas e leio muita informação + blogues de muitos professores. Na realidade, na maioria das escolas, não há muitos alunos muito problemáticos (não falo das escolas TEIP e parecidas).
O que acontece é que bastam 3 alunos numa turma, para infernizarem uma escola- nas aulas infernizam os professores, nos intervalos destabilizam o refeitório, a biblioteca, as funcionárias, são agressivos, etc.
Os pais estão muito agressivos hoje em dia e os filhos levam essa agressividade para a escola.
De resto, tenho problemas mas nem sempre falo deles... há um par de anos resolvi um caso de bullying numa turma, muito complicado. A colegas e a uma professora. No entanto, isso é um problema que sempre existiu. Volta e meia tenho alunos que fazem bullying, ou que roubam, ou que são agressivos, ou que bebem demais, ou que inventam histórias acerca dos professores para não terem chatices com os pais. Uma pessoa tem que lidar com isso, faz parte da profissão, infelizmente.
Dou aulas há mais de 35 anos e vejo que as coisas estão muito melhores do que eram, no que respeita ao comportamento dos alunos. Agora fala-se mais e denuncia-se e dantes era tudo abafado. Agora é menos, porque os professores queixam-se. Por exemplo, há 3 anos, na minha escola, um aluno do 12º anos fez bullying e ciber-bullying a uma professora. Um sonso espertalhão que se portava muito bem com outros professores para ter o apoio deles e as coisas serem abafadas e tentou até que a colega fosse responsabilizada pelo comportamento dele. Ele era meu aluno também. A colega fez queixa ao ministério público. Não deixou que nada fosse abafado. O julgamento foi há pouco tempo e a juíza disse ao indivíduo o que ele tinha que ouvir, teve que pedir desculpa e teve muita sorte em a colega não querer prejudicá-lo e levar o caso mais longe para não ficar com cadastro. Teve que escrever uma carta à escola, o que é uma bofetada para quem o defendeu contra a colega.
Aqui há uns poucos anos tive problemas com uma turma porque uma colega dizia mal de mim e de outros colegas à turma... estas coisas passam-se, de vez em quando. Felizmente são uma minoria. Uma escola, é um lugar de pessoas e o nosso trabalho é um trabalho de relação com pessoas e entre as pessoas há gente muito mal formada, como em todo o lado. O trabalho de professor é muito stressante justamente por isto de ter de lidar com toda a gente e mais alguma e nos caber a nós a parte de resolver os conflitos para que se possam criar nas aulas situações de aprendizagem. A profissão também é isto. Porque haveria de queixar-me?
Os EEs, por exemplo, agora pensam que são uma espécie de clientes e nós professores somos seus empregados a quem eles dizem como dar aulas, como passar os filhos, etc. E muitos não o fazem por mal, mas porque esse tem sido o discurso do ME desde a Rodrigues.
Depois também acontece haver imensos professores contratados que dão aulas em duas ou três escolas ao mesmo tempo... como é que podem empenhar-se com uma turma, uma escola, nestas condições? Tem duas ou três centenas de alunos...
Agora, uma pessoa quando dá aulas há umas dezenas de anos, ganha experiência. Hoje em dia sei como entrar numa aula pela primeira vez e mostrar logo aos alunos que aquilo vai ser a sério. Sei criar um clima de confiança. Sei ver quem precisa de atenção. Sei dar espaço para que intervenham sem deixar que a aula perca o rumo. Sei falar com os miúdos. Sei construir o ego de um aluno tímido ou inseguro e muitas outras coisas... e por isso tenho muitos menos problemas que outros professores que têm pouca experiência. E não sou só eu, somos a maioria dos professores com muita experiência.