... que afirmam ter descoberto a pedra filosofal da educação, com discursos-slogans tão gerais que todos concordarão e soluções globais baseadas em perspectivas locais. A base do populismo é a simplificação enviesada de problemas complexos.
Dizer que os professores, em grande parte serão substituídos por dispositivos-robot é uma afirmação que já Bertrand Russel tinha enunciado em 1911 e já acontece em muitos locais... mas pronto, uma das vantagens de se obliterar do estudo tudo o que é do passado é vermos novos inventores de sucesso do já inventado... infelizmente esta tutela em particular é grande adepta de dogmas e princípios populistas.
José Pacheco. "Se a escola não mudar os professores vão ser substituídos por robôs"
Gostava imenso de saber se o método do Pacheco resulta.
ReplyDeleteSó não percebi uma coisa: se não interessa que a escola do século XIX ensine a raiz quadrada, por que razão as escolas dele a ensinam tb?
Por outro lado, o que ele defende é que não se deve debitar grande teoria pq está tudo na net. Ou seja, defende a ignorância intelectual, porque a maior parte do conhecimento pessoal é desnecessária, pois está no Google
Ou foi isto ou eu sou acéfalo e não percebi nada.
Como diria a Hermínia Silva, anda, Pacheco!
Ele diz que sim... mas o que pode resultar numa pequena escola não resulta necessariamente em todas elas. Ele confunde informação com conhecimentos teóricos. A teoria é a concatenação de hipóteses bem formuladas e fundamentadas - para as quais necessitamos de informação/dados.
ReplyDeleteNoutra entrevista, ele dá este exemplo. Há uns anos entrou na escola dele no Brasil uma aluna desmotivada. Chegou ao pé dela e perguntou-lhe o que queria ser. Ela disse rapper. Ele desenvolveu com a miúda um projeto, ela participou nos JO como rapper e hj é uma das maiores rappers do Brasil .
ReplyDeleteOra, eu tenho um problema com isso: é a especialização total e desde tenra idade.
Depois, dá-me a sensação que, de acordo com o seu projeto, cada aluno, definindo o que quer aprender, só aprenderá o que quer e (de) que gosta. Este é outro problema na minha opinião. Se assim fosse, eu só teria estudado História (a pré, a grega, a fundação da nacionalidade e os Descobrimentos), Inglês e narrativa, pois detestava poesia na adolescência.
Criticar estas opções nem é muito difícil, leva-se é um pouco de tempo.
Eu mesmo, enquanto professor de Português, todos os anos tenho de preparar aulas, estudar e reestudar matérias. Há coisas que eu sei de cor, como diria a minha avó, mas é preciso sempre relembrar e refrescar outras.
Acho todo o sei ideário um pacote barato, disfarçado de uma grande revolução.
Qual a importância na minha vida de saber o que significa 1143 para o nosso país? Em termos práticos, nenhuns. Mas vamos agora desvalorizar o valor do conhecimento por si mesmo só porque há umas tralhas que o contêm todo?
Acho tudo isto muito pobre e conducente a uma regressão do ser humano enquanto tal, mas talvez a pobreza esteja no meu pensamento limitado.
Esse exemplo do rapper :
ReplyDelete1. ele confunde motivação com 'gosto' como se não pudéssemos motivar-nos a trabalhar assuntos que não gostamos e, pior, como se fosse bom só nos motivarmos pelas coisas que já gostamos. Seria uma auto-privação muito grande de conhecimento e evolução.
2. esse exemplo ignora que a esmagadora maioria dos alunos não sabe sequer o que gosta e se fossemos a levar a sério o que eles dizem, treinávamos metade dos rapazes para futebolistas, por exemplo, que é o que eles dizem gostar e querer ser.
3. ele assume que os alunos em todas as idades sabem o que é melhor para si e os adultos só têm que segui-los. Isso parece-me uma desresponsabilização dos adultos em fornecer ambientes ricos e variados onde os alunos possam experimentar-se em vários domínios antes de fazer escolhas.
4. ele assume que o ensino deve fazer os alunos felizes e isso é miserabilista e um desrespeito pela pessoa. A escola deve ter um ambiente onde o aluno se sinta bem: sinta segurança, confiança e liberdade. Se se sente feliz é outra história. A felicidade é com cada um. O ensino, por outro lado, não tem esse objectivo porque não há progressão intelectual e emocional sem provocação, sem incómodo, sem esforço, sem desconforto e trabalho e todas estas coisas não fazem ninguém feliz a não ser depois das metas alcançadas. Dizer que o ensino deve fazer os alunos felizes é tratá-los como uns coitadinhos incapazes de progressão.
E outras coisas...