Este país é um corpo exasperado,
a luz da névoa rente ao peito,
a febre alta à roda da cintura.
O país de que te falo é o meu,
não tenho outro onde acender o lume
ou colher contigo o roxo das manhãs.
Não tenho outro, nem isso importa,
este chega e sobra para repartir
com os corvos – somos amigos.
— Eugénio de Andrade
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