Hoje fui ao Palácio Nacional da Ajuda. Queria ver a exposição da rainha D. Maria com a coroa portuguesa -que nunca tinha visto- e já agora aproveitar para ver o palácio renovado pois a última vez que lá fui, há uma dúzia de anos ou assim, aquilo estava tudo muito decadente.
Havia uma avaria qualquer de modo que não conseguiam emitir bilhetes e não os cobravam - entrámos de graça. Achei mal, quer dizer, se não não conseguem emitir bilhetes, podem pôr ali uma caixa e dizer às pessoas que agradecem que doem o dinheiro do bilhete ao museu. São 5 euros, de modo que me parece que toda a gente ou a maioria o dava. Não sei, parece-me falta de expediente.
Entra-se pelo palácio que está muito renovado, são já poucas as coisas a precisar de restauro. Os tectos estão lindos, os quadros, as tapeçarias.
O palácio, não tendo a riqueza dos palácios reais de França, da Áustria, da Rússia ou da Turquia que são dum fausto que entontece, é muito bonito e com muito bom gosto.
Uma das funcionárias do palácio, no andar de baixo, era francesa. Vive cá há muitos anos. Falava um português impecável mas com sotaque. Então, esteve a falar-nos das porcelanas de Sévres, das tapeçarias francesas, das madeiras, de um quadro que representa o Champs De Mars com o Napoleão II e uma parada - ainda sem a Torre Eiffel, claro. Pusemos-nos a falar de como a vista dessa zona de Paris é radicalmente diferente da actualidade e de como a vista de Lisboa do Terreiro do Paço para o castelo de 1800, está igual - outro dia fui dar com uma imagem. Falou-nos do bisavavô que trabalhou ali. Fiquei à conversa com ela. Contou-me que andou no Liceu Lamartine e que o marido andou no Condorcet, ali perto do Campo de Marte. Sabia a história das peças todas portuguesas das salas do palácio, mais as das porcelanas alemãs.
Na sala da coroa onde também está o ceptro, tem aqueles dois funcionários que se vêem e um guarda que está na outra entrada, às vezes. Mais ninguém. Tirei a fotografia a 10 cm do vidro onde a coroa está sem que ninguém me incomodasse. A coroa está perto da escada de saída. Pus-me a observar a facilidade com que um profissional do roubo levava aquilo num instante e a calcular todas as falhas de segurança. Há outras jóias dentro de uma pequena caixa-forte mas também com um guarda apenas, à porta, numa das pontas, que não tem visibilidade para o interior. Já nem consegui apreciar as coisas... ... quando pensamos na facilidade com que roubaram as jóias da coroa na exposição dos Países Baixos onde havia segurança e vemos como elas estão aqui, só por milagre não vão desaparecer. Estas jóias todas estavam na caixa-forte da Casa da Moeda que tem uma segurança como deve ser, 24 horas por dia. Agora estão ali assim, à solta...
No comments:
Post a Comment