Pessoas que vão para a rua invocar Salgueiro Maia(!) por causa das regras de confinamento que são temporárias. Pessoas que se calhar nunca levantam um dedo contra a corrupção, o clientelismo de Estado, as cargas policiais sobre os mais pobres que incomodam os ricos, o desvio de milhares de milhões para banqueiros incompetentes, corruptos e vorazes, a incompetência dos governantes. Pessoas que aceitam a lei da censura aprovada há um mês e tal ou as leis que permitem climas de totalitarismo no trabalho, essas sim, permanentes.
Porém, gritam contra as vacinas e as medidas de segurança. Fui ver o meu boletim de vacinas (não constam lá as do boletim amarelo). Tenho lá vinte e quatro inoculações de vacinas (penso que faltam algumas que estavam na 1ª via do Boletim e não aparecem na segunda que é a que tenho), a 1ª com 4 meses de idade, a 2ª com seis meses de idade. A da varíola, uma vacina complicada e a exigir cuidados especiais, aos 7 meses - é aquela que deixa uma grande marca, no meu caso, no pé. A vacina da poliomielite tomada antes dos 4 anos de idade. Etc. todas vacinas obrigatórias. Mais tarde, a do tétano e da tuberculose (BCG) eram obrigatórias, a 1ª na escola e 2ª na universidade. A do tétano ainda é obrigatória e verificamo-la no acto da matrícula.
Algumas destas vacinas tinham, e têm, uma protecção baixa, como é o caso da vacina da gripe cuja protecção é de cerca de 50%. Algumas vacinas com protecção alta, como a poliomielite (99%), têm, ainda assim, o risco de se contrair a doença com elas, o que acontecia a algumas pessoas. Outras não evitavam a doença. Tive varíola quando levei a 2ª dose da vacina aos 3 anos de idade. Estas pessoas que agora se insurgem contra as vacinas, também foram vacinadas aos 4 meses de idade, aos 5, aos 6, à entrada na escola, na universidade, etc. Nenhuma vacina tem garantia de 100% de eficácia. Não há garantias dessas, nesta vida. Existe sempre o risco da vacina ter um efeito secundário grave ou às vezes de apanhar a doença - a medicina está longe de ser uma ciência exacta, por isso, é normal que haja preocupação, mas a vacinação em massa erradicou as doenças como a varíola, o sarampo, a tuberculose e outras que matavam milhares de pessoas todos os anos.
Há quem invoque o tempo de aprovação das vacinas. É verdade que o tempo é curto comparando com o de outras vacinas que levaram 40 anos a ser aprovadas ou até já levam 100 anos sem aprovação (ver figura abaixo), mas é preciso ver que estamos a falar de 1880 ou de 1930 ou 1950, por exemplo - antes da tecnologia que hoje temos, antes dos conhecimentos sobre genética, antes de haver no mundo, não umas centenas ou poucos milhares de cientistas a trabalhar no problema, muitas vezes isolados, mas milhões de investigadores a alimentarem-se do trabalho uns dos outros e, neste momento, dedicados exclusivamente a este problema. As condições não são comparáveis.
Em suma, não tem lógica esta aceitação da obrigatoriedade de certas vacinas e, ao mesmo tempo, uma luta feroz contra outras.
Para saber quase tudo sobre vacinas em números: ourworldindata.org/vaccination
Juiz negacionista apresenta queixa contra Marcelo e Costa por crimes contra humanidade
Rui Fonseca e Castro chegou à PGR após uma manifestação de apoio que partiu do Parque Eduardo VII.
Centenas de manifestantes acompanharam esta quarta-feira em frente da Procuradoria-Geral da República (PGR) a entrega, pelo juiz anticonfinamento Rui Fonseca e Castro, de uma denúncia contra o Presidente da República, o primeiro-ministro e o Governo por crimes contra a humanidade.
Uma faixa na frente do grupo vindo do Parque Eduardo VII recordava o capitão de Abril Salgueiro Maia, com a citação "Há altura em que é preciso desobedecer".
O incitamento à desobediência civil contra as medidas de confinamento impostas para combater a pandemia de covid-19 está na origem da suspensão de funções do juiz Rui Fonseca e Castro em março, pelo Conselho Superior de Magistratura (CSM).
Enquanto o juiz se preparava para entrar na PGR e entregar a denúncia gritaram-se palavras de ordem como "Liberdade", "Portugal" e "O povo unido jamais será vencido", para além de se ter voltado a ouvir o hino nacional e incentivos ao juiz, gritando o seu nome.
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Uma faixa na frente do grupo vindo do Parque Eduardo VII recordava o capitão de Abril Salgueiro Maia, com a citação "Há altura em que é preciso desobedecer".
O incitamento à desobediência civil contra as medidas de confinamento impostas para combater a pandemia de covid-19 está na origem da suspensão de funções do juiz Rui Fonseca e Castro em março, pelo Conselho Superior de Magistratura (CSM).
Enquanto o juiz se preparava para entrar na PGR e entregar a denúncia gritaram-se palavras de ordem como "Liberdade", "Portugal" e "O povo unido jamais será vencido", para além de se ter voltado a ouvir o hino nacional e incentivos ao juiz, gritando o seu nome.
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