February 20, 2021

Relativamente às mulheres chamadas, neo-feministas, o que interessa

 


... não é constatar que estão a ficar agressivas, o que é verdade, em parte, porque chegaram ao ponto de dizerem que os homens são por natureza violentos sem remissão, que todo o acto heterossexual devia ser entendido como uma violação e que as mulheres que sentem desejo por homens são servas sem o saberem. 

O que interessa é perguntar, porquê? Porque é que, apesar das relações entre as mulheres e os homens, no Ocidente, terem melhorado imenso, não apenas em termos de direitos mas também de consciencialização, parece haver um número crescente de mulheres a ficar mais agressivas relativamente aos homens e não menos?

A resposta vem neste artigo: é que as neofeministas são uma resposta à permanência resiliente, agressiva e ofensiva do velho machismo que não se retira nem se reforma.

Estamos no século XXI mas no Japão consideram que uma perspectiva feminina é as mulheres irem enfeitar as reuniões sempre humildemente no seu lugar de gueixas. Uma mulher deve estar calada, ou seja, ser passiva, como convém ao seu sexo. De facto, são os homens que não abdicam de se erigirem como agressivos ao obrigarem as mulheres a representar o papel passivo.

Quer dizer, a ideia de que há uma hierarquia entre os sexos continua inatacável e, com ela, a imposição dos interesses dos homens às mulheres. O espaço público continua a ser masculino e as mulheres que nele irrompem incomodam, pois saem do seu papel de passividade e espera.

Se as mulheres falam demais ou de menos, isso não interessa, sequer: o que interessa é o que é feito e o que é feito, tem sido feito pelos homens porque eles é que ocupam os cargos de poder há milénios. E o resultado está à vista: um planeta cruel, à beira do desastre ambiental, à beira da extinção em muitas áreas, cheio de desigualdades, de corrupção, de tráfico de droga, tráfico sexual, pedofilia, tortura, perseguição, violações... ... isto é o resultado do trabalho que os homens, os seres masculinos, têm feito no planeta.

Portanto, de facto irrita que estes homens que têm contribuído para o estado de pré-catástrofe em que estamos, não só não tenham um átomo de capacidade de introspecção e revisão racional, como ainda gastem tempo a menorizar mulheres com os seus esquemas do tempo da Grande Guerra.

Veja-se que em Portugal, apesar dos comentadores de TV serem quase todos homens e quase todos sofrerem de verborreia e falarem (como MST costuma falar) sem coerência, sem se darem ao trabalho de garantir racionalidade no discurso e sem travão, de tal maneira que têm de ser mandados calar à força pelo moderador, alguns, como MST, completamente cego relativamente a si próprio, diz que as mulheres falam demais... ... contam-se pelos dedos de uma mão mutilada os comentadores e políticos com dois dedos de testa (alguns mesmo tolos) capazes de ter um discurso estruturado e sintético.

É para rir... ... ou, é para certas mulheres terem cada vez menos paciência para estes dinossauros -reparo que estes machistas empedernidos são quase todos idosos como o MST, vindos de uma época em que os homens tinham uma mentalidade muito... muçulmana.  

E é por isso que as neofeministas, como se lhes chama, estão a ficar radicais: porque não há paciência para continuar a ter que aturar estes machistas de outros tempos que deixaram uma péssima pegada no planeta, não apenas fisico, mas social, no dos direitos humanos e que já deviam estar calados de pantufas lá nas suas casas, mas não param de falar e em público.

Pode dizer-se, 'ah, mas se fossem as mulheres no poder, se calhar era igual'. Pois, talvez, não sabemos, porque os homens fazem um bullying tremendo às mulheres para as afastar do poder.


japao partido no poder vai permitir mulheres em reunioes mas sem poderem falar

Partido Liberal Democrático, partido no poder no Japão, apresentou uma proposta para permitir que cinco parlamentares do sexo feminino participar nas reuniões da cúpula do partido, apenas assistidas por homens, mas com uma condição: não podem intervir. Depois das reuniões, podem submeter as suas ideias e opiniões à secretaria.
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O antigo primeiro-ministro japonês notou que "o comité organizador [dos Jogos Olímpicos Tóquio2020] tem sete mulheres, mas elas sabem colocar-se no seu lugar", um comentário que motivou sorrisos entre vários responsáveis presentes na reunião...
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Esta discussão encontrou eco em Portugal, depois de Miguel Sousa Tavares ter defendido, no âmbito do seu espaço de comentário semanal às segundas-feiras, na TVI, que as afirmações de Yoshiro Mori não eram motivo para ser demitido. "Mori limitou-se a dizer uma coisa que muita gente diz, que as mulheres falam de mais. Foi um desabafo. Não foi uma declaração pública, entrevista, nada, foi um desabafo. E foi saneado aos 83 anos, coitado do senhor. Isto está a chegar a um extremo tal...", indicou o jornalista, atribuindo a polémica a alguma espécie de patrulhamento de linguagem.

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