"Corpos com vaginas" é uma forma estranha de se referir a metade da raça humana. No entanto, foi a citação que a Lancet, uma revista médica, escolheu incluir na capa do seu último número, dizendo aos leitores que "historicamente, a anatomia e fisiologia" de tais corpos tinha sido negligenciada. Após queixas sobre a linguagem desumanizante, a Lancet pediu desculpa. Mas não é o único. Um número cada vez maior de funcionários e de organizações vê-se aflito quando se trata de utilizar a palavra "mulher".
Um hospital britânico deu instruções ao pessoal das suas maternidades para usarem a expressão "pessoas que fazem nascer", em vez de mulheres grávidas. Alexandra Ocasio-Cortez, membro do Congresso dos EUA, fala de "pessoas menstruadas".
E na Grã-Bretanha, o Partido Trabalhista está a meter-se em imbróglios públicos por questões como a de saber se apenas as mulheres possuem um colo de útero.
Esta mudança linguística está a ser impulsionada tanto pela vontade de agradar como pelo medo. Médicos, chefes e políticos devem pensar cuidadosamente antes de deitarem fora palavras amplamente compreendidas. Uma das razões é que muitos dos novos termos se apresentam como desumanizantes.
É notável que não exista uma campanha comparativamente zelosa para abandonar a palavra "homens" a favor de "corpos com próstatas", "ejaculadores" ou "corpos com testículos".
A pressa em aparecer muito modernos corre o risco de alienar as mulheres.
theeconomist
Desculpe, mas não percebi nada. Isto é, não percebi de onde vem e por que vem esta novilíngua. Qual é o problema de usar a palavra «mulher»?
ReplyDeletePois, não sei, mas calculo que ofende aqueles que tendo nascido homens mudaram de sexo e são transexuais, com orgãos de mulheres mas não o sendo de nascença.
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