October 01, 2021

José Fonseca de Moura em entrevista

 


"Não estou rico". A história incrível de José Fonseca de Moura e de uma indemnização recordista por violação de patentes


Após ter entrado para a história devido a uma indemnização de 750 milhões de dólares, José Fonseca de Moura assumiu a liderança do IEEE - Instituto dos Engenheiros Elétricos e Eletrónicos e fez frente a grandes grupos industriais. Em entrevista ao Expresso, o conceituado engenheiro português recorda os momentos-chave da sua carreira

Mal terminou o doutoramento no Instituto de Tecnologias de Massachusetts (MIT), dos EUA, José Fonseca de Moura regressou a Portugal para fundar o primeiro mestrado de engenharia eletrotécnica do Instituto Superior Técnico (IST). Para a maioria dos professores e investigadores, esse momento dos meados da década de 1970 teria bastado para um lugar na história, mas Fonseca de Moura voltou em 1986 para os EUA, para se tornar uma referência na investigação no processamento de sinal na Universidade de Carnegie Mellon (CMU) e chegar aos 75 anos de idade com um currículo que se estende por dezenas de páginas. 

No vasto percurso académico, que lhe mereceu um recente Honoris Causa no IST, encontra-se um algoritmo de leitura de dados que haveria de valer a maior indemnização por abuso de patente alguma vez decidida pela justiça americana na área das tecnologias. 

Detentor da cidadania americana e casado com a especialista em robótica Manuela Veloso, admite que é do outro lado do Atlântico que conta passar o resto dos dias. Até porque é lá que os filhos e netos estão integrados – e afinal de contas já aprendeu a lidar com uma sociedade que tem na competição o principal motor de desenvolvimento. 

Nunca se arrependeu de ir para os EUA?

Olhando em retrospetiva acho que foi a decisão correta. Depois de dois anos de indecisão, achei que o motivo principal do meu regresso a Portugal (antes de voltar aos EUA, em 1986) estava em vias de ser atingido. E portanto podia experimentar uma vida diferente. Até seria bom para as pessoas que trabalharam comigo. É preciso dar lugar aos novos.

Pode parecer paradoxo, mas se calhar não receberia agora o honoris causa se tivesse ficado no Técnico estes anos todos…

Se calhar... como se costuma dizer, “santos da casa não fazem milagres”… Em 1986, o ano em que tomei a decisão de ficar nos EUA, estava numa trajetória ascendente tremenda. Estava numa trajetória que levava a acreditar que, em 10 anos, estaria numa posição muito boa – e por isso era a altura certa (de ir para o EUA). 

O que é que levou a CMU a querer contratá-lo?

Uma pessoa faz circular o seu currículo. Por acaso mandei o meu para a CMU. Dei uma conferência, e falei com uma série de pessoas. Ainda antes de sair de lá, ofereceram-me um lugar. Possivelmente, andavam à procura de uma pessoa com determinadas características, e acharam que era melhor um pássaro na mão que dois a voar. 

Nessa altura, já era especializado em processamento de sinal?

Sim. Era uma área em rápida expansão. Era uma área em expansão nos anos 1980. Era uma terceira revolução industrial. Houve uma grande expansão da digitalização do mundo. O processamento de sinal desenha métodos de extração de informação de grandes volumes de dados... Pode ser uma imagem, que permite saber que está ali uma certa pessoa, porque vi-a anteontem e agora é possível reconhecer essa pessoa. Se olharmos para uma ressonância magnética, queremos conseguir distinguir os contornos de um órgão. O processamento de sinal está a conseguir transformar os computadores em entidades; não posso dizer que são inteligentes, mas conseguem extrair a informação de um grande volume de dados. Os humanos conseguem ver uma ou duas imagens (de cada vez). Um computador pode olhar para um grande volume de imagens e não se cansa e, cada vez que o faz, consegue extrair informação mais rapidamente. 

Foi difícil convencer o IST a criar o mestrado em eletrotecnia?

Na altura não havia uma lei para os mestrados; inicialmente, funcionava num regime de voluntariado. Dava umas cadeiras de matérias avançadas, mas tanto eu como os alunos também estávamos em regime de voluntariado. Não havia profissionalização. O ministro Vítor Crespo acabou por criar uma lei que permitia criar cursos de mestrado e então conseguimos formalizar (os cursos de mestrado). Na área da digitalização dos telefones, ainda no tempo dos TLP e antes de haver Portugal Telecom, sabia-se que ia haver uma evolução tecnológica do analógico para o digital. Mas eles (TLP) não tinham as pessoas preparadas, e com o mestrado criámos uma série de quadros que permitiram responder rapidamente a essa necessidade. 

Entre Lisboa e Pittsburgh, as diferenças deviam ser enormes nos anos 1980...

Já antes tinha sido um desafio regressar a Portugal e transformar o Departamento de Engenharia Eletrotécnica do IST! A CMU é uma universidade privada e vive dos recursos trazidos pelos professores. (Antes de ir para a CMU) Não tinha uma experiência de sucesso a escrever propostas de investigação que trouxessem recursos ou colocassem cá estudantes. E isso foi o meu grande desafio: achava que tinha boas ideias, mas tinha de as provar num contexto altamente competitivo com pessoas habituadas a fazer isso. Uma vez disse que o grande obstáculo que encontrei ao chegar à CMU era arranjar recursos, com a redação de propostas que se submetem às agências de financiamento. Sem esses recursos não podíamos recrutar os alunos. Demorei quatro anos a conseguir fazer isso. Porquê? Porque escrevia as propostas, e as propostas eram analisadas por pares, peritos… mas não estava a expor como deve ser as propostas. Levei quatro anos a aprender. Só em 1990 consegui adaptar-me ao sistema americano e ter os recursos necessários para investigação.

Com um currículo tão extenso, quais os projetos que o deixam mais orgulhoso?

Posso dar três exemplos – todos eles em áreas em que não me tinha especializado e que me obrigaram a trabalhar em áreas interdisciplinares. Houve o problema relacionado com a gravação de dados em discos magnéticos, e que estava no meio de uma grande competição na indústria americana e japonesa. Formou-se uma equipa interdisciplinar e fiquei com a parte dos algoritmos de extração de dados guardados em discos (rígidos). Com os avanços prometidos na densidade magnética e no volume de dados que poderiam ser gravados, torna-se importante fazer uma leitura fiável dos dados (em dispositivos cada vez mais pequenos). Tivemos muito sucesso, visto que essa tecnologia acabou por ser adotada e fazer parte dos discos rígidos usados nos computadores da atualidade. Ainda hoje, os algoritmos que desenvolvemos a meados dos anos 1990 são usados… 

Como veremos, esse projeto haveria de ter mais tarde grandes repercussões financeiras… mas quais são os outros dois projetos que o deixam orgulhoso?

Houve um segundo projeto que permitiu trabalhar com biólogos, cirurgiões, anestesistas, e outros especialistas que estavam interessados em trabalhar num novo agente de contraste para a deteção de órgãos transplantados. É algo muito importante, sobretudo nos primeiros dias, determinar se há algum indício de rejeição de um órgão. Aplicámos esta solução às ressonâncias magnéticas, registámos uma patente, e a Siemens incorporou a tecnologia. Houve um terceiro projeto para o desenvolvimento de um programa capaz de se autoprogramar. 

Não receia que, no futuro, o culpem de ter ajudado a criar máquinas que se program sozinhas para subjugar a humanidade?

Não, não. Fizemos estas coisas em domínios restritos e agora há a intenção de alargar. Mas eu acredito muito nos humanos e acho que vamos sempre encontrar formas de superar as tecnologias…

Mesmo com robôs autoprogramáveis?

Veja a revolução industrial: também trouxe máquinas que automatizaram os teares, e etc.. As pessoas tiveram de reinventar ofícios, e conseguiram. O que estamos a tentar fazer é retirar as coisas chatas de fazer. A tecnologia automatiza uma série de processos, mas ao mesmo tempo liberta os humanos de uma série de coisas, que exigem mais imaginação. Já imaginou o que era a sua vida sem estes objetos a que chamamos telemóveis inteligentes? Quantas pessoas (pega no telemóvel) isto substituiu? Vá ao princípio do século XX com várias pessoas ligadas a quadros na parede (nas salas de cinema) e agora com os telefones há todas estas oportunidades criadas, com todas estas apps que nem sabemos bem para que servem. 

As tecnologias permitiram criar um mundo melhor?

Acho que sim. Sou muito otimista e acredito que tudo o que cria oportunidades é positivo. Mas como em tudo, também há mau uso da tecnologia. 

Foi esse lado “bom” que acabou por prevalecer no famoso caso entre a CMU e a Marvell?

Foi um processo que remonta à década de 1990, com o trabalho de um aluno de doutoramento [de Fonseca de Moura] que desenvolveu um algoritmo… estávamos em competição com as melhores empresas, como a IBM e outras. Nós pudemos dar-nos ao luxo de pensar o que iria acontecer dentro de sete ou oito anos, quando os nossos colegas que prometem mundos e fundos vão passar a gravar mais dados em espaços cada vez menores… nessa altura o que vai acontecer aos sinais que vão ser lidos (nos discos rígidos)? 

Presume-se que o problema era a grande densidade de informação num espaço cada vez mais menor...

É como escrever um livro com letras cada vez mais pequenas… numa primeira fase pode usar a lupa para ler, mas passado um tempo nem a lupa permite ler. Portanto, as letras começam todas a baralhar-se e não se consegue ler bem. E disse ao aluno que era por aí que tínhamos de ir: quando houver um salto tecnológico qual é o tipo de ruído (nome dado a interferências que impedem a leitura de dados) e erros que vão acontecer? E isso permitiu duas coisas: saber qual o tipo de erros que iriam suceder; e depois criar um algoritmo simples que pode ser incorporado num disco para ler dados milhões de vezes por segundo com erros aceitáveis. Fizemos isso, patenteámos… e pensámos: “a indústria não se interessa por isto, mas pode ser que, dentro de cinco anos, se interesse”. Quando as patentes saíram em 2001, informámos a indústria, em especial, as empresas que estavam a desenhar os circuitos que iriam ser incorporados nos discos rígidos. 

E os fabricantes usaram a tecnologia?

Um dos principais fabricantes de chips estava em dificuldades e nunca tinha conseguido um grande contrato com um fabricante de discos rígidos… e um engenheiro dessa empresa, e eu tenho muito respeito por essa pessoa, leu um artigo, viu a patente e implementou a tecnologia e viram que dava os resultados desejados. Rapidamente, implementaram a tecnologia, ganharam encomendas junto dos fabricantes de discos rígidos e a partir desse momento tornaram-se a força dominante do segmento… 

E foi nesse momento que lhe saiu o jackpot, com uma indemnização recordista!

Não estou rico. Os 750 milhões de dólares (648 milhões de euros) tiveram de pagar muita gente, inclusive a própria universidade e os advogados que trabalharam no caso. As patentes saíram em 2001, e avisámos as empresas, mas ouvimos uns zunzuns de que a tecnologia estava a ser usada, e nós queríamos que a tecnologia fosse usada porque estava a acontecer o que previmos anos antes. Em 2009, uma vez que não se conseguia acordo com a empresa, a CMU decidiu pôr ação em tribunal que foi julgada em dezembro de 2012. Foi uma decisão dos jurados. Quando sai do tribunal, a indemnização estava nos 1,5 mil milhões de dólares (1,3 mil milhões de euros), e houve recurso para um tribunal superior que deu tudo por provado e rapidamente concordou com uma indemnização de 300 ou 400 milhões de dólares e mandou aquilo de volta para o tribunal para esclarecer uma questão, que estava avaliada em cerca de 1100 milhões de dólares (950 milhões de euros). E que teve de ser decidida pelo tribunal inicial. Mas a juíza disse então para que, antes dessa decisão, a CMU e a Marvell chegassem a um acordo… e chegou-se a um consenso em torno dos 750 milhões. 

José Fonseca de Moura foi o mentor do primeiro mestrado de engenharia eletrotécnica do IST

José Fonseca de Moura foi o mentor do primeiro mestrado de engenharia eletrotécnica do IST

Essa tecnologia era muito usada nos discos rígidos?

Em tribunal provou-se que era usada em 60% dos discos rígidos de todos os computadores vendidos depois de 2003. 

A participação nestes projetos de investigação foi importante para chegar a presidente do Instituto dos Engenheiros Elétricos e Eletrónicos (IEEE)?

Tudo contribuiu. É uma organização muito grande, com 420 mil membros, mas a presidência é escolhida por eleição. Há uma eleição com os votos de 420 mil membros de todo o mundo! As pessoas olharam não só para aquilo que disse que ia fazer na altura, pois limitei-me a dois ou três pontos, mas também olham para a credibilidade da pessoa. Acredito que as pessoas olhassem para a minha carreira profissional e para o facto de ter trabalhado na Universidade e ter conseguido gerar impacto na indústria e acharam que tinha perfil para presidente daquela instituição. 

Corria o ano de 2019... A sua eleição sofreu algum tipo de pressão por parte de empresas e países?

Não. Tinha dois oponentes: um era europeu. Fomos os três muito respeitadores. Havia um italiano. E dois americanos. Eu tenho naturalidade portuguesa, mas havia um oponente com ascendência polaca que também trabalhava nos EUA. E qual dos dois era realmente o candidato americano? (risos) 

Mas é um cargo geopolítico, que exige diplomacia, não é?

Sou muito pouco diplomático. É importante as pessoas identificarem os objetivos da organização. Os meus concorrentes não foram muito estratégicos. Eles apresentaram um grande rol de coisas que queriam fazer. Ora, a presidência do IEEE dura apenas um ano, não podemos querer fazer 30 coisas. Quando se diz: “vou fazer 30 coisas, estamos a dilui-las todas e não estamos a dar-lhe importância”. E eu fiz o contrário: escolhi dois ou três desafios para esta organização. Um dos desafios estava relacionado com um dilema: ou o IEEE tornava-se uma organização, que tem um orçamento mundial de 500 milhões de dólares (432 milhões de euros) e está virada para as grandes empresas; ou voltávamos às origens, como organização que presta serviços aos membros e que é muito grande. E eu defendi que deveríamos continuar a ser uma organização de profissionais. Outro dos desafios passou pela inclusão. O IEEE está em cento e tal países e temos grande diversidade de culturas na América, na Europa, na Ásia, no Médio Oriente… e temos de respeitar isso. Também havia as questões relacionadas com o género. E tínhamos de respeitar essas questões. E por fim, estávamos a perder montes de dinheiro nos orçamentos operacionais… 20 e tal milhões que se perdiam anualmente. 

Conseguiu cumprir essas metas?

O equilíbrio financeiro cumpri totalmente… agora temos o problema inverso de superavit. E nos problemas de diversidade também (o problema foi resolvido) também totalmente. Continua a haver muita falta de diversidade, mas o IEEE tem ações concretas para fomentar a diversidade. 

Conseguiu evitar que o IEEE caísse nas mãos das grandes empresas?

Houve uma viragem de 180 graus. A direção principal do IEEE percebeu que somos representantes dos membros e não íamos seguir o que estava a ser proposto e que pretendia levar as pessoas eleitas pelos membros para uma direção que não tem poder, e a direção que tomaria as decisões ficaria com representantes da indústria… 

Para as grandes marcas, o IEEE sempre foi muito apetecível!

Sim, mas a indústria tem de intervir através dos membros. 

Ainda assistiu à crise do 5G, e à disputa entre China e EUA em torno da propriedade intelectual de várias tecnologias?

O IEEE tem os chamados voluntários que estão na cúpula, mas também tem equipas de profissionais. Houve um momento de hesitação; nós temos de nos reger por leis americanas e quando se deu essa questão, houve uma interpretação de que todas as nossas atividades continuavam a ser abertas a todos os profissionais e de que o decreto presidencial (que bania a Huawei dos EUA) não ia afetar qualquer profissional, inclusive da Huawei, com exceção para o aspeto que impedia (os profissionais da Huawei) de participar nas análises de artigos por parte de pares. A análise de pares poderia envolver informação confidencial que se receava divulgar. Foi uma interpretação demasiado rígida e, como presidente, tentei forçar o contacto com as autoridades americanas para haver uma interpretação mais benévola da lei, dizendo que aquilo não se aplicava às análises por pares. E assim foi feito. E conseguiu-se que nenhuma atividade dos IEEE proibisse a participação de profissionais. 

Se calhar nunca imaginou ter enfrentar uma disputa tão feroz em torno da propriedade intelectual e dos segredos industriais...

Não se esqueça que nos anos 1980 também tínhamos a Guerra Fria, havia os aviões invisíveis aos radares. Aquilo era uma tecnologia que foi desenvolvida secretamente. Há muitas tecnologias que continuam a ser desenvolvidas sem sabermos - sobretudo na indústria da defesa. Se bem que neste caso (do 5G) estamos a falar da indústria comercial. Por um lado, temos a competição industrial e por outro lado dizer-se que ao instalarmos determinados routers, apesar de os dados estarem cifrados, vai ser possível decifrar os dados e saber os segredos que estão a ser transmitidos. É esse o dilema. 

E será que estas disputas fazem parte de uma nova era, dominada por blocos continentais concorrentes? 

Volto ao meu otimismo. O que vai haver é uma competição das diferentes comunidades científicas, com progressos que, a certo nível, são abertos, e depois temos o segredo industrial. Vamos caminhar para um status quo em que os académicos vão continuar a falar uns com os outros, e as atividades do IEEE serão feitas a esse nível. Mas vai continuar a haver segredos industriais… 

Apesar desse otimismo, a verdade é que a Huawei continua banida...

Tem razão… mas também a Google não consegue prestar serviços na China. São pontos de interrogação que temos de considerar. 

É possível conciliar interesses comerciais com definição de normas e padrões das tecnologias?

Na questão da Huawei, a grande dúvida que tivemos estava relacionada com a decisão de permitir ou não que essa marca participasse nos organismos de decisão. Mas a Huawei e outras marcas continuam a poder participar. Os esforço de standardização pretende garantir que as tecnologias falam umas com as outras. A Huawei usa o que quiser, a Nokia Bell Labs também. Mas é preciso que os aparelhos das duas máquinas falem uns com os outros e isso é feito com um esforço de standardização. O IEEE conseguiu arranjar maneira de pôr interesses divergentes sentados à volta da mesma mesa e reconhecerem que há um interesse maior que ultrapassa o interesse privado e conseguirem encontrar um nível de equilíbrio entre as partes, para que as tecnologias falem umas com as outras. O processo de standardização em coisas como o Wi-FI ou o 5G envolve voluntários que conseguem ver para lá dos interesses das empresas e querem chegar a um interesse maior, em que as empresas sacrificam algumas coisas para garantir um acordo que permite que o todo seja maior que as partes. Portanto, uma marca perde algo, mas pode acabar por ganhar muito mais porque passa a ter um mercado muito maior para dividir. Se tiver 20% de um todo muito maior posso ganhar mais do que se tiver 50% de um total muito pequeno. E por isso (enquanto marca) vou acabar por concordar com isso. 

Foi reconhecido pelo Técnico pelo trabalho feito na academia, mas tendo em conta que é casado com Manuela Veloso, diria que teve de se habituar a não dar por garantido que é o melhor cientista sentado à mesa dos almoços de família...

Pelo contrário. Reconheço as minhas limitações. Sei muito bem que a minha mulher, a Manuela Veloso… (silêncio emocionado) está muito mais avançada; é muito superior e mais audaz do que eu sou. Uma pessoa que larga uma carreira brilhante na Universidade para tomar o cargo que tomou (na JP Morgan), é preciso ter coragem. E o que conseguiu em dois ou três anos como chefe na área da Inteligência Artificial… reconheço perfeitamente que sou mais limitado que a carreira e o sucesso que a Manuela tem. E estou muito satisfeito por isso.


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