Sabe deus que já comprei livros que podia não ter comprado. Vem-me à cabeça a «Antologia da Canção Francesa», um livro de 400 páginas... Enfim, este aqui, está mais ou menos nessa categoria de, 'podia não o ter comprado' - dois volumes grandes e gordos, uma enciclopédia dos ornamentos em pedra, cerâmica e tecido das culturas do mundo- mas cada vez que lhe pego e leio páginas ao acaso, fico contente de o ter comprado.
A necessidade e desejo de ornamentos na nossa vida parece ser universal - um aspecto da condição humana que encontramos nas cavernas do homem pré-histórico, nas pirâmides e túmulos do Antigo Egipto, nos templos da Grécia, na cultura etrusca, nos desenhos geométricos do Islão, na Idade Média e nos papéis de parede e têxteis actuais.
Antes do desenvolvimento da imprensa, estilos e métodos de decoração baseavam-se numa acumulação progressiva de tradições, influências religiosas, avanços técnicos, assim como na disponibilidade dos materiais, as exigências dos climas, a riqueza e estabilidade das sociedades e os caprichos e ambições dos homens individuais, fossem tiranos ou artistas.
A invenção da imprensa trouxe a possibilidade de produzir livros de padrões para promover ideias e influenciar construtores e patronos. O mais antigo desses livros foi o de Vitruvio, De Architectura. Seguiram-se outros e com a revolução industrial no século XIX, a procura aumentou, nomeadamente por parte de artífices. Aliás, foi uma época de excesso de ornamentação por todo o lado.
Para Racinet, que dirige a recolha e edição de uma das colecções de ornamentos deste livro, o ornamento era e devia ser parte integrante de um edifício. Esta obra reune o trabalho de duas grandes colecções enciclopédicas de ornamentos da tradição cromolitográfica do século XIX: a de August Racinet, L'Ornement Polychrome (1869-1888) e a de A. Dupont-Auberville, L'Ornement des tissues (1877)
David Batterham
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Arte primitiva - gosto particularmente do nº8, à esquerda, com as ondas e as cobras entrelaçadas.
Arte Egípcia
Arte etrusca - esta página é tão bonita em tudo que nem se consegue escolher.
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