47 doentes em macas nos corredores do serviço de urgência
Aos colegas, o médico escreveu que a "situação de rutura e agravamento nas urgências médicas, obstétrica, EEMI [Equipa de Emergência Médica Intra-Hospitalar]", assim como "dificuldades noutras escalas como a pediátrica, cirúrgica, via verde AVC, urgências internas, etc" são algumas das razões, sendo que referiu também a "falta de condições de atratividade dos médicos", "insuficiência ou não abertura de vagas sinalizadas", "dezenas de cortes mensais de salas operatórias" e "rutura em vários serviços por êxodo" de profissionais de várias especialidades.
Nuno Fachada acrescentou ainda a demissão com a "não resposta sobre a requalificação e financiamento do CHS [Centro Hospitalar de Setúbal] para grupo D", "afastamento e colapso dos cuidados primários de saúde, agravando as dificuldades dos doentes", assim como "incertezas quando ao ecletismo, adaptação e capacidade das obras das urgências". "Assim, só restaria a solução de romper com a situação vigente. Romper com a aceitação de continuarmos a ver o estertor do SNS [Serviço Nacional de Saúde], capturado por uma estrutura burocrática pesadíssima e crescente, que asfixia e parasita aquilo que melhor foi feito nas últimas quatro décadas e que tornou Portugal num país avançado, longe das altas taxas de mortalidade infantil e da baixa esperança média de vida", salientou num email institucional enviado aos colegas.
"Agora que assistimos ao abrandamento da pandemia, o benefício da dúvida dado às instâncias para olharem de outro modo para o CHS [Centro Hospitalar de Setúbal], seja na questão dos recursos médicos e outros profissionais, seja na requalificação do CHS, não se cumpriu, antes se agravou", redigiu, sendo que tomou a mesma decisão do diretor do serviço de Obstetrícia do Hospital de Setúbal, Pinto de Almeida, que, em agosto, também se demitiu do cargo devido à falta de profissionais, o que obrigou ao encerramento da urgência naquele mês, revelou a Ordem dos Médicos.
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