Assim que entraram em Cabul, mandaram logo uns direitos à universidade, porque o país não é para gente que pensa. Muito menos mulheres.
“Não há saída”. Estudantes da Universidade Americana do Afeganistão em pânico
Perto de 600 alunos e trabalhadores rumaram ao aeroporto de Cabul na esperança de conseguir fugir ao domínio dos talibãs. Não só foram impedidos, como os fundamentalistas têm os seus dados pessoais.
Após sete horas à espera de autorização para atravessar os portões do aeroporto, um email dirigido aos estudantes daquela universidade anunciava o pior: “não haverá mais voos de resgate”. O email pedia ainda aos perto de 600 estudantes e familiares que regressassem a casa.
O terror instalou-se quando os jovens perceberam que os seus dados pessoais tinham sido partilhados com os talibãs responsáveis pelos postos de controlo junto ao aeroporto. O fornecimento dos dados de pessoas com autorização para embarcar nos voos de evacuação aos talibãs faz parte do protocolo, de forma a que a sua passagem não seja impedida.
“Estamos aterrorizados, não há evacuação. Não há saída”, disse Hosay, de 24 anos, em declarações ao The New York Times.
O campus da Universidade Americana foi dos primeiros locais capturados no dia em que os talibãs assumiram o controlo da capital, a 15 de Agosto. Um dia antes, a universidade encerrou o campus e o presidente da universidade, docentes e funcionários estrangeiros fugiram para Doha.
Em 2016, o recinto foi alvo de um ataque terrorista que durou 10 horas e do qual resultaram 15 vítimas mortais, dos quais sete estudantes.
Numa entrevista na passada sexta-feira, o presidente da universidade Ian Bickford disse que estava a colaborar com o Departamento de Estado dos Estados Unidos para evacuar 1.200 estudantes e ex-alunos. Contudo, após os atentados desse dia, os esforços tornaram-se mais complicados.
A retirada de civis das tropas americanas do Afeganistão deve estar concluída em breve, deixando margem de tempo para que os próprios militares e colaboradores sejam retirados.
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