Durante a Segunda Grande Guerra, Kenneth Clark, o diretor da National Gallery de Londres retirou todos os quadros do museu como precaução a eventuais bombardeamentos. Pensou bem pois só entre 1940 e 1941, a National Gallery foi bombardeada nove vezes.
Primeiro enviou-os para diversos sítios em Wales e Gloucestershire. Mais tarde pensou enviá-los para o Canadá mas Churchill opôs-se a que as obras saíssem do Reino Unido de modo que climatizou uma mina de lousa de modo a servir de guarida à coleção.
Em Janeiro de 1941, uma carta publicada no Times de Londres, assinada por um 'amante da arte', perguntava se não haveria uma maneira de trazer outra vez a público esses tesouros da coleção permanente. O autor da carta argumentava dizendo que, por a face de Londres estar ferida e com cicatrizes, o público precisava, mais do que nunca, ver coisas belas.
Clarck arranjou uma maneira de trazer uma obra-prima por mês e exibi-la temporariamente em Trafalgar Square. À noite e, durante os ataques aéreos diurnos, guardava-a numa cave fortificada. Assim, foi através da iniciativa 'Pintura do Mês', que trouxe, aos poucos a coleção de volta. (fonte)
Em 1945 demitiu-se do cargo de director da National Gallery, farto das lutas internas, das discussões dos comités e das reuniões infindáveis. Sempre se tinha visto como um escritor e o que gostava mesmo era das conversas com os seus amigos artistas. Queria partilhar aquilo que chamava os seus 'moments of vision', os insights da sua experiência estética e criar um conhecimento mais profundo dessa experiência.
O primeiro livro que publicou, em 1949, chama-se Landscape into Art e era uma colectânea de textos de conferências que tinha dado enquanto professor da Universidade de Oxford. Foi publicando tendo sempre em mente o projecto de um grande livro sobre o nu artístico, esse tema sempre presente na história da arte e pouco abordado nos estudos académicos.
A ideia desse livro surgiu-lhe aos sete anos de idade a propósito de um comentário de sua avó, a quem tinha apresentado uma pequena dissertação sobre a pintura de Giorgione que aparecia num livro que a avó lhe tinha oferecido. O comentário da avó em tom de reprovação pela escolha do tema, depois de ouvir a sua lição, foi, 'é demasiado nu'.
The Pastoral Concert or Le Concert Champêtre is an oil painting of c. 1509 attributed to the Italian Renaissance master Titian. It was previously attributed to his fellow and contemporary Giorgione. It is in the Musée du Louvre in Paris. This painting was created between approximately 1509 and 1510. Wikipedia
Retemos várias ideias do exemplo deste autor, um amante das artes e algumas delas são:
1. Um temperamento criativo é incompatível com lutas, discussões e reuniões mesquinhas e intermináveis:
2. Quando os adultos oferecem livros às crianças e as incentivam a ler e apreciar a arte neles contida, esse gosto fica para a vida e melhora-a;
3. É possível, aos 7 anos de idade, interessar-se seriamente por assuntos que ultrapassam os ursinhos, os gatinhos, os lacinhos, as bonequinhas, o telemóvel, etc.
4. Não se fazem pessoas extraordinárias normalizando-as com o alimento da estupidificação do rebanho.
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