Está muito bem criticar os governos e é preciso fazê-lo, mas isso não basta e é preciso que cada um na sua terra, no seu emprego dê o exemplo e a cara e não fique sempre à espera que sejam os outros a defender os interesses de todos. Como fez esta mulher e outras que se lhe juntaram.
Um grupo de mulheres guardou um rio durante 500 dias — e impediu a construção de uma barragem
A organizadora do movimento, Maida Bilal, foi homenageada com o “Nobel Verde”, depois de ter aguentado agressões físicas e psicológicas. Mas garante: “Se fosse preciso, guardávamo-lo por 5300 dias.” Graças a isso, a ponte foi baptizada com o seu nome.
Maida Bilal aguentou ser espancada e hostilizada quando passou mais de 500 dias a guardar o sítio onde estava previsto nascer um projecto de uma pequena produção hidroeléctrica no rio Kruscica, na Bósnia, acompanhada de um grupo de mulheres da sua vila, antes de as licenças para a construção serem anuladas.
A mulher de 40 anos foi nomeada vencedora europeia do Goldman Environmental Prize, em 2021, que homenageia pioneiros ambientais nativos de seis regiões à volta do mundo.
No Verão de 2017, os aldeões impediram que maquinaria pesada atravessasse a ponte de madeira que levava até ao sítio onde estava prevista a construção, alegando que o projecto iria arruinar o ambiente. Bilal disse que sofreram um ataque da polícia, que os moveu à força por estarem a violar a paz e ordem públicas. Mas continuaram a lutar e, depois de as licenças serem revogadas, um ano e meio depois, a ponte foi renomeada em homenagem à mulher.
“Perdi o meu trabalho, os meus amigos, a minha filha sofreu bullying na escola”, disse Bilal, economista. “Estaria a mentir se dissesse que foi fácil, mas eu fi-lo apesar de tudo. Tenho uma filha e não quero que ela, quando for adulta, tenha de enfrentar o mesmo problema que a sua mãe.” Na cerimónia virtual de entrega de prémios, os vencedores foram saudados: “Estes heróis demonstram o poder do activismo local na luta pela protecção do nosso planeta.”
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